- Que diabos... ele já está bêbado...? - A mulher murmurou baixinho enquanto o observava da cabeça aos pés, ele deixou Gisele com calor por todo o corpo, seu olhar penetrante era o motivo que causou seu nervosismo.
Quanto mais pensava nas possibilidades daquele CEO querer contratá-la e não mostrar nenhum tipo de reação ao ver tamanha beleza na sua frente, ela estreitou ainda mais os olhos.
- Você não quer assinar o contrato para que eu possa ir para o meu quarto? - Gabriel questionou, o que estava mais para uma ordem, seu tom de fala frio a deixou paralisada, fazendo-a acenar com a cabeça sem pensar duas vezes.
Abrindo um sorriso, o homem sinalizou para o motorista particular que havia trazido Gisele até a mansão, o senhor rapidamente pegou alguns documentos junto com uma caneta dourada que estava em uma estante próxima e colocou a mesa de madeira na frente dela.
A mulher engoliu em seco ao se aproximar, ao mesmo tempo que foi feita a proposta pelo e-mail, foi enviado também um anexo do contrato de antevisão, apesar de o ter lido e relido inúmeras vezes, ela não sabe muito bem destes assuntos, além de que mesmo não tendo tanto dinheiro para pagar um advogado, 90% do que ganhava ficando com tantos homens em uma semana era apenas o suficiente para pagar as mensalidades da suíte e fazer as refeições necessárias.
Gisele não era burra, é claro que ela tinha a menor noção das cláusulas que lerá com atenção um dia atrás, embora não tivesse entendido todo o conteúdo escrito.
Mesmo assim, a figura se aproximou da mesa, pegando a caneta dourada nos dedos e pousando-a na linha do canto inferior, que precisava de sua assinatura.
Fazer isso era como entregar sua alma ao diabo por 1 ano, durante esse tempo ela teria que obedecer a todas as ordens dele, fosse para satisfazer seus desejos físicos ou não, não importava o quanto ela sofresse, no final 1 milhão mudaria toda a sua vida.
Se o desejo a tivesse cegado, a mulher não sabia, mais segundos depois, o documento estava com sua assinatura, seu nome completo que estava escrito impecavelmente bem, não havia como voltar atrás.
- Parece que agora você é oficialmente minha esposa, então devo chamá-la assim? - ele indagou, abrindo um sorriso depois de ver a expressão envergonhada dela.
Gabriel deu um grande gole em seu uísque, colocando o copo vazio na mesa e se aproximando lentamente.
Agora o homem estava tão perto que Gisele podia sentir o odor da bebida impregnado em seu corpo, embora ele não deixasse de permanecer sexy enquanto olhava nos olhos dela com malícia, fazendo seu coração bater descontroladamente.
Não demorou muito para que a figura soltasse uma risada relaxada e depois colocasse a mão no bolso da calça.
- Eu vou parar de provocá-la, Jones, leve-a para seu novo quarto e a ajude caso precise de alguma coisa. - ele ordenou indiferentemente enquanto se afastava.
O mesmo senhor que a trouxe para a mansão agora a estava guiando para seus aposentos a mando de seu chefe, enquanto subia as escadas, Gisele praguejou para si mesma: como aquele homem poderia deixá-la tão nervosa e nem mesmo querê-la em sua cama? Isso a deixou de certa forma inquieta.
- Senhora, agora vou me retirar, o senhor já providenciou a entrega de seus pertences do hotel aqui, é só pedir o que quiser a uma das empregadas. - a figura disse, fazendo uma reverência respeitosa e caminhando rapidamente na direção oposta do corredor.
Entrando no local, a mulher curvou os lábios num perfeito 'uau', tudo era muito luxuoso e alinhado, desde a lareira apagada na parede cinza até o piso de mármore que combinava com o chique tapete de couro. Cada detalhe parecia ser cuidadosamente planejado, a cama aconchegante que ela acabará de deitar era grande o suficiente para quatro pessoas dormirem juntas.
Gisele parecia pensar em tudo o que havia acontecido com ela, um dia atrás não passava de uma prostituta e no outro se tornou esposa de um cara rico. Como as coisas mudaram de rumo de tal forma ela não fazia ideia, mas ainda se sentia internamente feliz por essa sua conquista.
Quando pequena, sua família era de classe média, ao contrário de muitas outras crianças, ela sempre tinha roupas para esquentá-la do frio e brinquedos novos, o luxo só parou na adolescência, quando sua mãe morreu e seu pai se endividou, não seria surpresa se ele estivesse bebendo agora e caindo em alguma rua qualquer.
À medida que pensava nas possibilidades de cada assunto, sua pálpebra ficava mais pesada, suas mãos se fecharam em punhos, agarrando o lençol branco, enquanto seus longos cabelos ondulados caíam sobre a cama, mostrando a beleza dos fios, não demorou muito para a mulher adormecer, esperando que o dia de amanhã fosse melhor que a sua primeira semana de trabalho.