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Todo Meu 1

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img Romance
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4.5
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Sinopse

Lucas Gudman, um magnata dos negócios sob forte pressão familiar e da mídia, decide que a solução é um casamento arranjado. Ele contrata uma noiva "online" para um contrato de um ano, com um pagamento milionário, esperando uma farsa discreta e controlada. Do outro lado da cidade, Lina Santos, uma atriz promissora, consegue seu primeiro grande papel como noiva em um filme independente. O problema? Ninguém a avisou que o local de gravação mudou. Vestida para a cena e acreditando estar em um set super realista, Lina entra na igreja errada, direto no casamento de Lucas. Agora, o noivo de mentira e a atriz desavisada estão oficialmente casados. Sem contrato, sem roteiro, e com a imprensa faminta por um escândalo, Lucas e Lina precisam navegar por um casamento relâmpago, repleto de mal-entendidos hilários e uma atração inegável que pode transformar essa farsa em algo muito real. Será que um erro pode ser o destino?

Capítulo 1 O Contrato e a Cena

Lucas Gudman, o magnata londrino cujo nome ecoava pelos corredores do poder global, encarava o jornal matinal com desdém. Na capa, letras garrafais berravam: "O Magnata Gudman: Solteiro por Escolha ou Desespero?". Ao lado, a foto calculada de sua mãe, a matriarca Imelda Gudman, exibia um sorriso que Lucas conhecia bem – um misto de escárnio e exasperação. O café, antes quente na xícara de porcelana fina, agora esfriava, assim como sua paciência. A pressão de sua família e da imprensa havia se tornado insuportável.

"Lucas, precisamos de uma solução", a voz de Imelda, mesmo distante, ressoava em sua mente. Era a ladainha semanal. "Seu status de solteiro está afetando a imagem da empresa. Acionistas questionando sua estabilidade, a imprensa especulando sobre sua vida pessoal... É inaceitável para um Gudman."

Ele afrouxou a gravata de seda, soltando um suspiro pesado. Lucas era um arquiteto de impérios, um estrategista implacável. Construíra sua fortuna com racionalidade e controle. Para ele, um casamento não passava de um contrato, uma distração. Sua prioridade era o patrimônio Gudman. Relações emocionais eram complicações desnecessárias. Em casa, o casamento de seus pais era um exemplo de frieza; sua mãe, Imelda, lidava com tudo sozinha enquanto o pai, Sebastian, posava para revistas, colhendo todos os louros. Aquela imagem o perseguia.

Foi sua assistente executiva, a eficiente Srta. Sophia, quem trouxe a luz. Em particular, ela sussurrou a ideia: "Uma atriz, senhor. Contratada pela internet, para viver uma vida de noiva de luxo ao seu lado." Parecia absurdo, mas a lógica de Lucas prevaleceu. Era prático. Um ano. Um milhão e duzentos mil dólares, cem mil por mês. Simples e direto. Uma fachada para acalmar os ânimos, afastar os paparazzi e garantir a imagem impecável da Corporação Gudman. A escolhida, uma mulher discreta e sem histórico, assinaria sob um nome falso, sem deixar rastros legais após o término. Perfeito.

Lucas acatou a ideia de Sophia e iniciou a busca secreta por sua "noiva". Dias se passaram, com conversas e testes com diversas atrizes dispostas a assumir o papel. Nenhuma o agradava intelectual ou fisicamente. Quatro dias de busca infrutífera. Sentado em seu escritório na Gudman's Army Indústrias, ele estava à beira da desistência quando o telefone tocou. Era de Londres.

"Como está meu irmão favorito do Texas?!" A voz era inegavelmente provocativa. Lucas, já irritado com a falta de sucesso em sua busca, respondeu num tom mais áspero que o habitual. "O que você quer? Me ligar a essa hora para dizer que ganhou mais um corcel da Espanha?!" Apesar da irritação, mantinha um respeito velado pelo irmão mais velho.

"Não, Sr. Gudman!", a voz do irmão zombou. "O motivo da minha ligação é para lembrar que em um ano é a festa da nossa avó! Você e sua noiva não faltem!" Ele fez uma pausa dramática. "Ah, esqueci, meu irmão saiu no jornal por não ter equilíbrio entre pessoal e profissional! Irmão, não vai ofuscar as esperanças da vovó de te ver casado, hein!" Com essa última provocação, o irmão desligou, deixando Lucas imerso em seus pensamentos sobre a festa da avó materna.

Naquele mesmo instante, uma notificação de seu "Instagnata" - a rede social exclusiva da elite - piscou. Lucas clicou. Uma foto. Uma loira linda, com uma elegância que exalava inteligência e luxo, parecia ideal para o papel. Eles conversaram a noite toda, se conhecendo para otimizar a "atuação". Lucas propôs o casamento por contrato, especificando o valor final e as "tarefas" mensais da atriz. Ela aceitou, com a condição de um adiantamento de 30% como garantia de sigilo. Acordo selado. Em poucos dias, Lucas Gudman anunciava seu casamento.

