- Corvinho, você não é uma boa mentirosa, é? Para sua completa humilhação, ela sentiu seus mamilos se contraírem contra o sutiã em resposta à sensação da pele quente encostando em sua carne. Seu corpo parecia estar em guerra com sua mente, ela sabia que não suportava aquele cara. E mesmo assim... apenas um toque dele e ela sentia que poderia derreter. - Eu não estou mentindo, - ela sibilou, tentando manter a compostura. - Então por que você está tremendo?, - ele perguntou, com os lábios a cinco centímetros de sua orelha. Se ele se movesse ainda mais perto, ela tinha certeza que sentiria sua pélvis se pressionando contra sua bunda e... O QUE DIABOS ESTAVA ERRADO COM ELA?! - Boa noite!, - ela latiu, abrindo a porta. E a bateu atrás de si, enquanto ela fugia de seu próprio apartamento. Seu corpo traidor, graças a Deus, seguiu as suas ordens dessa vez. Ela já estava a caminho do bar e bem longe dele... de Adam. Apenas pensar em seu nome já a afetava. Max, ela pensou, tentando corrigir o pensamento. Você vai ver o Max. O homem certo para você. Ela não queria nenhum bad boy bruto. Ela queria o Sr. Certinho. O cavaleiro de armadura brilhante. O melhor amigo, com quem ela sempre se imaginou. Com esse pensamento reconfortante em mente, ela se dirigiu ao bar, animada para descobrir se Max pensava o mesmo. ADAM Ele não conseguia se controlar. O desejo de tocá-la, de abraçá-la, de segurá-la, era insuportável. A ereção em suas calças estava prestes a romper seu jeans a qualquer segundo. Puta que pariu, Megan iria expulsá-lo se ele continuasse assim. Não que ele se importasse. A voz imprudente em sua cabeça sussurrava que valia a pena. Kara valia a pena. Ele vestiu uma camisa limpa. Não gostava da ideia dela fora de sua vista. Não agora que ele a havia tocado. Havia sentido o cheiro dela. Sentido que ela o desejava. Era inconfundível seu desejo, apesar do desprezo aparente. E com aquela roupa que ela saiu, ele tinha certeza que chamaria a atenção. Por tudo que ele sabia, ela estava indo para um encontro. A ideia fez suas mãos se fecharem em punhos. Adam sabia que estava sendo louco. Ele mal conhecia a garota, pelo amor de Deus. Ainda assim... Ele não podia negar o efeito físico que ela tinha sobre ele. Virando-se para Megan, ele abriu a porta da frente. 'Desculpe, Meg, - disse ele. - Eu volto logo. - Desculpe, Meg, - disse ele. - Eu volto logo. - O quê?! Mas estou cozinhando para nós! Com os ingredientes que você comprou. Ele assentiu. A comida podia esperar. Ele tinha outro apetite em mente agora. - Eu não vou demorar, - ele prometeu. Então, com isso, ele saiu do apartamento. Iria se certificar de que Kara chegasse em casa a salvo. E se algum homem se atrevesse a colocar as mãos sobre ela... bem. Adam não estava disposto a deixar isso acontecer. Capítulo 3 BAR NENHUM KARA Kara chegou ao bar sentindo-se absolutamente tonta ao ver Max. Ela não conseguia tirar de sua cabeça a imagem da língua nojenta de Valerie dentro da boca dele. Mas... se ela conhecia Max, ela sabia que ele era impulsivo. Muitas vezes até demais. Certa vez, ele se descreveu como uma esponja, alguém que simplesmente absorvia tudo o que a vida jogava nele. Talvez Valerie fosse apenas o último entulho, Kara esperava. Ao entrar no bar, ficou feliz e surpresa ao ver que não era um lugar nojento. Na verdade, o ambiente era bem estiloso. Mesas iluminadas com neon, pôsteres descolados de filmes B antigos, e uma bola de discoteca em forma de caveira espelhada, pendurada no centro da sala. Tocava música dos anos 80, tomando impossível não se balançar enquanto caminhava, e Kara se viu fazendo isso enquanto procurava por Max. Hmm. Nenhum sinal dele. Ela estava