Capítulo 4 ADORO BRINDES

--- Balcão do bar. ---

- Que vidrinho engraçado. Deve ter sido um brinde do atendente simpático. – Alice sorriu. - Beber em um cruzeiro de luxo é outro nível. Sou bem tratada e recebo brindes, rs. Nunca imaginei ter vida de princesa.

Alice bebeu o conteúdo do frasco que encontrou sobre o balcão, acreditando que o atendente havia deixado para ela.

- O gosto não é dos melhores, mas dá pro gasto. Depois volto para agradecer. – Ela sorriu mais animada.

"Obrigada, pelo brinde. 😊" – Alice escreveu um bilhete, com um rostinho sorridente.

--- De volta a mesa de reunião, no bar. ---

- Que estranho! Eles me deixaram aqui desacompanhado, depois de terem me arrastado para esse encontro. Esses empresários são folgados.

Diego bebeu mais um pouco do conteúdo do copo.

- Senhor, Diego!

- Quem é você? Não a conheço. – Diego disse com estranheza.

- Bonitão, sou a Jennifer. Digamos que apenas uma amiga. Sabe, conheço a Clara. – A mulher sorriu, maliciosa.

- Amiga? Como assim conhece a Clara? Não parece ser do círculo de amizades dela.

- Já fui bailarina. Quer testar?

- Não, de jeito nenhum. Estou aqui apenas para tratar de negócios.

- Se quiser conversar mais tarde, estou disposta a reconsiderar, bonitão.

- Não, eu não estou disponível. - "Aonde será que os empresários foram parar?"

Jennifer aproximou-se usando um vestido bem justo, curto e tão decotado que daria para fazer um exame médico quase vendo os órgãos internos expostos.

- Eu posso te perguntar uma coisa?

- Não sei do que se trata. Mas, prefiro que se afaste, garota.

- Sou bonita o suficiente para passar uma noite comigo? Preciso apenas de uma noite, bonitão.

Ela se abaixou, mostrando muito mais do que deveria, e pegou na coxa de Diego, apertando forte de forma atrevida. Ele se levantou de uma vez, com ares de poucos amigos.

- Garota, está exagerando, eu jamais trairia a minha Clara! Saia daqui, senão vou tomar providências sérias. – Ele disse ríspido, pois não queria nada com ninguém além da bailarina.

- Presta bastante atenção, bonitão. Uma dica dessa sua amiga: talvez você morda a sua língua mais tarde. – Ela sorriu e piscou para ele, colocando uma das mãos no ombro dele.

- Moça, nunca volto atrás em minha palavra, não sou moleque. Muito menos infiel.

- Calma, só deixei cair uma pulseira minha aí embaixo... de seu traseiro. Tem medo que eu togo, acha que vai gostar? – Ela provocou.

Jennifer encostou bem perto e se abaixou, mostrando o decote destacado.

- Moça, não quero conversa alguma, não sou atrevido. Melhor se retirar agora!

Diego pegou rapidamente a pulseira e entregou com rispidez. Ela se aproximou novamente para agradecer.

- Não me toque!

- Nem um beijinho? Hunf! – Jennifer virou-se e saiu de lá com um sorriso irônico.

- Isso foi muito estranho! Tudo bem que se ver de tudo em um cruzeiro, mas uma louca dessas, vir dar em cima dessa maneira. Parece até um truque.

Ele falou enquanto a observava se afastar.

- Os empresários estão demorando. Devem ter ido embora sem nem dizer adeus! O que tenho que fazer para vender aquela bendita ilha?

"Bem que me disseram que a tal bebida era forte, sinto que pesou, estou tão cansado. Vou até o quarto da minha namorada, que hoje, finalmente, pelo menos ao lado dela, consigo dormir."

Ele se levantou e começou a andar com um sorriso.

- Mesmo cansado estou muito a fim de namorar a minha bailarina. - Ele saiu cambaleando de lá. - Que loucura! Os mares do Caribe são realmente quentes. Que calor todo é esse?

