Ele empurrou a cadeira para o lado e se ajoelhou ao lado de Cecília, dizendo com uma voz assustada enquanto a segurava: "Cecília, você está machucada? É sério? Vou chamar o médico imediatamente. Não, vou levá-la ao hospital agora!"
Assim que ele tocou o braço dela, Cecília se contorceu de dor, lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eu... eu não sei... Meu estômago está com cólicas... Será que é o bebê..."
"Não diga isso!" Jerald a interrompeu, ajudando-a cuidadosamente a se levantar. "Vai ficar tudo bem, vamos ao hospital."
"É definitivamente aquela mulher maldosa!" Ella, ao lado deles, levantou-se, apontando para Clara. "Eu a vi olhando para o peixe e sorrindo mais cedo! Ela deve ter envenenado a comida de Cecília! Ela não suporta o fato de que Cecília está esperando um filho do Sr. Lucas!"
Clara olhou para seu braço cheio de bolhas e avermelhado, que ainda ardia de dor.
Ela lançou um olhar para Jerald, que estava ajudando Cecília a sair. Seu rosto estava tenso e repleto de ansiedade. Ele não deu sequer um olhar para Clara, como se ela fosse invisível e não estivesse ferida.
Quando a tigela de sopa quebrou, ele nem se virou para verificar se ela estava machucada.
Aqueles sete anos de casamento agora pareciam uma piada amarga.
Ele uma vez disse que suas mãos eram feitas para tocar piano, que deveriam ser protegidas. Ela não podia nem tocar em água gelada. No entanto, ele não se importou se ela foi atingida por sopa fervente.
Clara lentamente desviou o olhar e se concentrou em seu braço.
Um empregado próximo, assustado, rapidamente ofereceu a ela um unguento para queimaduras, "Vou chamar o médico pessoal para você!"
"Não. É apenas uma lesão leve, está tudo bem."
Ela olhou para a porta e percebeu que a figura de Jerald havia desaparecido. Ella ficou ali, olhando triunfante para ela.
Clara forçou um sorriso, "É melhor sua irmã cuidar bem desse bebê."
Ella retrucou com desafio, "Claro! Ela está esperando um filho do Sr. Lucas, você deveria ir embora!"
Clara a ignorou.
Quando o relógio da mansão bateu dez horas, um som veio da entrada.
Clara estava sentada na sala de estar aplicando o unguento para queimaduras, sem levantar o olhar.
Jerald entrou com Cecília nos braços. Cecília ainda parecia pálida e estava apoiada nele, fraca.
Mais tarde naquela noite, quando estavam de volta ao quarto, Jerald falou com raiva mal contida: "Clara, o que você estava tentando fazer hoje? Cecília está grávida. Você não pode ser mais atenciosa com ela? Precisava confrontá-la e dar-lhe algo que não podia comer?"
Clara olhou para os olhos acusadores dele e de repente achou engraçado.
"O que eu fiz a ela?" A voz de Clara se tornou fria, "Jerald, olhe bem. Eu sou a queimada hoje. Eu a obriguei a comer?"
"Foi apenas um acidente!" Jerald elevou a voz, soando mais confrontador. "Cecília não fez de propósito. Ela só está com desejos porque está grávida! Você não pode ser mais compreensiva?"
Clara o encarou e de repente não quis mais discutir.
A voz de Jerald estava cansada, "Esqueça, vamos nos acalmar. Vou verificar Cecília."
Passou uma hora.
Clara não sabia o que estava pensando. Talvez ainda estivesse agarrada a alguma esperança tênue que nem ela acreditava. Ela abriu a porta, indo silenciosamente em direção ao quarto de hóspedes.
A porta do quarto de hóspedes estava entreaberta, deixando uma fresta.
Ao se aproximar, ouviu a voz manhosa e sedutora de Cecília, "Jerald... eu quero você... Ouvi dizer que fazer amor durante a gravidez é bom para o bebê..."
Os passos de Clara pararam.
Ela espiou pela fresta e viu Cecília deitada sobre Jerald com o braço em volta do pescoço dele. Suas bochechas estavam rosadas e seus olhos nublados, como se estivesse levemente ébria.
Jerald estava sentado na beira da cama, olhando para Cecília, não com fervor, mas sem afastá-la também.
Quando Cecília se inclinou, ele abaixou ligeiramente a cabeça e beijou seus lábios.