prestes a pegar o telefone e mandar uma mensagem para ele quando viu alguém inclinado sobre o bar, sussurrando no ouvido da bartender, seu rosto ofuscado. A bartender, uma mulher na casa dos 30 anos que vestia uma roupa tosca, deu uma risadinha enquanto se afastava. Com certeza, era Max. Ele se virou, olhou para Kara e acenou para ela com um sorriso. Algo em seus olhos parecia um pouco... Estranho. Vitrificado, quase. - Aqui está ela, - disse ele, jogando um braço em volta do pescoço de Kara. - Minha melhor amiga finalmente chegou! Quando sentiu o cheiro de Max, ela quase engasgou. Ele cheirava como se tivesse bebido por horas. Por mais atraente que fosse, seu cheiro era outra coisa. Não é que Kara não bebesse. Mas o cara cheirava como se tivesse tido bebida alcoólica derramada sobre ele. E pela maneira como ele apalpava o pescoço dela, talvez ele tivesse. Ela gostava do contato físico - algo que não estava acostumada com Max - mas era só porque ele estava bêbado? 'Então, o que você vai tomar? - Vodka e refrigerante, por favor, - disse ela à bartender, torcendo para que ela não pedisse a identidade. A garota de roupa tosca parecia inclinada a fazê-lo, mas então Max piscou para ela e ela encolheu os ombros. Ufa. Acho que havia uma vantagem em seu flerte ininterrupto. - Estou tão feliz que você veio, Kay, - disse ele, falando um pouco arrastado. - Você está... Você está... Ele a olhou de cima a baixo e Kara enrijeceu, se perguntando se ele estava prestes a elogiá-la. Ela esperava que sim. Mas então ele riu. - Parece que você está realmente tentando parecer ser legal, não é? - Hmm, - ela disse, um pouco magoada, mas riu junto. - Isso é meio que o que eu visto. - Sim, certo, - disse ele, empurrando suavemente o braço dela. - Eu sei que não é bem assim. Eu te conheço, lembra. Faz apenas, o que, três anos? Três anos de você nunca me notando, me chamando de amiga, me colocando de lado, Kara pensou. Mas em vez disso, ela apenas forçou um sorriso e acenou com a cabeça. - Isso mesmo. Três anos, firme e forte. A bartender entregou-lhe a bebida e fez uma pequena saudação a Max, que engoliu a cerveja de uma vez e acenou pedindo outra. Jesus, ele estava enchendo a cara esta noite. Por que será? - Então, sobre o que você quer conversar, hein?, - ele perguntou arrotando. Kara tentou resistir ao desejo de franzir o nariz. Cada segundo perdido aqui neste bar com Max estava fazendo sua fantasia parecer cada vez menos... Realista. Seria Max simplesmente sua ideia de 'o cara certo' porque ele sempre esteve por perto? Porque ele a conhecia tão bem? - Bem, - disse ela, sem saber por onde começar. - Eu queria falar com você sobre... Nós. E se... Se poderíamos ficar juntos? Ela sabia as palavras, mas não conseguia encontrar uma maneira de dizê-las em voz alta. Principalmente agora, quando parecia que ele mal prestava atenção, muito focado na nova cerveja sendo colocada à sua frente. Ela estava prestes a falar de qualquer maneira, só para desabafar, quando ouviu uma voz desagradável atrás dela. - Que diabos, Max? Kara se virou para ver Valerie. Ela estava vestida com um vestidinho vermelho, salto alto e seu cabelo caía nas costas em ondas brilhantes. Ela era sexy em todos os sentidos que Kara não era. E ela parecia furiosa. - Por que essa garota está aqui? Você disse que seríamos apenas nós dois! Ele disse a mesma coisa para mim. Kara pensou. Mas ela nem sabia mais o que dizer. Tudo estava se transformando em um cenário de pesadelo, e rápido. Ela agarrou sua bolsa e se levantou rapidamente, preparada para sair. - Ei, espere um segundo, - disse Max, agarrando seu braço. - Senhoras, todos nós podemos nos dar bem, não podemos?