- Preciso muito da minha namorada ao meu lado. Esse calor deve ser falta dela. – Sorriu de leve. – Não, nunca fui um cara safado dessa forma, deve ser o cruzeiro que me deu essa vontade de ficar com ela. Nossa, de fazer amor!

Ele seguiu caminhando pelo corredor do navio, ainda meio trôpego.

- Não consigo enxergar direito. A idade deve estar chegando, minha vista está precisando de óculos, está tudo meio borrado.

- Qual é o quarto dela mesmo? Talvez o 999... Não, este é o meu. Pelo que me lembro, é o de perto. Isso mesmo! É a cabine 996.

- Me espere, meu amor. Estou chegando e em breve vamos dormir juntos, Clarinha. Bem agarradinhos. Bem apaixonados!

"Cheguei na cabine da Clara, me senti muito animado e esse um calor enorme. Mas, também estou tão cansado que não me importaria em ficar apenas dormindo ao lado dela." – Ele pensou.

- Cheguei! Finalmente estou aqui, minha bailarina.

Ele ficou sorrindo mais uma vez. Abriu a porta, e entrou no quarto que estava bastante escuro e não pareceu ter ninguém.

- Que estranho! Ela me disse que hoje seríamos apenas nós dois. Talvez a Clarinha queira fazer uma surpresa bem gostosa. Se ela me surpreender, meu noivado acontece hoje, como num sonho erótico.

Ele caminhou devagar pelo quarto para não tropeçar em nada.

- Vou me manter acordado, senão me concentrar, a única coisa que vou fazer é dormir. Que besteira eu disse. – Sorriu. - Esperei tanto tempo que esse calor deve ser amor pra da não dos mares do Caribe. Vou me banhar e voltar para diminuir esse cansaço estranho.

Diego voltou para o próprio quarto, tirou parte da roupa sem demora, ficando apenas de cueca box preta, tomou um banho rápido, depois caiu na cama e começou a cochilar.

--- 10 minutos depois. ---

Alice estava caminhando pelo corredor, encostando suas mãos nas paredes por causa da vista embaçada e procurando seu quarto de porta em porta.

- Achei o meu quarto! Droga, sem os meus óculos completos, fica difícil de saber. Bem, nem se eu estivesse enxergando, não conseguiria acertar direito, tá escuro aqui. Acho que é o meu quarto 998, não é o 999. Até porque, se for o quarto errado, a pessoa vai me expulsar.

- Tá tão quente, que me deu vontade de tirar a roupa. Que fogo estranho é esse que sinto?

Ela desabotoou a parte de cima do vestido, já entrando no quarto. Enxugou um pouco de suor da testa e jogou os óculos de lado.

- Sabia que não precisava procurar, Marcos já estava dormindo no quarto. – Ela sorriu olhando na direção do vulto. – E eu pensando que meu namorado estivesse no cassino. Me enganei, que bom! – Ela sorri satisfeita.

- Ei, amor! Está acordado? Vamos fazer as pazes direito. – Ela disse baixinho para não o irritar, pois o namorado não gostava de ser acordado.

- As pazes!? - "Será que escutei direito? Nós nem brigamos. Devo ter feito algo que a deixou chateada. Será que desconfia de algo sobre o noivado?" – Ele pensou.

- Sim, meu amor.

- Vamos, amor. Estou muito cansado hoje. Além do normal, minha linda! – Ele sussurrou.

- Posso me deitar ao seu lado? – Ela murmurou.

- Claro! – Ele sorriu.

"A voz dele está diferente, mais grave. Ele parece estar muito cansado. Talvez esteja gripado. Mesmo assim, vou tentar começar o que planejei. Se eu o abraçar, quem sabe... depois que decidi que a nossa primeira vez vai acontecer, andei estudando umas coisinhas na internet que talvez ajudem hoje à noite." – Ela ponderou.