Capítulo 5

Ponto de Vista de Alana Costa:

Suas palavras, podres e condescendentes, fizeram meu estômago revirar. Levei a mão à boca, uma onda de náusea me invadindo, me dobrando ao meio. O emprego dos meus sonhos. Aquele que teria garantido meu futuro, aquele que se alinhava perfeitamente com minha paixão. Ele o arrancou de mim, entregou-o a Bruna como um brinquedo. Lembrei-me de perguntar a Bruna sobre isso, uma conversa casual onde ela negou qualquer conhecimento, seus olhos arregalados e inocentes. Lembrei-me de trabalhar em uma série de empregos sem futuro, me virando, apenas para manter um teto sobre minha cabeça.

Então mamãe ficou doente. As contas médicas, montanhas delas, cresciam a cada dia que passava. Se eu tivesse aquele emprego, aquele que Lucas roubou, mamãe teria recebido o melhor tratamento. Ela ainda poderia estar viva. Os "e se" eram uma mortalha sufocante, cada um uma nova torrente de ódio por Lucas.

Desesperada, completamente desesperada, eu dirigi de volta para a instalação de Lucas. Fiquei no portão da guarda, engolindo meu orgulho, o último resquício da minha dignidade. Ignorei os olhares, os sussurros, a pena zombeteira nos olhos dos outros visitantes. Eu supliquei, eu implorei, minha voz rouca e quebrada.

"Por favor", engasguei, lágrimas escorrendo pelo meu rosto, "só me deixe falar com o Lucas. Só por cinco minutos. Eu só preciso pedir dinheiro emprestado. Minha mãe... ela está morrendo."

O guarda, um diferente desta vez, olhou para mim com olhos cansados.

"Senhora, o Sr. Rodrigues não está disponível. Ele não está atendendo ligações. Ele disse especificamente para não ser perturbado."

Ele nem terminou minha frase. Meu sangue gelou, meus ouvidos zumbiram, o mundo ao meu redor se desvanecendo em um rugido surdo. Era como se eu estivesse de volta àquela cabine telefônica, a mesma voz fria, a mesma parede impenetrável. Eu me lancei para frente, um grito desesperado e animalesco escapando dos meus lábios, mas o guarda me segurou, seus braços fortes uma barreira que eu não conseguia quebrar.

"Não faça uma cena, senhora", ele disse, sua voz tingida de desdém. "Ele tem uma namorada agora. Uma nova vida. Você não deveria estar aqui. Você é apenas uma distração."

Tropecei para casa, meu coração um caco congelado no peito. Mais tarde naquele dia, vi Bruna, entrando pelo mesmo portão do qual eu havia sido barrada, um sorriso triunfante no rosto. Foi quando o guarda simpático de antes me encontrou, seu rosto gravado de tristeza.

"Ele tem mandado todo o adicional de periculosidade para ela, Alana", ele disse, sua voz mal um sussurro. "Cada centavo. Para o apoio emocional dela. Você não sabia?"

Aquele foi o momento. O último fio de esperança, de amor, de qualquer coisa que me conectasse a Lucas, se partiu. Meu coração não apenas se quebrou; ele implodiu.

Lucas me observou, seu rosto uma mistura de confusão e uma ternura peculiar, enquanto eu me recuperava da náusea. Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma pequena caixa de veludo. Ele a abriu, revelando um delicado anel de diamante, brilhando à luz do sol. Ele o colocou gentilmente na minha palma.

"Alana, eu sei que errei. Mas estou aqui agora. Eu voltei. Vou compensar você. Eu prometo. Vou cuidar de você, sempre." Ele sorriu, uma curva confiante e autoconfiante de seus lábios. "Eu não sabia que a morte da sua mãe te afetaria assim. Mas ainda podemos ter nosso futuro. Nosso casamento. Eu voltei por você."

Então, ele se virou para Bruna, ainda de pé ao lado dele.

"Bruna, querida", ele disse, sua voz suave, "Alana e eu precisamos fazer isso. Venha, você também. Vamos nos ajoelhar juntos e prestar nossas homenagens à mãe da Alana. É a coisa certa a fazer."

"Não!", eu gritei, o som rasgando minha garganta, cru e angustiado. A dor da perda da mamãe, a amargura da traição de Lucas, surgiram dentro de mim, frescas e avassaladoras. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, não por ele, mas pela mamãe, pela vida que ela perdeu, pelo desrespeito que eles estavam mostrando à sua memória. "Você não vai! Fique longe do túmulo dela! Você não tem o direito!" Minha voz falhou, rouca de dor e raiva.

Os olhos de Lucas se suavizaram, um lampejo de remorso genuíno neles. Ele quase pareceu pronto para recuar. Mas Bruna, rápida como uma víbora, caiu de joelhos com um baque dramático.

"Oh, Lucas, não! Alana, por favor! Eu realmente sinto muito! Eu nunca deveria ter aceitado aquele emprego! Eu nunca deveria ter te causado tanta dor!" Sua voz estava tingida de lágrimas desesperadas, uma performance tão convincente que o olhar de Lucas imediatamente se suavizou em direção a ela. Ela olhou para ele, seus olhos arregalados e úmidos. "Se eu não prestar minhas homenagens, Lucas, vou me sentir péssima pelo resto da minha vida. Isso vai me assombrar! Eu só preciso dizer que sinto muito para a mãe dela."

Ela inclinou a cabeça, então, com um baque pesado e exagerado, ela bateu a testa contra o mármore, não do chão, mas diretamente na lápide da mamãe. A pedra balançou, então com um arranhão doentio, um canto do mármore lascou, enviando um estilhaço voando. O monumento inteiro inclinou-se precariamente, ameaçando tombar.

"Sua vadia!", eu gritei, um som gutural de pura fúria. Minha mão voou, conectando-se com seu rosto, um tapa retumbante. Eu me lancei sobre ela então, cega de raiva, arranhando e empurrando. "Como você ousa?! Ela finalmente está em paz! Você não pode nem deixá-la descansar?!"

            
            

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