A notícia, vinda de um magnata tão recluso, eletrizou a mídia. Lucas Gudman se casaria? Seria um noivado verdadeiro ou uma fachada? Quem seria a mulher capaz de dobrar o enigmático Lucas para o matrimônio? Ela estaria à altura da família Gudman? Perguntas pipocavam em manchetes, programas de fofoca e círculos empresariais.

Vinte e um dias depois, em uma linda manhã, Lucas se levantou na suíte de seu apartamento em Paris. O sol tropical já aquecia as ruas lá fora. Hoje era o dia. Seu casamento. Uma farsa que, ele esperava, finalmente traria a tão desejada paz. A mulher que aguardava na igreja deveria ser profissional, pontual e, acima de tudo, discreta após o término do acordo. Não havia espaço para surpresas.

Do outro lado da cidade das luzes, em um pequeno apartamento alugado que dividia com uma colega de faculdade, Lina Santos girava em frente ao espelho. O vestido de noiva, embora simples, realçava sua silhueta com perfeição. Os cabelos negros estavam presos em um coque elegante, e o batom vermelho dava um toque vibrante à sua boca. Seus olhos brilhavam de excitação.

"Eu não acredito que consegui esse papel!", ela murmurou para si mesma, ajustando o véu. "Noiva, logo de cara! Quem diria que um filme de baixo custo teria um figurino tão impecável?"

Ela ainda se lembrava da ligação da produção, há poucos dias. Um teste rápido, uma confirmação quase imediata. O papel era de uma noiva em uma cena de casamento. Não era Hollywood, mas era um começo. Uma chance de mostrar seu talento depois de anos de formação e de incontáveis "nãos". Sua experiência no teatro a preparara para qualquer desafio, e ela estava pronta para mergulhar no papel.

"O roteiro era bem básico, mas o diretor disse que dava espaço para improviso", Lina pensou, enquanto pegava sua pequena bolsa. "Nem me mandaram o roteiro completo, disseram para eu ir lá e atuar. Que confiança! Adorei a ideia."

Lina se apressou. Não podia se atrasar para sua grande chance. O endereço era uma igreja no centro luxuoso da cidade. Estranho para um filme de baixo custo, mas talvez a produtora tivesse conseguido um patrocínio inesperado. A van de produção deveria estar esperando-a na porta. Ela mal podia esperar para começar a filmar e mostrar ao mundo do que Lina Santos era capaz. Mal sabia ela que o diretor do filme havia mudado o local da gravação ao descobrir sobre o casamento particular do magnata, mas o aviso nunca chegou a seus ouvidos. Preocupada com a demora da van, Lina, com seu último saldo na conta, pediu o carro mais luxuoso disponível no aplicativo para o local designado. Ela não queria chegar atrasada ou de qualquer forma, ainda mais para um papel tão importante.

Ao chegar à rua da igreja, Lina avistou algumas câmeras e flashes, além de um aglomerado de pessoas. "Nossa, que profissionalismo para um filme de baixo custo!", ela pensou, impressionada. "O diretor deve ser um economista, mas um excelente diretor e roteirista! Que qualidade!"

Apertando a pequena bolsa contra o corpo, Lina sentiu o frio na barriga. Aquela era sua grande chance. Não iria interromper as "gravações". Iria entrar atuando. No nervosismo diante das câmeras, dos jornalistas e de todos os convidados - que ela acreditava serem "figurantes de um filme" - acabou deixando a bolsa no carro do aplicativo. Ela saiu do veículo e se postou na entrada da igreja.

A noiva contratada por Lucas, seguindo instruções para criar expectativa, atrasava-se propositalmente. Foi nesse instante, enquanto a porta se abria, que Lina, em seu vestido branco e deslumbrante, pisou no tapete vermelho do corredor da igreja. A Marcha Nupcial começou a tocar, alta e clara. Todos os olhos se voltaram para ela. Uma bela mulher, silhueta perfeita, cabelos negros como a noite, a boca vermelha em contraste com o tom corado naturalmente em seu rosto. Uma noiva estava entrando na igreja. Todos se admiraram com a grandiosa beleza daquela que parecia ser a estrela do evento.

Lucas, parado no altar, sentiu um sobressalto. Não esperava aquela visão. Os cabelos negros, a postura impecável. Sua noiva contratada era loira. Por um instante, a confusão nublou seu raciocínio metódico. "Nossa, essa atriz até pintou os cabelos para combinar com o seu papel", pensou ele, enquanto a melodia da marcha nupcial preenchia o ambiente. "Devo admitir que esse cabelo escuro lhe caiu melhor que o anterior. Realmente, um toque de profissionalismo inesperado."

Lina sorriu, atuando. Pensou: "Uau, que real! A produção realmente caprichou nos figurantes. Eles são muito bons!" Ela prosseguiu seu caminho pelo corredor, passo a passo, em direção ao altar, onde um homem alto e elegante, com uma expressão séria, a aguardava. Seus olhares se encontraram por um breve segundo. Ele a viu, e ela o viu.

Ela não sabia que não se tratava de uma cena, mas de um destino novo e certo.

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