-- Anna, Anna banana, acorda.- Liz gritou, puxando o edredon da irmã.
-- Me deixa dormir. - resmungou Anna, puxando a coberta de volta. - é sábado, não tenho aula.
-- Sua dorminhoca, acorda, tenho novidades pra você.
-- Liz, por favor, fiz um extra ontem no café do campus, cheguei super tarde, tive que terminar o trabalho de computação gráfica, que é para segunda, e daqui a pouco pego turno dobrado na lanchonete da Martha. - desabafou ela sentando-se na cama e encarando a irmã com olhos vermelhos.
-- Você vai é morrer de tanto esforço pra ganhar uns trocados, você é igualzinha ao velho rabugento.
-- É. Mas são esses trocados que o papai e eu ganhamos, que botam comida na mesa e pagam as contas. - nem se deu o trabalho de se magoar pelas palavras de Liz. Ela sempre deixou claro que não pretendia se matar de trabalhar, e que o segredo do sucesso era se casar com um cara muito rico.
-- Detalhes. - desdenhou Liz, abanando a mão, como se tivesse espantando um inseto. - Adivinha com quem passei uma noite maravilhosa.
-- Com o gênio da lâmpada? - perguntou ela - Está toda amarrotada, como se tivesse saído de uma garrafa. E que roupa é essa? Você parece uma prostituta, no final de uma longa noite. Se papai te ver assim, vai ter um infarto.
-- o velho já saiu. É lindo né? Disse Liz, passando as mãos pelo vestido curto e justo. - peguei emprestado com a Mayra.
-- É vulgar e uns dois números menor que o seu.
-- É sexi, não vulgar! Você tá é com inveja, porque um homem como Sam, nem olharia para você.
-- E quem é Sam?
-- Aquele cara riquíssimo, lindo e maravilhoso que te falei semana passada. O da loira magrela, aquela modelo famosa. Lembra?
-- Vagamente. - asentiu Anna.
-- Então, desde que eu o conheci, em todos os lugares que ele ia, eu dava um jeito de estar também e ontem ele estava sozinho. Aparentemente deu um pé na magrela. Eu aproveitei pra me aproximar e...
-- Como você conseguiu ir aos lugares que ele frequenta? Se ele é da alta sociedade? - cortou ela.
-- Como você é ingênua, maninha. Sempre tem um babaca com dinheiro pra me bancar. É só fazer uns agradinhos nele.
-- Porque não se casa com um desses babacas então? Aí não precisa correr atrás do tal do Sam.
-- Eca!! - fez Liz - Jamais me casaria com um desses caras babões, e além disso nem todos são solteiros. - continuou falando sem perceber a expressão enojada da irmã. - Sam é diferente, além de mega rico, é lindo, gostoso, educado...
-- Mas ele nem mora aqui. Você não disse que ele mora em Londres? Como vai ser?
-- Aí é que está! Ontem fizemos amor a noite inteira e dei a entender que iria com ele, pra onde ele quiser.
-- Você quer dizer que fizeram sexo a noite inteira, não é? - Disse Anna, levantando-se. Aquela conversa já a estava cansando.
Liz era deslumbrada, achava que todos os homens caiam aos seus pés e se apaixonariam perdidamente por ela. Ia quebrar a cara! Não que desejasse o mal da irmã, mas, era realista demais para achar que um milionário casaria com a filha um mero professor de ensino médio.
-- Não foi só sexo, tivemos uma conexão, eu senti e tenho certeza que ele sentiu também! - gritou Liz, para que a irmã a ouvisse, já que esta saiu do quarto e fechou a porta.