Depois que elas saíram, os lábios de Jane se curvaram em uma amarga ironia.
Nathan estava radiante com a gravidez de Claire.
Quando Jane lhe contou que estava grávida, o rosto dele escureceu, e ele passou o dia inteiro fumando no quarto deles.
Incapaz de se conter, Jane foi até o quarto ao lado.
Lá dentro, Nathan estava convencendo Claire a tomar um pouco de caldo de galinha. "Vamos lá, só um gole."
Claire foi a primeira a notar Jane na porta e aumentou a voz. "De jeito nenhum! A culpa é sua, Nathan. Você foi tão bruto ontem à noite, e agora eu me sinto horrível!"
Ela atirou um travesseiro nele de forma petulante.
A tigela tombou, derramando caldo em Nathan.
Ele não ficou bravo. Seus olhos tinham uma ternura que Jane nunca tinha visto. "Tudo bem, foi minha culpa. Mas você precisa pensar no nosso bebê."
Claire virou-se com um suspiro. "Tá bom, eu vou beber, mas só se a Jane fizer ela mesma!"
Nathan beijou a testa dela com indulgência. "Qualquer coisa que você quiser."
Momentos depois, o telefone de Jane tocou. "Querida, Claire quer que você faça um pouco de caldo de galinha para ela. Eu vou buscar em uma hora."
Jane desligou sem dizer uma palavra.
Nathan lhe enviou uma mensagem. "Ela está grávida. Mostre maturidade."
Ela sentiu um nó no estômago, e sem hesitação, ela bloqueou e apagou todas as informações de contato dele.
Jane recolheu seus remédios e voltou para a vila para arrumar suas coisas.
Nathan estava esperando do lado de fora da cozinha com seus seguranças, dois dos quais seguravam urnas de madeira.
Quando ele a viu, levantou a mão.
Um dos seguranças, seguindo o sinal, despejou o conteúdo de uma urna na pia.
Os olhos de Jane se arregalaram, e ela se lançou para a frente, mas outro guarda a impediu. "Nathan, o que você está fazendo!"
"Faça o caldo, minha cara." Seu tom gentil carregava um comando inegável.
"Nathan!" Jane respirava pesadamente, seus olhos brilhavam de raiva. "Você está louco? São as cinzas dos meus pais! Se você tocar nelas, eu nunca vou te perdoar, nem mesmo na morte!"
"Não gosto de me repetir." Nathan levantou a mão novamente, e a segunda urna, as cinzas de sua mãe, foi despejada na pia.
A mão de um segurança pairava sobre a válvula de água. Uma virada, e as cinzas seriam levadas embora.
A dor golpeou o coração de Jane como uma faca.
Ela gritou, "Eu vou fazer o caldo! Diga para eles pararem!"
Jane nunca havia cozinhado na vida.
A primeira leva de caldo estava salgada demais, disse Claire.
A segunda estava insossa.
Nathan entregou pessoalmente a terceira tentativa.
Jane tremia, tentando salvar as cinzas dos seus pais da pia.
Mas então um segurança recebeu uma ligação de Nathan. "Senhora, o Sr. Cross diz que isso é uma punição por bloqueá-lo."
"O que você vai fazer!"
O guarda girou a válvula, e o som de água correndo rugiu pela cozinha.
Os ouvidos de Jane zuniram enquanto ela empurrava o segurança em um frenesi.
Era tarde demais.
Ela assistiu impotente enquanto a água levava as cinzas pelo ralo.
"Não!" Ela estendeu a mão, mas os últimos vestígios escorregaram pelos seus dedos.
Jane desabou de joelhos, lágrimas escorrendo pelo rosto, sua voz rouca. "Mãe... Pai... Me desculpem. Eu nunca deveria ter estado com Nathan. Sinto muito..."
A dor a dominou, e a escuridão a envolveu enquanto ela desmaiava.