Capítulo 9 1 Capitulo - A confissão de Michels

Michels suspirou profundamente, seus olhos se enchendo de lágrimas ao se lembrar daquele momento doloroso. "Eu ainda me lembro tão vividamente do dia em que tive que contar a verdade para Ryan. Foi uma das cenas mais difíceis que já vivenciei."

Ele fez uma pausa, a voz embargada pela emoção. "Quando eu sentei com ele e expliquei que precisava me afastar do relacionamento para me dedicar integralmente à minha carreira no FBI, o olhar de dor e decepção em seu rosto me partiu o coração."

Michels assentiu, uma lágrima escorrendo por seu rosto. "Sim, eu o amava profundamente. E ver a dor em seus olhos quando eu disse que não poderíamos mais ficar juntos... Foi simplesmente arrasador."

Ele fez uma pausa, a voz embargada pela emoção. "Ryan me implorou para reconsiderar, me dizendo que poderíamos encontrar um jeito de conciliar tudo. Mas eu sabia que não seria possível. Meu sonho de ser agente do FBI era tudo o que eu tinha."

Michels secou as lágrimas com a manga da camisa, a dor ainda evidente em seu rosto. "Ryan chorou tanto e me disse que eu estava destruindo tudo o que tínhamos construído juntos. Eu me senti um monstro."

Ele engoliu em seco, a garganta apertada. "Mas eu sabia que, se quisesse alcançar meus objetivos profissionais, eu precisava me manter focado e firme em minha decisão. Mesmo que isso significasse abrir mão da minha felicidade pessoal."

Michels assentiu, a tristeza ainda visível em seu olhar. "É um fardo pesado. Às vezes, eu me pergunto se valeu a pena. Mas então eu olho para tudo o que conquistei profissionalmente e sei que, no final, foi a decisão certa para mim."

Ele suspirou profundamente. "Mesmo assim, a lembrança do olhar devastado de Ryan ainda me persegue. Eu espero que, um dia, ele possa me perdoar e entender que eu precisava fazer o que acreditava ser o melhor."

Michels esboçou um sorriso triste. "Eu sei que foi uma escolha extremamente difícil, mas era algo que eu precisava fazer. Mesmo que isso tenha significado abrir mão da minha felicidade pessoal."

- O Jogo de contenda

Michels sabia que tinha que se esforçar ainda mais para provar sua masculinidade dentro do grupo competitivo de agentes do FBI. Ele sentia a pressão constante de ter que se mostrar um "pegador" para seus colegas preconceituosos.

Nas noites em que saíam para beber em bares e boates, Michels se sentia obrigado a exibir suas conquistas. Ele frequentava clubes de striptease, gastando dinheiro em dança erótica, apenas para poder contar histórias de suas façanhas com as mulheres.

Internamente, Michels se sentia profundamente desconfortável com toda essa encenação. Ele não se sentia autêntico, apenas tentando se adequar a uma imagem de masculinidade tóxica que seus colegas valorizavam. Mas Michels sabia que precisava manter as aparências, caso contrário poderia colocar sua carreira em risco.

Nas festas, Michels se vangloriava de suas conquistas amorosas, descrevendo detalhes íntimos apenas para impressionar os outros agentes. Ele sabia que essa não era a verdadeira imagem de quem ele era, mas sentia-se obrigado a agir dessa forma para ser aceito no grupo.

Por dentro, Michels se sentia profundamente incomodado com essa necessidade de provar sua masculinidade. Ele desejava poder ser verdadeiramente quem era, sem a necessidade de se esconder ou de se engajar nesse tipo de comportamento. Mas o ambiente competitivo e homofóbico no qual trabalhava não lhe deixava outra escolha.

Michels sabia que, por mais que odiasse ter que atuar dessa maneira, era um pequeno preço a pagar para manter sua carreira no FBI. Ele se concentrava em seu trabalho, buscando se destacar por suas habilidades e desempenho, mesmo que isso significasse sacrificar sua integridade pessoal em determinados momentos.

Mas um dia de aventura com seus colegas,

Michels tem uma temida surpresa para testar sua masculinidade;

O colega, com um sorriso debochado no rosto, empurrou a mulher em direção a Michels e disse: "Vamos ver se você é um homem de verdade ou só um maricas! Prove pra gente que você sabe dar prazer a uma mulher."

Michels sentiu o suor frio escorrendo por sua testa. Ele queria desesperadamente sair daquela situação, mas sabia que qualquer reação poderia levantar suspeitas e colocar sua carreira em risco.

Com o coração acelerado, Michels forçou um sorriso tenso e pegou a mão da mulher. Ele sabia que teria que improvisar e fingir um desempenho convincente, mesmo que seu corpo e sua mente estivessem em profundo desconforto.

Enquanto a mulher tentava se aproximar, Michels sentia um nó em sua garganta. Ele lançou um olhar suplicante ao seu colega, que ria debochadamente, claramente se divertindo com a humilhação à qual estava submetendo-o.

