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[Ponto de vista: Olívia]
O elevador desceu devagar, mas o coração de Olívia parecia não acompanhar o mesmo ritmo. A cada andar, sua respiração oscilava. Ela saíra da sala de reuniões minutos atrás, mas a presença de Noah Ferraz ainda a envolvia como um cheiro que se impregnava na pele.
Noah era o tipo de homem que deixava o ambiente menor só por existir dentro dele. E ela, que sempre se considerou imune a esse tipo de presença masculina dominante, começava a perceber o quanto isso a irritava - e excitava.
As palavras dele ainda ecoavam:
"Você ainda nem viu o que é provocação."
Ela não sabia o que odiava mais: o tom de desafio, a certeza dele ou a forma como seu corpo reagira a tudo aquilo.
Quando o elevador se abriu no térreo, ela atravessou o saguão de mármore branco como se estivesse em uma passarela, ignorando os olhares de executivos engravatados. Estava linda, poderosa, confiante... mas dentro dela, tudo estava bagunçado.
Era como se Noah tivesse mexido em uma parte dela que ela havia blindado há anos.
E aquilo a deixava furiosa.
[Ponto de vista: Noah]
Noah ainda olhava para a porta da sala de reuniões mesmo minutos depois que ela havia saído.
Ela tinha perfume de mulher perigosa. Não era floral, nem doce. Era quente, amadeirado, com um toque de couro e desafio. E ele queria mais. Muito mais.
Voltou para sua sala e fechou a porta. Tirou o paletó e afrouxou a gravata. Estava suando, e não era pelo calor.
Ele já tinha tido mulheres de todos os tipos. Modelos, executivas, socialites. Algumas se jogavam nele. Outras fingiam resistência para parecerem mais interessantes. Mas Olívia... ela era um enigma.
Ele não sabia se queria prendê-la pelo cabelo ou se ajoelhar diante dela e pedir para ser quebrado.
Sentou-se na poltrona de couro e abriu o arquivo com a ficha dela que Lucas havia enviado. Ele não deveria estar fazendo aquilo. Mas Noah não sabia brincar - quando queria algo, queria por completo.
E ele queria Olívia.
Leu tudo. Viu fotos. Estudou o nome da empresa onde ela trabalhava. Os projetos. Os artigos publicados. Ela era foda. Inteligente, reconhecida, admirada. Ela não precisava dele. E isso o deixava ainda mais obcecado.
Era isso que tornava aquela mulher tão insuportavelmente atraente.
Ela não queria nada dele. Nem status. Nem proteção. Nem dinheiro.
Ela só queria ser deixada em paz.
E era por isso que ele não conseguia.
[Ponto de vista: Olívia]
Naquela noite, Olívia não saiu de casa.
Pediu um jantar tailandês pelo aplicativo, prendeu o cabelo em um coque e vestiu uma camisola leve de cetim nude, que deixava os mamilos discretamente marcados pelo tecido.
Estava sozinha no apartamento de dois quartos decorado com plantas, livros e obras de arte independentes. Tudo era lindo, funcional e aconchegante - como ela.
Mas mesmo com a comida no prato e música no fundo, sua mente não desligava. Noah estava ali. Em cada memória do dia. Na forma como ele olhou para ela como se a devorasse. Na proximidade sufocante. Na voz grave que reverberava na base da coluna.
Ela se odiava por pensar tanto nele.
Decidiu tomar um banho. Deixou a água escorrer lentamente, como se pudesse lavar o desejo que insistia em se acumular entre suas coxas.
Fechou os olhos e, sem perceber, deixou as mãos escorregarem por seus próprios seios.
Firmeza. Sensibilidade. Ela conhecia o próprio corpo. Sabia exatamente o que a deixava molhada.
Mas naquela noite, algo estava diferente.
Ela se imaginava contra uma parede.
Mãos firmes segurando seus quadris.
A boca dele na sua nuca.
A respiração quente contra seu pescoço.
Os dedos dele escorregando entre suas pernas.
Ela arquejou. Os dedos desceram. E por um momento... ela deixou acontecer.
Mas então parou.
Bruscamente.
"Você está mesmo se masturbando pensando nele?" - disse para si mesma em voz baixa, irritada.
Não. Ela não daria esse poder a Noah Ferraz. Não ainda.
[Ponto de vista: Noah]
Noah também não dormiu.
Virou de lado. Pegou no sono por alguns minutos. Acordou de novo.
Às três da manhã, levantou, descalço, e foi até o bar da sala de estar. Serviu uísque sem gelo. Deu dois goles. A tensão ainda não passava.
Sentou-se no sofá, de cueca, com o torso coberto de tatuagens - algumas com significados que nem ele lembrava mais.
Mas naquele momento, não era a dor do passado que pesava.
Era a maldita excitação.
Pegou o celular. Abriu o Instagram. Encontrou o perfil dela.
Privado.
Foto de perfil discreta. Apenas o rosto, cabelo solto, um leve sorriso de canto.
Ele imaginou aquele sorriso depois de um orgasmo.
Ou depois de dois.
Ou... com as pernas abertas em sua cama.
O membro endureceu. Ele estava duro como pedra.
Fechou os olhos e se rendeu à imagem mental.
Olívia de joelhos.
Olívia arqueando as costas, gemendo baixo.
Olívia cravando as unhas nas costas dele enquanto ele a tomava, fundo, firme, sem piedade.
Olívia dizendo: "Mais."
A respiração de Noah ficou pesada.
Ele envolveu o próprio sexo com a mão, fechando os olhos, imaginando que era ela.
O toque era firme. Cru.
Movia a mão no ritmo em que imaginava os quadris dela dançando sob ele.
O nome dela escapou entre os dentes:
- Olívia...
E então, o clímax.
Rápido. Explosivo.
Ele caiu para trás no sofá, suando, com o peito arfando.
Mas mesmo depois do alívio, não veio a paz.
Porque ele sabia que se tocou por ela...
E ainda assim, não era o suficiente.
[Ponto de vista: Olívia]
Na manhã seguinte, o celular vibrou com uma notificação inesperada.
Mensagem de um número desconhecido.
Noah Ferraz:
"Almoço comigo hoje. Sem desculpas. Sem plateia. Endereço a seguir."
Ela arregalou os olhos. Estava na cozinha, de camiseta e calcinha, segurando uma caneca de café.
Arrogante. Mandão. Cheio de si.
Ela deveria ignorar. Deveria apagar a mensagem. Bloquear o número.
Mas não fez nada disso.
A resposta veio sozinha, antes mesmo que percebesse:
Olívia Mendes:
"Você sempre convida mulheres assim? Ou é só comigo que você manda?"
Minutos depois:
Noah:
"Com você, eu comando. Mas prometo que deixo você tentar resistir."
Ela fechou o celular. Jogou a cabeça para trás e riu.
Raiva. Tesão. Desafio.
O jogo estava só começando.
E ela... estava prestes a entrar.