Clara respondeu indiferente, "OK."
Jerald estendeu a mão, tentando segurar a mão de Clara, mas parou no meio do caminho. "Clara, eu sei que isso é injusto com você, mas eu... eu não posso deixar que os negócios da nossa família caiam nas mãos de estranhos.
Você não está bem de saúde, e não suporto a ideia de você enfrentar uma gravidez. Vamos deixar Cecília dar à luz à criança. E assim que ela o fizer, eu a mandarei embora com uma boa quantia de dinheiro e direi para ela desaparecer.
Esta criança... esta criança será nossa, certo?"
Ele acrescentou, "Eu sei o quanto isso te magoa. Estou preocupado com você também. Confie em mim, você é a única que ocupa meu coração."
Clara olhou para Jerald ajoelhado no chão. Este homem, um CEO respeitado e temido por muitos, agora implorando seu perdão como uma criança.
Ela riu suavemente e perguntou, "Jerald, você tem certeza de que é isso que quer fazer?"
Jerald ficou surpreso e franziu levemente a testa com um toque de desagrado. "Clara, eu não tenho outra opção. Foi apenas um acidente. Se eu não tivesse sido drogado, como poderia ter dormido com ela? Além disso, não posso simplesmente ficar parado e deixar qualquer um levar o negócio de gerações da família Lucas, aos quais meu pai dedicou sua vida inteira. Eu preciso dessa criança para estabilizar a situação. Você me entende, não é...?"
"Claro." Clara o interrompeu, "Então deixe ela ter o bebê."
Jerald olhou para cima abruptamente, um lampejo de surpresa em seus olhos. "Clara, você vai concordar?"
Clara não olhou para ele. Ela apenas respondeu, "Mm," então se virou para subir as escadas.
Jerald se levantou e suspirou aliviado ao vê-la subir as escadas. Ele rapidamente tentou segui-la para abraçá-la, mas ela evitou seu toque gentilmente.
Ele parou e não deu mais um passo à frente.
Depois de voltar para seu quarto, Clara pegou o telefone e finalmente discou um número que sabia de cor.
A ligação foi atendida após três toques, e um homem falou surpreso, "Clara? Você finalmente tomou uma decisão?"
Os olhos de Clara estavam cheios de lágrimas. Mas ela se forçou a segurá-las.
Matheus Rernald, o irmão de Clara, falou em um tom cheio de alegria, mas sem muita surpresa.
Ela desapareceu quando era criança. E quando seu irmão a encontrou novamente, ela já estava casada com Jerald.
Ela não tinha descoberto como confessar sua verdadeira identidade a Jerald, então Cecília apareceu de repente. Agora, ela percebeu que não havia necessidade de confessar nada para ele.
Depois de respirar fundo, Clara disse, "Matheus, eu tomei uma decisão. Quero voltar para casa."
Houve um breve silêncio do outro lado. Então a voz de Matheus, embargada pela emoção, surgiu, "É bom que você esteja voltando..."
Ele fez uma pausa e falou com uma voz mais profunda, "Jerald te machucou? Clara, apenas me diga."
Embora Clara já tivesse minimizado a dor e as mágoas que teve recentemente, houve um momento de silêncio do outro lado.
Então Matheus disse com preocupação, "Claro, o que você disser.
Mas lembre-se, você é um membro da família Rernald. Não importa o que aconteça, nossa família é forte."
Clara sentiu o nariz formigar e não conseguiu mais segurar as lágrimas, "Eu sei."
Depois de desligar, Clara olhou para a tela do telefone exibindo uma foto dela e de Jerald. Foi tirada no terceiro aniversário de casamento, em que ele a estava segurando.
Ela acariciou o rosto dele na foto, com lágrimas caindo na tela.
No jantar, a luz quente iluminava os pratos, e o bife brilhava com gordura.
Clara cortou um pequeno pedaço de bife e comeu com um garfo. No entanto, ele parecia duro e insípido.
Lá fora, a escuridão havia caído, e as gotas de chuva começaram a bater nas janelas do chão ao teto.
O telefone de Jerald tocou. Ele olhou para a tela e atendeu em um tom suavizado, "Alô?"
Os soluços fragmentados de uma mulher vieram do outro lado, "Jerald... Meu estômago dói... Está chovendo tanto lá fora, estou com medo..."
Jerald franziu a testa e instintivamente olhou para Clara, parecendo preocupado.
Clara levantou os olhos para encontrar os de Jerald. Um sorriso inesperado surgiu em seus lábios. "Vá."
Jerald hesitou e soltou um suspiro de alívio. Ele se levantou, tentando beijá-la na testa.
Clara inclinou levemente a cabeça, fazendo com que o beijo pousasse no topo de sua cabeça.
Jerald ficou tenso. Ele sussurrou, "Clara, sinto muito. Voltarei assim que resolver isso."