A Vilã Que Reescreveu o Destino
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Capítulo 4

O silêncio que se instalou na sala foi quase palpável.

Até mesmo Bianca, com toda a sua beleza cultivada e roupas de grife, pareceu perder um pouco do brilho.

Sofia estava vestida com as roupas simples que usava em sua vida anterior, um vestido desbotado e sandálias gastas que Dona Mercedes havia lhe dado.

Mas a beleza que irradiava era de uma qualidade diferente, crua, natural, quase selvagem.

Seus cabelos escuros, antes presos de qualquer jeito, agora caíam em ondas rebeldes sobre os ombros. A pele, apesar da palidez do susto, tinha um brilho saudável. E os olhos... ah, os olhos. Grandes, expressivos, de um castanho profundo que parecia conter um universo de emoções.

Ela não era classicamente bonita como Bianca. Era algo mais, algo que prendia o olhar e acelerava o pulso. Uma beleza que não pedia licença, simplesmente existia, avassaladora.

Um leve sorriso brincou nos lábios de Sofia – um resquício da passista alegre que ela fora. Duas covinhas discretas apareceram em suas bochechas, suavizando a intensidade de seu olhar e tornando-a, por um instante, incrivelmente doce e acessível.

As amigas de Bianca se entreolharam, o espanto substituindo o desdém.

"Nossa...", uma delas sussurrou, "ela é... bonita."

"Mais bonita que a Bianca," a outra completou em voz ainda mais baixa, mas não o suficiente para que Bianca não ouvisse.

A mandíbula de Bianca enrijeceu levemente.

Vanessa, a prima, tentou consertar a situação. "Bonita, talvez, mas e daí? Sem educação, sem modos. Uma selvagem. Não se compara à elegância da Bianca."

Sofia ouviu os comentários, mas não se importou. Em sua vida anterior, ela era uma estudante universitária de design de moda, premiada por seus croquis. Ela sabia mais sobre elegância e estilo do que aquelas socialites fúteis jamais sonhariam.

O Coronel Oliveira pigarreou, quebrando o silêncio constrangedor. Ele e Laura se aproximaram.

"Sofia...", Laura disse, a voz embargada. Havia dor em seus olhos, e um toque de... carinho? "Você se parece tanto com a minha mãe."

O Coronel colocou a mão no ombro de Sofia, um gesto um pouco desajeitado. "Bem-vinda, minha filha. Sentimos muito por todos esses anos."

Sofia sentiu um nó na garganta. Eram seus pais biológicos. Mas o favoritismo por Bianca era uma ferida aberta.

Eles a apresentaram formalmente.

"Esta é sua tia Valéria," o Coronel indicou uma mulher de meia-idade, esnobe, com um olhar de peixe morto, que a mediu de cima a baixo com claro desprezo. Era a mãe de Vanessa. "E você já conhece Bianca, sua... irmã."

Bianca sorriu docemente. "Bem-vinda, Sofia. Espero que possamos ser grandes amigas." Falsidade pura.

Sofia notou a ausência dos irmãos Oliveira, os filhos legítimos do Coronel e Laura. No livro, eles idolatravam Bianca e desprezavam a "Sofia original". Provavelmente estavam evitando-a.

"E então, Sofia," Laura perguntou, tentando preencher o silêncio, "quais são seus planos para o futuro? Pensou em alguma coisa?"

Sofia respirou fundo. Era agora ou nunca.

"Eu quero ser porta-bandeira," ela declarou, a voz firme, surpreendendo a todos, inclusive a si mesma. "De uma grande escola de samba do Rio de Janeiro."

Tia Valéria soltou uma risada estridente, como o grasnar de um corvo.

"Porta-bandeira? Mas que piada! Uma favelada sem estudo querendo ser porta-bandeira? Você mal deve saber ler e escrever, quanto mais ter a graça e a elegância necessárias!"

O Coronel e Laura pareceram desconfortáveis, um misto de ceticismo e vergonha em seus rostos.

Mas Sofia manteve o queixo erguido. "Eu sei ler, escrever e dançar muito bem, obrigada."

            
            

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