O martelo do juiz bateu, selando o fim do meu casamento de cinco anos com Miguel.
Saí do tribunal, sentindo o sol queimar a pele, mas o meu corpo estava em entorpecido.
Miguel veio atrás de mim, a voz cheia de raiva: "A Ana só perdeu um rim, ela não morreu. Já te expliquei, foi um acidente."
Um acidente?
Empurraste-me escada abaixo para que eu perdesse o meu bebé.
Depois, usaste o meu rim para salvar a vida da tua "irmã" Ana, a órfã que a tua mãe tratou melhor do que a própria nora.
Foi um sacrifício "necessário", não foi?
Acordei no hospital, grávida de três meses, com uma dor lancinante e um rim a menos, disseram-me que foi um "aborto espontâneo" e "complicações".
O meu filho morreu. Fui usada como banco de órgãos.
Ele riu-se, disse que um feto de três meses não se compara à vida de uma pessoa adulta, e que o que estava feito, estava feito.
"Tu pertences-me!", ele rugiu, ameaçando usar o meu segundo rim se a irmã precisasse novamente.
Naquele momento, percebi que para eles, eu não era uma pessoa, mas um recurso.
O que fazer quando a tua própria família te trai de forma tão monstruosa?
Como lutar por justiça quando os teus agressores são ricos, poderosos e controlam tudo?
Estava sozinha, completamente desolada, até que uma mensagem anónima promete ajuda e revela a verdade: "Eu sei o que eles lhe fizeram. Eu posso ajudar."
Estou pronta para lutar.