Mesmo com todo o seu treinamento e habilidades como agente do FBI, Michels sentia-se impotente naquele momento. Ele sabia que tinha que reagir de alguma forma, mas qualquer movimento em falso poderia significar o fim de sua carreira tão dificilmente construída.

Michels respirou fundo, tentando reunir forças para enfrentar aquela situação. Ele sabia que precisava manter a calma e a compostura, mesmo que seu interior estivesse em turbulência. Afinal, sua carreira e tudo o que ele havia conquistado estavam em jogo.

Michels sentiu seu coração disparar diante da provocação do colega. Ele sabia que tinha que agir, mas a perspectiva de ter que se envolver intimamente com aquela mulher, na frente de todos, o deixava completamente desconfortável.

Reunindo toda a sua força de vontade, Michels forçou um sorriso tenso e disse: "Olha, cara, eu agradeço a oportunidade, mas acho melhor não rolar. Vocês sabem que eu prefiro manter as coisas profissionais por aqui."

O colega debochou, empurrando ainda mais a mulher em direção a Michels. "Profissional? Ah, vamos lá, Michels! Mostre pra gente que você é um homem de verdade. Chupa ela até ela gemer de prazer, anda!"

Michels sentiu o suor escorrendo por sua testa. Ele sabia que precisava reagir de alguma forma, mas qualquer movimento em falso poderia colocar sua carreira em risco. Ele olhou em volta, vendo os outros colegas rindo e o pressionando.

Com um suspiro profundo, Michels disse: "Olha, eu agradeço, mas vou ter que recusar. Isso não é o tipo de coisa que eu me sinto confortável em fazer, especialmente aqui no trabalho."

O colega o encarou com desdém. "Sério, Michels? Você tá me dizendo que é gay ou algo assim? Que

decepção, cara. Pensei que você fosse um verdadeiro macho alfa como a gente."

Michels sentiu seu coração gelar. Ele sabia que tinha que agir com cautela, mas não podia deixar aquela acusação passar. "Ei, não é nada disso. Eu só não quero me envolver com uma mulher aqui no trabalho, isso é tudo."

O colega balançou a cabeça, ainda debochando. "Sei, sei. Você tá escondendo alguma coisa, Michels. Mas a gente vai descobrir, pode apostar."

Michels engoliu em seco, tentando manter a calma. Ele sabia que tinha que sair daquela situação o mais rápido possível, antes que sua orientação sexual fosse exposta e sua carreira fosse prejudicada.

Michels sentiu seu corpo tremer de nervosismo, mas ele não poderia ceder àquela humilhação. Com a voz firme, ele encarou o colega e disse: "Olha, eu não vou fazer isso. Não importa o que vocês pensem, eu não me sinto confortável com essa situação."

O colega riu debochadamente, aproximando-se de Michels com um olhar de desprezo. "Ah, então é verdade! Você é mesmo um maricas, não é? Não tem coragem de provar pra gente que é um homem de verdade."

Michels respirou fundo, tentando manter a calma, mas seu coração batia acelerado. "Eu não tenho que provar nada pra ninguém. Meu trabalho é o que importa aqui, não minha vida pessoal."

Antes que pudesse reagir, o colega o empurrou bruscamente, fazendo com que Michels tropeçasse e quase caísse. Os outros agentes riram alto, criando um ambiente de zombaria e humilhação.

"Olha só, o Michels tá com medo de uma mulher! Deve ser gay, só pode," o colega provocou, atraindo mais risos e comentários maldosos dos outros.

Michels sentiu seu rosto queimar de vergonha. Ele queria gritar, dizer a verdade e se defender, mas sabia que qualquer reação poderia ser usada contra ele. Sua carreira dependia de manter sua orientação sexual em segredo naquele ambiente tóxico.

Com os olhos marejados, Michels engoliu o nó em sua garganta e disse, tentando manter a calma: "Olha, vamos voltar ao trabalho, sim? Não preciso provar nada pra ninguém aqui."

O colega zombou ainda mais, empurrando-o novamente. "Ah, não, Michels. Você vai provar pra gente que é um homem de verdade, nem que seja à força."

Michels sentiu o pânico se apoderar de seu corpo, mas ele sabia que não podia reagir. Sua carreira estava em jogo e ele não podia colocá-la em risco, não importa o quão humilhante fosse aquela situação.

- A hora de provar

Michels sentiu seu corpo todo se tensar, seu coração batendo acelerado. Ele sabia que não tinha outra escolha a não ser ceder àquela humilhação, caso contrário sua carreira poderia estar em risco.

Com um suspiro profundo, Michels pegou a mulher pelos braços e a puxou para perto, colocando seus lábios nos dela em um beijo forçado. Ele fechou os olhos, tentando bloquear a realidade ao seu redor, focado apenas em terminar aquela cena o mais rápido possível.

Os colegas gritavam e riam alto, zombando de Michels. "Isso aí, Michels! Você é um homem mesmo, hein? Aposto que até eu consigo fazer melhor que você."

Michels sentiu-se nauseado, sua dignidade completamente esmagada. Ele queria sair dali, fugir daquela situação constrangedora, mas sabia que tinha que suportar até o fim, para manter sua carreira intacta.

