O Filho Secreto do Alfa, Minha Cura Roubada
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O Filho Secreto do Alfa, Minha Cura Roubada

Gavin
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Capítulo 1

Por três anos, eu estive morrendo por causa de um veneno. Minha única esperança era um antídoto de dose única, o Elixir da Flor da Lua. Meu marido, o Alfa Ricardo, tinha representado o papel de um companheiro devotado, e eu confiei que ele me salvaria.

Mas, através do nosso laço enfraquecido, eu ouvi sua ordem secreta para a curandeira da alcateia.

"Dê o Elixir da Flor da Lua para a mãe da Isabela Campos."

O motivo dele destruiu meu mundo: "Isabela me deu um filho. Um filho forte e saudável." Ele tinha uma família secreta. Os últimos três anos de seu cuidado amoroso foram uma farsa. Ele estava apenas esperando que eu morresse.

Ele chegou a me trazer a sobra da sopa deles, me chamando de "a loba doente", e profanou a casa sagrada dos meus pais com sua amante e o filho deles. Ele planejava dizer à alcateia que minha cura foi roubada, transformando minha morte em uma tragédia para seu próprio ganho.

Ele achava que eu era uma loba fraca e moribunda. Ele não fazia ideia da tempestade que tinha acabado de despertar.

Naquela noite, juntei o resto de minhas forças e rompi nosso laço de companheiros. A dor foi excruciante, mas eu saí daquela casa de mentiras, deixando apenas minha aliança para trás. Eu não iria morrer. Eu viveria para ver o mundo dele queimar.

Capítulo 1

PONTO DE VISTA DE CATARINA:

Por três anos, a Essência de Acônito foi um veneno lento e frio em minhas veias. Manteve minha loba interior adormecida, um fantasma choramingando no fundo da minha mente, e acorrentou meu corpo a esta cama. Mas hoje, havia esperança. Uma única e perfeita Flor da Lua, o único antídoto conhecido, estava finalmente pronta. O Curandeiro da alcateia disse que o elixir estaria preparado ao anoitecer.

Esperança era uma coisa frágil e desconhecida.

Eu fiquei imóvel, minha respiração superficial, e me concentrei na única conexão que o veneno não conseguiu cortar: o Laço de Companheiros. Era um fio tênue e desgastado que me conectava ao meu marido, o Alfa Ricardo Hayes. Normalmente, era uma fonte de conforto. Hoje, foi o canal da minha desgraça.

A Conexão Mental é uma ligação que todos os membros da alcateia compartilham, uma forma de se comunicar silenciosamente. Mas o elo entre Companheiros deveria ser um canal sagrado e privado. O meu com Ricardo havia enfraquecido, mas às vezes, quando suas emoções eram fortes, eu conseguia captar ecos de seus pensamentos.

Neste momento, seus pensamentos eram um rugido ensurdecedor, não destinado a mim. Ele estava se conectando mentalmente com Breno, o médico-chefe da alcateia.

"Dê o Elixir da Flor da Lua para a mãe da Isabela Campos," a voz mental de Ricardo ordenou, afiada e absoluta.

As palavras não faziam sentido. Minha mente estava nebulosa, lenta. Tinha que ser um engano.

A resposta de Breno foi hesitante, tingida de confusão. "Mas Alfa... o elixir era para a Luna Catarina. É a única chance dela."

Um pavor gelado tomou conta de mim, mais pesado que o próprio veneno. Meu coração, que geralmente batia tão fracamente, começou a martelar contra minhas costelas.

A resposta de Ricardo foi gelo, mas senti algo por baixo - uma imagem breve e nítida do meu próprio rosto pálido, rapidamente posta de lado. "Isabela me deu um filho. Um filho forte e saudável. A mãe dela terá o elixir. Essa é minha ordem final."

Um filho.

As duas palavras ecoaram no espaço vazio do meu peito. Um filho. Ele tinha um filho com outra mulher. A constatação não veio com uma enxurrada de lágrimas, mas com um silêncio aterrorizante que esmagava a alma.

Minha loba interior, aquela que eu não sentia de verdade há anos, soltou um uivo longo e lúgubre em minha mente, um som de pura agonia.

