Capítulo 4 PÁGINA DO MANUSCRITO ANTIGO: A ORIGEM DO VÉU DE LUNAVELEN

Muito antes da vila de Lunavelen existir, a floresta era apenas caos - um lugar onde os mundos se misturavam livremente. Espíritos caminhavam entre os vivos, criaturas surgiam da sombra, e a magia era um rio sem margens, derramando-se sobre tudo.

Foi durante esse tempo de desequilíbrio que Selune, a deusa da lua, desceu à terra em sua forma de luz e névoa, movida por compaixão e temor pelo que viria. Ela reuniu nove seres de linhagens puras - um representante de cada raça: os primeiros dos Luphan, Dríade, Nhamani, Mor'Rith, Raenari, Elenvar, Vampiro, Bruxa e Fada.

Eles eram sábios, poderosos e, acima de tudo, dispostos a renunciar parte de si pelo equilíbrio. Selune os guiou até o coração da floresta, onde as estrelas tocavam a terra. Ali, sob uma lua de prata ardente, cada um dos nove ofereceu parte da própria essência - sangue, memória, magia, luz, sombra, tempo, alma.

Com esse sacrifício, Selune selou a primeira fenda entre os mundos e criou o Véu de Lunavelen: uma barreira viva, não invisível, mas sensível, que separava o mundo físico do espiritual - não como prisão, mas como equilíbrio. O véu passou a reagir à presença da ruptura: ao medo, à ira, à magia corrompida.

A vila de Lunavelen foi fundada sobre esse ponto sagrado, não como fortaleza, mas como vigília. Os anciões que herdaram o sangue dos nove primeiros formaram o Conselho do Véu, cuja missão era manter a harmonia e perceber os sinais da ruptura antes que ela se tornasse destruição.

Mas o véu não é eterno. Seu poder depende da lua. E da escolha daqueles que carregam dentro de si tanto a sombra quanto a luz.

O CORAÇÃO DE SELUNE

Diz-se que após a criação do Véu, Selune deixou um fragmento da própria luz encarnado em um objeto - o Talismã do Véu. Ele tem a forma de uma pedra lunar lapidada em espiral, suspensa por uma corrente de prata viva. Quando tocado por alguém escolhido pelo destino, o talismã brilha com a cor da alma do portador.

Lenda do Coração: Segundo os anciões, aquele que despertar o Coração de Selune será capaz de sentir a linguagem oculta do Véu. Se for puro, poderá fortalecê-lo. Se for corrompido... poderá rasgá-lo por completo.

O talismã repousa no altar do Círculo da Pedra, guardado há gerações pelos anciões de Lunavelen. E agora, com a presença da Loba Branca... ele começa a pulsar novamente

            
            

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