Muito Além da Obsessão Cruel do Bilionário
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Capítulo 5

Ponto de Vista de Adriel:

A recuperação foi uma provação longa e solitária. Passei semanas naquele quarto de hospital estéril, observando as estações mudarem pela minha janela. A cirurgia foi um sucesso, mas meu corpo era um mapa da crueldade de Afonso – uma perna remendada, uma teia de hematomas desbotados e uma alma que parecia fraturada além do reparo.

Afonso nunca visitou. Ele nunca ligou. Ele pagou as contas, é claro. Uma transação, assim como nosso casamento. Eu era sua propriedade, e ele estava apenas cobrindo o custo dos reparos.

As enfermeiras falavam em tons baixos e piedosos quando pensavam que eu estava dormindo.

"Você acredita? O Senhor Tavares esteve aqui todos os dias... mas para o homem na suíte VIP."

"Ouvi dizer que ele trouxe uma equipe de chefs de Paris porque o Senhor Webster estava cansado da comida do hospital."

"E as flores... um novo caminhão toda manhã. A ala inteira cheira a um jardim botânico. Enquanto isso, ele não teve uma única visita."

Aprendi a ignorá-las. As palavras eram apenas ruído. A dor em meu coração havia se tornado uma dor surda e constante, como um membro fantasma que nunca pararia de latejar.

No dia em que finalmente recebi alta, Jaxon estava lá me esperando. Seu rosto caloroso e gentil foi o primeiro sorriso genuíno que vi em meses. Ele não fez perguntas. Apenas me envolveu em um abraço gentil, cuidadoso com meu corpo ainda em recuperação, e me ajudou a entrar em seu carro.

"Bem-vindo de volta à terra dos vivos, Adriel," ele disse suavemente.

Ele e alguns outros amigos próximos fizeram uma pequena "festa de divórcio" para mim em um restaurante tranquilo e sofisticado. Eles brindaram à minha liberdade, ao meu novo começo.

"A Adriel! Finalmente livre das garras daquele desgraçado sem coração!" uma amiga comemorou, erguendo sua taça.

"Vamos encontrar um novo homem para você," prometeu outra. "Um que realmente tenha uma alma. Um artista, talvez? Ou um poeta!"

Pela primeira vez em muito, muito tempo, um sorriso real tocou meus lábios. O calor da amizade deles foi um bálsamo para meu espírito ferido. O futuro, que parecia um vazio negro e aterrorizante, agora continha uma pequena centelha de possibilidade.

Pedi licença para ir ao banheiro. Quando voltei alguns minutos depois, nossa mesa estava vazia. Jaxon e meus amigos tinham sumido.

Um nó de inquietação se apertou em meu estômago.

Um garçom se aproximou de mim, sua expressão nervosa. "Senhor... seus amigos... eles foram levados para uma sala privativa no andar de cima."

"Levados? Por quem?"

"Senhor Cássio Webster," o garçom gaguejou. "Ele estava... muito bêbado. Ele insistiu que eles se juntassem a ele para uma bebida."

Meu sangue gelou. Eu conhecia os "convites" de Cássio. Eram comandos, apoiados pelo poder aterrorizante do nome de Afonso.

Não hesitei. Corri para as escadas, minha perna doendo em protesto. Encontrei a sala e abri a porta sem bater.

A cena lá dentro fez meu estômago revirar. Cássio estava jogado em um sofá, seu rosto corado pelo álcool. E ele estava tentando forçar um copo de uísque na mão de Jaxon, seus dedos subindo desagradavelmente pelo braço de Jaxon. Meus outros amigos estavam parados, impotentes, intimidados pelos dois guarda-costas enormes que flanqueavam a porta.

"O que você pensa que está fazendo?" eu retruquei, minha voz ressoando com fúria.

Cássio olhou para cima, seus olhos se iluminando com uma alegria bêbada e maliciosa quando me viu. "Ah, o convidado de honra chega! Estávamos apenas comemorando sua... partida."

Antes que ele pudesse dizer mais, a porta se abriu novamente. Era Afonso. Ele avaliou a cena com um único olhar abrangente, e seu rosto escureceu de raiva. Mas sua raiva, como sempre, estava completamente mal direcionada.

"Cássio," ele disse, sua voz afiada. "O que é isso? Eu te disse para me esperar lá embaixo."

Cássio fez beicinho, cambaleando para se levantar. "Você estava demorando muito! Você estava conversando com aquele velho chato por uma eternidade! Fiquei entediado! E sozinho! Você está me negligenciando, Afonso!"

O assistente de Afonso, que o havia seguido, interveio rapidamente. "O Senhor Tavares estava finalizando uma fusão, Senhor Webster. Era crucial."

"Eu não me importo com sua fusão estúpida!" Cássio gritou, sua voz escalando para um chilique completo. Ele apontou um dedo trêmulo para uma das minhas amigas. "E você! Você estava flertando com ele! Eu vi você! Você estava tentando seduzir meu Afonso!"

Ele se lançou em direção a ela, seus movimentos desajeitados pela bebida.

Eu me movi instantaneamente, ficando na frente da minha amiga, meu corpo um escudo protetor. "Pare com isso, Cássio! Você está bêbado e fazendo papel de bobo."

Cássio parou bruscamente, sua raiva bêbada agora focada inteiramente em mim.

Mas foi a voz de Afonso que cortou a tensão, fria e mortal.

            
            

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