A Herdeira Repudiada por Meu Marido
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Capítulo 4

Helena POV:

Dante correu para o lado de Sofia, suas mãos pairando sobre ela como se verificasse se havia ferimentos. "Você está bem?", ele perguntou, a voz carregada de preocupação.

Ela assentiu fracamente, apoiando-se nele.

Ele virou seu olhar furioso para mim. "Já chega, Helena. Você não consegue esquecer o passado, não é?" Ele gesticulou vagamente para Sofia. "Então ela assistiu enquanto as amigas dela faziam uma merda de adolescente no colégio. Isso foi anos atrás. Supere."

Ele banalizou. Ele descartou anos de trauma, as cicatrizes visíveis e invisíveis, como "merda de adolescente".

Sofia, fingindo um desejo de paz, me deu um sorriso triunfante e zombeteiro por cima do ombro de Dante. A mensagem era clara: *Eu venci. Você perdeu.*

Ignorei os dois. Meus olhos caíram no chão onde a caixa de Lucas havia caído, seus poucos pertences preciosos espalhados pela calçada imunda. Ajoelhei-me em silêncio, meus dedos tremendo enquanto eu alcançava seu aeromodelo favorito, um Spitfire de madeira que ele passou meses construindo.

Quando meus dedos tocaram a asa delicada, um salto de sola vermelha bateu nela.

*CRAC.*

A madeira balsa se partiu, o modelo se quebrando em uma dúzia de pedaços sob o peso deliberado de Sofia.

Algo dentro de mim se partiu. Um grito cru e primal de raiva rasgou minha garganta. Avancei sobre ela, meu único pensamento era arrancar aquele sorriso presunçoso de seu rosto.

Eu nunca a alcancei.

Um chute forte atingiu meu estômago, me jogando para trás. O ar saiu dos meus pulmões e eu caí com força no chão, aterrissando em um pedaço afiado de plástico do modelo quebrado. Ele perfurou a pele das minhas costas, uma dor lancinante e branca.

Dante ficou de pé sobre mim, o rosto uma máscara de fúria fria. "Você continua indo atrás dela", ele rosnou, ignorando completamente o sangue que já começava a encharcar minha camisa.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, quentes e furiosas. "Isso era do Lucas", solucei, as palavras engasgadas de dor. "Era tudo o que eu tinha dele."

Dante zombou, sua expressão desdenhosa. "É só um brinquedo. Eu compro um mais caro pra ele."

O mundo parou. Os sons da cidade, o vento frio, a dor nas minhas costas - tudo desapareceu.

Ele tinha esquecido.

Nos sete dias desde que meu irmão morreu, o homem que afirmava que Lucas era "família para ele também" havia esquecido que ele estava morto. Ele havia esquecido de tudo.

A luta se esvaiu de mim, substituída por um vazio tão vasto que parecia que um buraco negro havia se aberto em meu peito. Meu coração, meu amor, minha esperança - tudo se foi, consumido.

Levantei-me, ignorando a dor, e me virei para ir embora. Eu só queria desaparecer.

Dante bloqueou meu caminho, seu carro roncando como uma fera. Ele se inclinou para fora da janela, sua raiva subitamente substituída por uma aparência de preocupação. "Você não comeu, não é? Você está muito magra."

Ele estava me convidando para almoçar. Depois de tudo.

Entorpecida, eu entrei. O que mais havia para fazer?

Deslizei para o banco de trás, uma prisioneira em minha própria vida. Na frente, Dante e Sofia conversavam intimamente, suas vozes um murmúrio baixo. Ele descascou uma laranja para ela, dando-lhe os gomos um por um.

Fechei os olhos, lembrando de cada corte, cada humilhação que Sofia infligiu desde que reapareceu em nossas vidas. Cada uma era uma ferida nova, e Dante segurava a faca todas as vezes.

Um solavanco violento me jogou para frente. O som de pneus cantando e vidro se quebrando encheu o ar.

Um caminhão enorme havia batido na lateral do carro.

                         

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