Por três anos, Ricardo interpretou o papel do marido devotado. Ele me trazia refeições, lia para mim, segurava minha mão enquanto eu tremia de febre. Ele disse à alcateia que estava fazendo de tudo para salvar sua Companheira de destino. Era tudo uma mentira. Uma mentira linda e cruel.

Como se para confirmar, outra conexão mental roçou a minha. Esta era mais suave, cheia do riso de uma mulher e do gorgolejar feliz de uma criança. Era Ricardo, falando com sua amante, Isabela.

"Theo está chamando pelo papai," a voz de Isabela ronronou. "Quando você vem para casa?"

"Logo, meu amor," a voz de Ricardo era quente, um tom que eu não ouvia direcionado a mim há anos. "Eu só preciso verificar... as coisas por aqui. Estarei aí esta noite."

O elo se fechou. O silêncio no quarto era ensurdecedor.

Alguns minutos depois, a porta rangeu ao abrir. Ricardo entrou, seu rosto uma máscara perfeita de preocupação amorosa. Ele era bonito, com cabelos escuros e olhos da cor de um céu tempestuoso. Ele era meu Alfa, meu Companheiro. E ele era um estranho.

"Como você está se sentindo, meu amor?" ele perguntou, sua voz suave como mel.

Ele se moveu para sentar na cama, mas eu me encolhi. O cheiro dele me atingiu primeiro. Não era o cheiro dos negócios da alcateia, de documentos e suor de guerreiro. Era o cheiro doce e enjoativo de outra fêmea. O cheiro de Isabela.

"Você estava com ela," eu sussurrei, as palavras arranhando minha garganta irritada.

Ele congelou. "Do que você está falando? Eu estava em uma reunião com o Gama."

"Não minta para mim, Ricardo," eu disse, minha voz ganhando um pingo de força. "Eu posso sentir o cheiro dela em você."

Um lampejo de pânico cruzou seus olhos antes que ele o mascarasse. Ele pensou que meus sentidos estavam tão embotados quanto meu corpo. Ele estava errado.

Ele não respondeu. Apenas ficou ali, suas mentiras pairando no ar entre nós. Fechei os olhos, focando em uma conexão diferente. Meus pais, o antigo Alfa e Luna, haviam construído uma casa poderosa, o casarão do Alfa. Como sua única filha, meu sangue estava ligado à sua própria fundação. Foi como mergulhar minha mente em água gelada, um esforço exaustivo e doloroso, mas eu empurrei meus sentidos em direção a ela, procurando por ele.

E eu o encontrei.

Não no presente, mas no passado. A magia do casarão guardava ecos, memórias. Vi uma visão de Ricardo na grande sala de estar, aquela onde meu pai costumava realizar o conselho. Ele estava balançando um menino de cabelos escuros no joelho. Theo. Isabela estava ao seu lado, radiante, e em volta do pescoço dela havia uma corrente de prata com uma linda pedra da lua. Minha pedra da lua. Aquela que Ricardo me disse que estava sendo especialmente feita para o meu próximo aniversário.

A visão mudou, e minha respiração falhou. Eles estavam no quarto dos meus pais. Na cama deles. A santidade do lugar estava sendo profanada, o amor deles uma mancha na memória da minha família.

A dor era imensa, um peso físico que ameaçava me esmagar. Mas sob a dor, algo mais se agitou. Uma fúria fria e dura.

Ele não apenas me traiu. Ele desonrou o legado dos meus pais.

Meus dedos tremeram enquanto eu alcançava o pequeno símbolo esculpido na minha mesa de cabeceira. Uma runa de comunicação. Pressionei meu polegar contra ela, canalizando o último resquício da minha energia.

"Tia Helena," enviei a mensagem desesperada através da magia antiga, alcançando a irmã da minha mãe na vizinha Alcateia da Pedra Negra. "Ele está dando minha cura para outra. Ele tem um filho com outra mulher. Estou morrendo."

Uma pausa, então a voz dela, cheia de fúria e dor, ecoou de volta em minha mente. "Aguente firme, Catarina. Estou indo te buscar."

A conexão desapareceu. Deixei a runa cair dos meus dedos, minha decisão tomada. Eu não morreria aqui, nesta cama de mentiras. Eu iria para a Alcateia da Pedra Negra. E eu encontraria uma maneira de sobreviver. Se não por mim, então pela chance de ver o mundo de Ricardo queimar.

            
            

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