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img img Romance img SERÁ QUE FOI UM ERRO?

Sinopse

Sou Alice de Bragança, nascida e criada na pequena ilha chamada Ventos Suaves, situada no interior do Norte do Brasil. Tenho uma família um tanto quanto atrapalhada, mas não me sinto azarada por isso. Considero-me uma mulher moderna: trabalho em um escritório de contabilidade, mas me isolo um pouco para me dar bem com os meus colegas de trabalho. Alguns dizem que sou estabanada, o que é verdade. As pessoas mais próximas - se é que posso considerar que tenho – vivem me dizendo que exagero no trabalho. Elas acreditam que não percebo que a maioria dos colegas realmente me cobram muito além das minhas funções, e que tento agradar a todos de qualquer jeito. Tenho uma ótima amiga, Janete, estagiária do escritório. Como ela não trabalha no meu setor, nos vemos apenas algumas vezes. Não estou mais morando na minha ilha natal, mas sim em uma pequena cidade chamada Vitória da Encosta. Tenho um namorado, Marcos. Sou muito apaixonada por ele e faço de tudo para que meu amor seja mais acessível aos meus sentimentos. Porém, ele é um homem um tanto distante que parece não se importar com o que faço. Tento de tudo para agradá-lo, mas Janete diz que, na verdade, ele me menospreza e suga o pouco de dinheiro que consigo com meu trabalhando e horas extras. Mesmo assim, sou bastante esforçada e me sustento: pago o aluguel do meu apartamento todos os meses e, às vezes, até envio dinheiro para a minha mãe, isso quando sobra algum. Sei que estou dando o meu máximo para sustentar os caprichos do meu namorado, que amo de paixão, uma pena que o sinto um pouco distante. Tenho esperanças de reavivar nosso namoro, que anda frio nos últimos meses. Ele garante que voltará a ser o que éramos antes se eu lhe der alguns presentes. Me chamo Diego da Nobrega, um rico empresário do ramo do álcool combustível. Sou presidente na empresa da minha família, que é influente no mundo inteiro, tendo filiais inclusive na Europa. Me sinto muito apaixonado pela minha namorada, Clara. Ela é uma mulher muito bonita, bailaria e atriz de musicais, que viaja pelo mundo atuando em grandes espetáculos. A matriarca da minha família minha avó, é uma mulher firme, que não leva desaforo para casa. Ela era a antiga presidente da nossa empresa, hoje ela é a CEO. Até me ajuda de vez em quando, porém quer realizar o sonho de se tornar bisavó e tentará a todo custo que eu me case com alguém que possa lhe proporcionar esse sonho. Não sou a favor de um casamento por obrigação. Não estamos nos anos 50 e, afinal, mesmo sendo muito rico, nem sempre temos o que queremos ou desejamos. Observação: Personagens e lugares, foram criados apenas para este livro e não existem na vida real. Para maiores de 18 anos.

Capítulo 1 ARRUMAR TUDO PARA VIAJAR

---- Escritório de contabilidade centro da cidade. ----

- Alice, que alegria toda é essa? Me conta que eu também quero ficar feliz.

- Janete, juro, que nesses meus 26 anos de vida não me sinto tão feliz. Estava até esgotada que há mais de um mês.

- Deve ser alguma coisa boa para esbanjar toda essa felicidade. Você é bem reservada.

- É que estou me preparando para aquela viagem de cruzeiro, Janete.

- Gostei! Se eu tivesse dinheiro, iria junto.

- Sei que é caro pelo meu pequeno bolso, mas preciso fazer essa viagem.

- Alice, torço por sua felicidade. – Janete sorriu.

- Eu sei miga.

- Nesse caso, não cometa nenhuma loucura. Você começou a organizar sua vida financeira há pouco tempo e ainda deve horrores na faculdade.

- Nem quero pensar no que devo, senão nem saio de casa. Aliás, sairia apenas para trabalhar. Triste vida de sofredora.

- Se for pensar assim, nem eu saio. Duro ser pobre, miga.

- Por isso mesmo que vou investir nessa viagem.

"Vou reaver o meu namoro com o Marcos, sinto que ele está ficando distante. Para salvar nosso romance, vou comprar em doze suaves prestações o pacote de viagem para esse cruzeiro de luxo que ele tanto falou. É um sonho dele, e se ele for comigo, será inesquecível! Nessa viagem, pretendo dar um grande passo no nosso romance de dois anos."

Uma hora depois...

- Janete, finalmente consegui! Comprei as passagens para o cruzeiro pelo Caribe. O Marcos vai adorar. Afinal, ele disse que voltaríamos a namorar como antes se eu desse este presente para ele.

