Vingança pela Mãe: Destruindo o Mundo da Máfia Dele
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Capítulo 2

Ponto de Vista: Alessa

De volta à casa da minha mãe, o silêncio era um peso físico. Fui ao banheiro e encarei meu reflexo. A garota no espelho era uma estranha, seus olhos vazios, seu rosto uma máscara pálida e tensa. Meus dedos estavam inchados de tanto cerrar os punhos, das lágrimas que me recusei a derramar naquele hospital.

Tentei tirar meu anel de noivado. O diamante de três quilates que Caio usou para me marcar como sua. Ele não saía. Passei a mão sob a água fria, o choque gelado uma ferroada bem-vinda e reconfortante, até que a aliança finalmente deslizou pelo meu dedo.

Entrei na sala de estar e coloquei o anel sobre a lareira, bem ao lado de uma foto de casamento desbotada da minha mãe e do pai que eu mal conhecia. Não era mais um símbolo de amor. Era o preço. O custo de uma vida. Um preço que Caio havia pago, e agora uma dívida que eu estava deixando para trás.

Comecei com as roupas dela. O armário cheirava a lavanda e a ela, um cheiro que trouxe uma onda súbita e aguda de luto que quase me fez dobrar os joelhos. Eu a forcei para baixo. Emoção era um luxo que eu não podia me permitir. Separei tudo em três pilhas: guardar, doar, descartar.

Embalei as poucas coisas que levaria: um avental florido desgastado, uma cópia surrada de seu livro favorito, um pequeno medalhão de prata com uma foto minha de bebê dentro. Coloquei-os em uma caixa de papelão vazia, rabiscando uma única palavra na lateral com caneta preta: "Lembranças".

Então encontrei os álbuns de fotos. Folheei-os até encontrar uma foto do verão passado. Eu, minha mãe e Caio, todos sorrindo em um barco em Angra dos Reis. Minha mãe parecia tão feliz. Eu parecia... devotada.

Com uma tesoura de costura da gaveta da minha mãe, eu cuidadosamente, com precisão cirúrgica, cortei Caio da foto. Seu rosto sorridente, o braço possessivamente em volta do meu ombro - sumiram. Fiquei apenas com eu e minha mãe, um espaço branco irregular onde ele costumava estar.

Guardei a foto aparada na minha carteira e joguei o pedaço do rosto de Caio no lixo.

Nesse momento, meu celular vibrou. Uma notificação do Instagram. Era um vídeo, postado por uma das amigas bajuladoras de Isabela. Um vídeo dela e de Caio, se beijando em um teleférico, as montanhas cobertas de neve um cenário perfeito. A legenda era outro emoji de coração.

Eu assisti, uma certeza fria se instalando no meu peito, confirmando o que eu já sabia. A traição não foi um ato isolado. Era um padrão. Um estilo de vida.

Uma calma estranha tomou conta de mim. A dor não era mais apenas dor. Era uma bússola. Estava me apontando para o norte, para longe desta vida, para longe dele.

Voltei para a lareira, peguei o pesado anel de diamante e fui para a porta dos fundos. A pequena propriedade da minha mãe dava para o Rio Pinheiros. Fiquei na grama úmida na beira da água, o ar frio da noite mordendo minha pele.

Levei meu braço para trás e arremessei o anel na escuridão.

Ele desapareceu na água escura e agitada. Nem sequer ouvi o barulho de sua queda.

            
            

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