Capítulo 2 Ir a escola

É hoje finalmente o dia, a ansiedade me consome, eu nem consegui dormir direito, chego até a ficar com falta de ar, a barriga dói..

- calma Yelena.. respira... 1, 2, 3...

- Yelenaa pode descer aqui um minuto?

Ao descer as escadas e entrar na cozinha observo minha mãe respirar pesado andando pela cozinha de forma desordenada.

- me chamou mãe ?

- ( respirou fundo) tem certeza ?

Não a deixo terminar de falar e a interrompo

- mãe ? Jura ? De novo essa conversa não!

- mas tudo bem querida se você quiser esperar por mais um ano...

Meu pai se aproxima colocando as mãos em seu ombro a interrompendo.

- querida (a olha com olhos suplicantes) a nossa filha disse que tem certeza, já está mais do que na hora.

Desde que nós mudamos nós entramos em um acordo que eu poderia ficar sem ir a uma escola pelo tempo que eu precisasse, mas isso não significaria que eu não estudaria, meus pais contrataram tutores para que eu aprendesse em casa, meus pais foram transparentes ao contratar os tutores o motivo pelo qual por enquanto eu estudaria em casa, e realmente foi ótimo, aprendi muito, porém eu não posso ficar presa dentro de casa para sempre sem nunca ir a escola e tentar fazer amigos!

Meio relutante eles concordaram, embora minha mãe sempre tenta me fazer mudar de ideia.

- mãe! Eu vou ficar bem, prometo.

Vou até ela e ela respira fundo.

- nem parece que hoje é o meu primeiro dia de aula, parece até que é o seu ( lhe dou um sorriso amarelo)

- para mim é como se fosse meu amor - ela diz colocando as mãos nas laterais do meu rosto.

Eu entendo a minha mãe, nunca poderia a julgar, até porque as crises de ansiedade que eu tive, as muitas consultas as quais eu fui, os dias aos quais eu chegava em casa aos prantos. todos esses episódios ela passou ao meu lado, sendo forte, e só se permitia chorar nos braços do meu pai, no refúgio do quarto deles as portas fechadas para que eu não a escutasse chorar, eu sempre fingi que não via ou ouvia, pois sabia que ela não queria me preocupar, ela queria ser forte por mim, e eu me acho meio egoísta porque eu deixei, eu queria ser cuidada, essa é uma das funções dos pais não é mesmo?! Acolher e cuidar dos filhos, não aguentar nada sozinha, eles sempre me ensinaram isso, então me agarrei neles, meu porto seguro.

Meu pai sempre deu graças a Deus pelo fato dos meninos nunca terem feito nada, eles cochichavam como todos faziam, porém nunca levantaram a mão ou se quer me ofenderam diretamente com palavras, as meninas eram mais maldosas nessa parte, meu pai falou que não saberia se segurar se um menino me ofendesse, se não dependendo ele e o pai sofreriam as consequencias dos seus atos, uma vez perguntei ao meu pai o porque dependendo o pai do menino também sofreria, e ele me disse que se o filho faz e o pai é conivente, deve sofrer igual a quem cometeu o ato, meu pai sempre diz que muitas vezes o pai educa e o filho não quer saber, disse que nem sempre uma pessoa é ruim por má educação em casa.

            
            

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