- Alice, pelo seu bem, você deveria ter cuidado com o que faz pelos outros. Você não é a empregada dele. Pelo que vejo, parece que ele só quer te explorar.

- Não, amiga, sei que ele me ama. Já namoramos há quase dois anos e eu nunca quis dar um passo além no nosso relacionamento.

- Ele deveria respeitar a sua decisão! Fazer sexo só porque o seu namorado decidiu, deveria ser fora de questão.

- Você sabe. Os homens se interessam muito por sexo. Não posso me considerar moderna se não conseguir fazer isso pelo meu namorado.

- Pelo seu namorado? Tinha que ser porque você quer, Alice! Aquele homem não parece ser honesto o suficiente. Ele não te valoriza, e dormir com ele não vai mudar em nada o que ele sente por você.

- Ele é diferente, sei que é. Só que está passando por uma fase que nem consegue um contrato de jogador de futebol. Precisa mesmo espairecer e de minha ajuda.

- Ninguém muda sentimentos por receber ajuda ou porque fez algo por uma pessoa que não gosta de verdade. – Janete suspirou.

- Vai ver, amiga, nós vamos reatar. É só eu ceder ao que o Marcos quer, sinto que ele vai amolecer o coração. – Alice sorriu.

- Alice, aquele lá não parece ser do tipo romântico, talvez só você pense isso. Está parecendo algo unilateral, um romance que o cara se aproveita dos seus sentimentos e não apenas isso.

- Amiga, tenho que voltar a trabalhar. Ainda tenho muito trabalho para digitar. As pessoas pedem, sabe que não sei dizer não.

- Alice, o seu trabalho já terminou faz tempo! Esqueça os pedidos que só favorecem os colegas. Eles são uns aproveitadores.

- Tenho que fazer as coisas que me pediram. Senão, eles acabam ficando chateados quando furo com eles. Principalmente se o trabalho acumular.

- Alice, você se esforça demais pelas pessoas erradas!

- Sabe que só vou ficar bem se ajudar os meus companheiros de trabalho.

- Nunca vou te entender, Alice. Tente ser menos obediente, busque fazer algo mais rebelde. Se solta mulher! – Ela tocou no ombro da amiga.

- Simplesmente não consigo!

- Tente pelo menos começar.

- Não, Janete, sou mole quando se trata de ajudar os outros. Sinto um peso na consciência.

- Bom, Liz, já estou indo, e você deveria fazer exatamente o mesmo.

- Prometo que fico apenas um pouco mais.

--- Centro comercial de Vitória da Encosta, Empresa da Nóbrega. ---

- Tadeu, então o que me diz? Podemos vender a ilha ainda nesta semana?

- Senhor Diego, lá mora uma pequena população que vive da pesca de peixes, ostras e outros frutos do mar. As pessoas precisam do trabalho para sobreviver.

- Sei que é um homem decidido, senhor Diego, que não costuma mudar de ideia tão fácil.

- Não me interessa se isso que chamam de ilha não me der lucro. Não sou bonzinho assim, a ponto de fazer caridade para um grupo de pessoas que eu nem conheço.

- Claro, o senhor é quem manda. - "Esse deve se achar só porque tem cabelos castanhos escuros e olhos acinzentados, é forte, com aproximadamente 1.90 m de altura e é podre de rico?"

- Marque uma reunião o mais rápido possível, máximo até a próxima semana. Seja lá onde for que os empresários estiverem, vou atrás deles. Não gosto de negócios que não me rendam bons frutos.

Ele olhou sério.

- Deve ser por isso que está podre de rico.

- Eu não ouvi você falar nada disso, Tadeu. Escutei?!

- Não, senhor. - "Ainda bem que não escuta pensamentos."

- Jeremias, se mais algum de vocês achar que não conseguirei vender aquele pedaço de terra, que saia daqui agora, peça demissão e procure outro emprego. Não quero nenhum pensamento contrário ao que tenho. – Disse o encarando.

- Entendido, senhor! – Todos responderam.

- Senhor Diego, já que o senhor insiste, irei procurar um comprador para aquela bendita ilha o mais rápido possível.

- É assim que se fala. – Bateu na mesa. - E sei muito bem que é petulante, Tadeu. Seu olhar diz o que pensa sobre mim. Se controle, homem.

"Será que esse homem tem mesmo esse poder de saber o que penso, apenas pelo meu olhar!? Não se tivesse escutado eu estaria demitido."

- Não pensei nada, senhor!

