Meu filho Lucas morreu no seu terceiro aniversário.
Ele estava na creche, brincando no escorrega, e uma queda levou-o para sempre.
Mas o meu marido, Pedro, não atendeu nenhuma das minhas dezoito chamadas.
Ele estava a almoçar com a ex-namorada, Sofia, e quando finalmente atendeu, culpou-me pela morte do nosso filho.
A raiva fria que me tomou foi além da dor quando a minha sogra, Dona Elvira, me esbofeteou no hospital, gritando que eu era uma "mãe inútil".
Pedro chegou com Sofia, que fingia lágrimas, e defendia-se dizendo que ela "estava a passar por um momento difícil" porque o "cão dela foi atropelado".
Meu filho estava morto, e o cão dela era mais importante. Aquele momento esvaziou-me e decidi pedir o divórcio.
Quando a polícia ligou, uma mensagem anónima surgiu: "Eu sei o que realmente aconteceu na creche. Não foi um acidente."
A cozinheira Clara revelou que a professora Inês, sobrinha da diretora, empurrou o Lucas. Mas depois Clara retirou o depoimento, pressionada.
O sistema ia deixar a assassina do meu filho impune? Pedro não acreditava em mim.
Não havia mais para onde correr, nem em quem confiar. Se a justiça não me ajudaria, eu teria que ir buscá-la sozinha.
Foi por Lucas. E o inferno veio comigo.