Sua Esposa Indesejada, A Advogada Imbatível
img img Sua Esposa Indesejada, A Advogada Imbatível img Capítulo 4
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Capítulo 4

Ponto de Vista: Catarina

No dia anterior à cúpula do Conselho, meu telefone vibrou com uma chamada de um número desconhecido.

Atendi com cautela.

"Catarina?" A voz era suave, hesitante e instantaneamente reconhecível.

Bianca.

"É Sra. Queiroz", corrigi-a, meu tom não deixando espaço para familiaridade, nenhuma sugestão de nosso passado compartilhado.

"E você é a Associada Campos. Não estamos em termos de primeiro nome", reiterei, minha voz um aço inflexível.

"Eu... eu só queria conversar. Nos encontrar. Talvez pudéssemos... esclarecer as coisas?"

"Não há nada a esclarecer", afirmei, minha voz um sussurro gélido. "Amanhã, estaremos em um ambiente profissional."

"Seria bom que você se lembrasse disso."

Sua voz falhou, a vulnerabilidade ensaiada infiltrando-se em cada sílaba. "Você está sendo tão cruel."

"Não pode perdoá-lo? Ele se machucou tentando me salvar. Ele cometeu um erro."

Uma fúria fria me invadiu.

"Um erro?", ecoei, a palavra um gosto amargo.

"Você acha que chorar ao telefone para um Subchefe casado, no meio de um tiroteio, foi um simples erro? Sussurrar que estava com medo de morrer, que não suportaria nunca mais vê-lo?"

"Você sabia exatamente o que estava fazendo, Bianca. Você estava manipulando um homem fraco."

A linha ficou em silêncio, um vácuo súbito e atordoado.

Ela estava chocada por eu saber suas palavras exatas.

"A partir de amanhã", avisei, minha voz caindo para um sussurro letal e sedoso, "você não é nada mais do que uma Associada de uma Família rival."

"Seria bom que você se lembrasse do seu lugar."

Desliguei antes que ela pudesse responder.

Uma mensagem criptografada de Ricardo apareceu na minha tela alguns minutos depois.

"Podemos, por favor, ter uma trégua para a cúpula? Você está transformando isso em um circo."

Apaguei o contato dele, sem sequer uma hesitação, sem responder.

Mais tarde naquela noite, uma batida forte sacudiu a porta do meu quarto de hotel.

Espiei pelo olho mágico.

Era Ricardo, seu rosto tenso com uma mistura crua de raiva e desespero.

"Cat, abra a porta. Precisamos conversar."

"Não temos nada para conversar", afirmei, minha voz abafada, mas firme através da madeira grossa.

"Não faça isso", ele implorou, sua voz se elevando. "Não jogue tudo fora!"

"Você já fez isso", respondi, minha voz perigosamente calma. "Vá embora, ou vou chamar a segurança do Dom Gagliardi."

Ouvi-o praguejar, um som gutural, antes que seus passos pesados se afastassem pelo corredor.

Por um momento fugaz, uma estranha sensação de perda me invadiu.

Não pelo homem que ele era, mas pelo homem que eu pensei ter casado.

Foi rapidamente dominada por um profundo sentimento de libertação.

Meu telefone tocou, vibrando na mesa de cabeceira.

Era Rocco Gagliardi.

"Algum problema com sua equipe de segurança?", ele perguntou, sua voz direta e desprovida de gentilezas.

"Não, Dom Gagliardi. Está tudo bem."

"Bom. Contate-me diretamente se isso mudar. Boa sorte amanhã, Sra. Queiroz."

A linha ficou muda.

Não foi uma chamada social, não de verdade.

Foi uma mensagem, entregue com a precisão fria de um atirador.

As palavras não ditas ressoaram: Você está sob minha proteção.

            
            

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