- Melhor assim. Se não tiver satisfeito, já sabe.

--- Minutos depois, no escritório da Biogás da Nóbrega. ---

- Senhor, parece que um grupo de empresários interessado pela tal ilha estará em um cruzeiro pelo Caribe na próxima semana.

- Então, Jeremias, trate de comprar as minhas passagens e uma extra para a Clara, de primeira classe. – Ele sorriu. - Vou aproveitar para fazer mais um pedido de noivado.

- Claro, senhor!

- E, de quebra, oferecer aquela ilha sem graça por um bom preço.

"Minha linda namorada tem a pele tão clara, o que combina com seu nome, Clara. Seus lindos cabelos castanhos levemente ondulados, com aproximadamente 1.60 m de altura, e é magra, com tudo no lugar. Ela é maravilhosa."

- O senhor está pensando nela mais uma vez?

- O que disse, Tadeu?

- Seu olhar e o leve sorriso.

- Não se meta na minha vida!

- Mas, senhor, este será o terceiro pedido. Se contar somente os deste ano.

- Quem se importa com isso? Se precisar, pedirei Clara em casamento por uma vida inteira. Sabe que a amo!

- A sua avó, Gorete, já não aguenta mais de tanto esperar.

- Tadeu, se tudo der certo, e tenho quase certeza que vai, semana que vem estarei finalmente noivo da Clara, e minha avó não terá do que reclamar. Nem que demore a ter filhos.

- A não ser pelo fato de que ela não terá um bisneto.

- Nem me lembre disso. Mesmo assim, posso protelar com o casamento.

- Claro que pode, senhor. – Tadeu disse com um leve sorriso.

- Olhe, homem. Não senti firmeza em suas palavras.

- É que a sua avó quer que o senhor se case porque quer ter um bisneto antes de fazer 80 anos, e isso já é para ano que vem. - "Em resumo, esse cara vai descontar em mim se tudo der errado! Tomara que saia logo esse bendito noivado!"

- Por que cargas d'água eu sou filho único e sem primos? Essas bobagens só sobram para mim.

- Ela quer o tal herdeiro, senhor!

- Esse assunto já deu. Vai logo aos afazeres que tenho que conseguir organizar meu mais novo pedido de noivado. Quero que tudo ocorra perfeitamente e Clara não me recuse mais uma vez.

- Já acionei a equipe. Tem pelo menos 10 pessoas envolvidas só para organizar tudo, antes de entrarmos no cruzeiro senhor.

- Jeremias e Tadeu, não economizem nesse navio. Comprem o que precisar e preparem tudo do melhor. Escutem com atenção: não vou economizar gastos.

"Mais uma vez, está metido a besta. Para que esbanjar tanto dinheiro?" – Tadeu pensou.

- Que olhar é esse, Tadeu? – Diego resmungou.

- Nada, senhor. Estava pensando apenas que é romântico. – Ele sorriu falso.

- Está querendo dizer alguma coisa?

- Apenas que vou providenciar tudo. Não é Jeremias?

- Claro!

- Estou achando que dou muita liberdade para vocês dois.

--- Enquanto isso, em um escritório perto dali, no centro da cidade. ---

- Não acredito que já passou das 20 da noite e eu estou aqui sozinha, trabalhando para terminar um serviço que nem é meu! Por que eu aceitei? Infelizmente, nem sei por que sou tão boba. Depois, ainda tenho que correr contra o tempo para arrumar minhas malas!

- Vou ligar para o Marcos para matar a saudade. – Alice esboçou um sorriso.

"Meu Marcos é um homem perfeito, magro, com 1.85 m de altura, cabelos castanhos e olhos esverdeados. Meu mais lindo romance!"

--- Início da ligação. ---

- Alô, amor! Está com saudades de mim?

- Ei, Alice, estou com fome. Não tem nada pra comer nesse seu apartamento.

- Me desculpe, é que estou sobrecarga de trabalho e não tive tempo de comprar nada.

- Quando vier, pode trazer um sanduba com refrigerante?

- Claro! Meu amor.

- Vai demorar? Não poderia pedir? Sabe que gosto de ser servido pela minha mulher.

- Vou demorar pelo menos uma hora!

- Tudo bem, aguardo.

- Já arrumou as suas coisas?

- Não, isso também vou deixar passar. Você é a melhor no papel de empregada, minha magrelinha.

- Poxa! Vou chegar cansada e você, que está o dia todo aí, nem ao menos...

- Vou desligar, estou vendo futebol e meu time está ganhando.

- Marcos! Me escute...

--- Fim da ligação. ---

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