Subitamente, a mulher empurrou Michels com força, se desvencilhando de seu abraço. "Seu nojento! Como você ousa me agarrar assim?" ela gritou, furiosa.

Os colegas riram ainda mais alto, apontando e zombando de Michels. "Olha só, o Michels é tão ruim de cama que a mulher nem quis ficar com ele!"

Michels sentiu seu rosto queimar de vergonha, os olhos marejados. Ele queria gritar, se defender, mas sabia que qualquer reação poderia piorar ainda mais a situação. Sua carreira no FBI significava tudo para ele e ele não podia arriscar perdê-la.

Com a voz trêmula, Michels murmurou: "Desculpe, eu... eu não queria te constranger." Ele lançou um olhar suplicante aos colegas, implorando silenciosamente por misericórdia.

Mas os risos e as zombarias continuaram, deixando Michels ainda mais humilhado e destituído de sua dignidade. Ele sabia que, naquele momento, sua masculinidade e sua sexualidade estavam sendo questionadas e postas à prova, e ele não tinha outra escolha a não ser suportar aquela tortura em silêncio.

-A notícia inesperada

Dias depois, Michels recebeu a notícia que deixou seu coração em pedaços. Seu ex-companheiro, Ryan, havia morrido em combate durante uma missão de guerra.

Michels sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. Ele caiu de joelhos, as lágrimas escorrendo livremente por seu rosto. Toda a dor e o arrependimento que ele havia enterrado dentro de si agora transbordavam, deixando-o devastado.

Lembranças de sua relação com Ryan inundaram sua mente - os momentos felizes, os planos que eles tinham feito juntos, a dor da separação. Michels culpava-se amargamente por ter aberto mão desse relacionamento em nome de sua carreira.

E agora, saber que Ryan havia feito o supremo sacrifício em nome do dever, fez com que Michels se sentisse ainda mais culpado e atormentado. Ele gritava e chorava, lamentando a perda irreparável daquele a quem amava profundamente.

Todo aquele peso que Michels carregava em seu peito, todas as emoções que ele havia reprimido em prol de sua determinação profissional, agora o esmagavam. Ele se sentia fraco, destroçado, incapaz de suportar a dor lancinante que consumia seu coração.

Seus colegas, que antes o haviam humilhado, agora o observavam com incerteza, sem saber como reagir diante da profunda tristeza de Michels. Eles ficaram em silêncio, percebendo que aquele momento não era para julgamentos, mas para compaixão.

Michels agarrava-se ao chão, implorando pelo perdão de Ryan, pela chance de ter um último encontro, de poder dizer adeus. Mas ele sabia que essa oportunidade havia se esgotado para sempre, e essa constatação o devastava ainda mais.

Naquele momento, todas as suas escolhas, todos os sacrifícios que ele havia feito, pareciam tão vazios e insignificantes. Michels se sentia perdido, como se tivesse aberto mão de tudo o que realmente importava em sua vida.

E ali, no meio daquele turbilhão de emoções, Michels chorava como nunca havia chorado antes, sua alma despedaçada pela dor da perda e do arrependimento.

Aos poucos, Michels começou a se erguer das cinzas de sua devastação. Ele sabia que, apesar da dor avassaladora, precisava encontrar forças para seguir em frente.

Foi então que se lembrou das práticas de yoga e meditação que seu amigo Zayn havia lhe apresentado. Michels percebeu que aquelas disciplinas espirituais poderiam ser seu refúgio naquele momento tão difícil.

Com determinação, ele retomou suas sessões diárias de yoga. Cada postura, cada respiração profunda, trouxe-lhe um pouco mais de calma e equilíbrio interno. Michels se agarrava a essa prática como uma âncora em meio à tempestade de emoções que o atormentava.

Nas horas de meditação, Michels permitia que sua mente se acalmasse, buscando conexão com algo maior do que ele mesmo. Ele sabia que precisava encontrar forças para lidar com a perda de Ryan, e aqueles momentos de introspecção o ajudavam a canalizar sua dor em uma direção mais positiva.

Aos poucos, Michels sentiu seu coração se abrir novamente. Embora a saudade e o arrependimento ainda o perseguissem, ele encontrava conforto e clareza nas lições que as práticas espirituais lhe ensinavam.

A disciplina do yoga lhe deu a estrutura de que precisava para se reerguer. E a meditação lhe proporcionou a paz interior necessária para que pudesse honrar a memória de Ryan da maneira mais digna possível.

Michels sabia que o caminho à frente seria longo e árduo, mas com a força que as práticas lhe conferiam, ele sentia-se capaz de enfrentar os desafios que viriam. Sua determinação e seu desejo de crescer diante dessa tragédia o guiavam, mesmo que seu coração ainda carregasse uma profunda tristeza.

Ao longo dessa jornada de autoconhecimento e cura, Michels percebeu que, por mais difíceis que fossem as escolhas que havia feito, ele tinha a oportunidade de encontrar um novo equilíbrio e propósito em sua vida. E ele estava disposto a lutar por isso, em memória daquele a quem amou.

            
            

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