Kara olhou para a mão macia e bem cuidada de Max tocando seu braço. Ela deveria ter sentido borboletas no estômago, ou eletricidade, ou o que você deveria sentir quando está apaixonado. Mas ela não sentia nada. Nada comparado a maneira como ela se sentiu quando os dedos ásperos de Adam roçaram seus braços... - Vamos, Kay, Val, - disse Max, insistindo. - Sentem-se. Vamos todos ser amigos. Valerie lançou-lhe mais um olhar glacial, em seguida, passou para o outro lado de Max e se sentou no bar. Claramente ela se sentia ameaçada. O que significava que Kara tinha uma chance.
Mas uma chance era, realmente, o que Kara queria? ADAM O que diabos ela estava fazendo aqui? Adam sabia que estava sendo um idiota de merda por mostrar seu rosto em público. Em um bar, ainda por cima. Os caras de Crawford estavam sempre rastejando em tomo de lugares como este, procurando carne fresca para jogar no moedor. No ringue. Adam olhou os nós dos dedos machucados, as palmas das mãos calejadas, os pequenos cortes, que só agora começaram a cicatrizar. Não eram os piores ferimentos que ele já obteve em uma luta. Mas ainda assim eles doíam. Ele não queria mais nada com aquela vida, com aquele submundo horrível onde dinheiro equivalia à quantidade de sangue que você poderia derramar. Ele queria sair. Para sempre, desta vez. Então, o que diabos ele estava fazendo em um bar, quando deveria estar escondido? Para observá-la, é isso. Kara estava conversando com um cara. Algum idiota de merda com um sorriso bobo que não mantinha as patas sujas longe dela. Dela e de outra garota. Pelo olhar brilhando nos olhos bêbados desse filho da puta, Adam poderia dizer quais eram suas intenções. Ele pensou que iria amarrar essas garotas em um ménage à trois. Que idiota. Claramente nenhuma das duas se suportavam. E Kara não era esse tipo de garota. Adam mal a conhecia, e ainda assim ele podia sentir uma certa pureza sobre ela. Uma idiotice também, aparentemente, se ela pensava que caras como esse - Max - - como ele a ouviu chamá-lo - valiam a porra de seu tempo. Ele ouviu a conversa deles do canto do bar, ficando mais furioso a cada segundo. Esse cara, Max, tinha que aprender uma lição sobre boas maneiras. Sim, Adam gostava de falar duro. Mas ele nunca tentaria forçar uma garota a algo que ela não queria. O que, a julgar por suas divagações bêbadas, era exatamente o que o filho da puta estava fazendo. ... - vejam, meninas, - Max arrastou. - Tenho a mente aberta. Gosto de expandir os horizontes dos meus amigos. Fazê-los experimentar coisas novas. Vai aqui disse que ela topa, mas estou curioso sobre você, Kara. - O que... como assim?, - ela perguntou inocentemente, parecendo confusa. - Você gostaria de transar com o Max, - Valerie desabafou, de braços cruzados. - Isso é o que ele está perguntando. - O quê?! - Kara exclamou. - Quero dizer... nós somos melhores amigos. EU... - Por favor, Kay, - disse Max, inclinando-se mais perto dela agora. - Nós dois sabemos que você está apaixonada por mim há anos. Não é por isso que você queria falar comigo? Para confessar o seu amor? Que pedaço de MERDA! Adam queria arrancar seu sorrisinho presunçoso do rosto. Max caiu na gargalhada e Valerie, a vadia burra, juntou-se a ele. Kara parecia estar desabando sobre si mesma, ficando cada vez menor. Adam não aguentou. Ele estava muito perto de se levantar e ensinar uma lição ao filho da puta do Max, com a mandíbula cerrada e seus punhos tremendo. - Olha, Kay, não há nada para se envergonhar, - Max continuou. - Mesmo que você não seja meu tipo. Mesmo se você ainda for virgem Uma virgem!? Adam ficou chocado. Ele sabia que ela era inocente. Mas não tão inocente. Por alguma razão, porém, isso só o fez gostar mais dela. Essa garota não era uma prostituta fácil. Ela era o verdadeiro prêmio. Um ser humano de carne e osso que não era apenas gostosa, mas agressiva e inteligente e... Ele não conseguia acreditar no jeito que Max estava falando sobre ela. Adam tinha que colocar esse filho da puta em seu lugar. Estava prestes a se levantar de sua mesa e dar-lhe um soco, mas então Kara se levantou primeiro. O que ela disse a seguir o surpreendeu absolutamente. KARA Kara nunca se sentiu tão totalmente humilhada em toda sua vida. No início, ela queria chorar. Mas quanto mais Max falava, mais sua autopiedade se transformava em raiva justificada. Agora, ela estava de pé e prestes a fazê-lo escutar. O menino que ela sempre pensou ser 'Sr. Cara Certo' não poderia ser mais errado para ela. Pelo menos agora, ela podia ver isso claramente. - Quer saber, Max?, - ela disse. - Você tem razão. Eu não sou seu tipo. Eu sou muito boa para você. Max parou de beber, seu sorriso desmoronou enquanto ele a olhava incrédulo. Mas Kara estava apenas começando. - Não acredito que perdi meu tempo com alguém tão juvenil e patético como você, - disse ela. - Você merece gente como ela. Ela apontou para Valerie, que zombou em resposta. Kara continuou: - Aquelas que se jogam em caras como você, que só procuram uma boceta para foder de vez em quando. - Ela estava prestes a se virar e sair do bar, mas então se lembrou de uma última coisa que queria dizer. - Ah, é. Valerie?, - ela disse para a garota. - Sinto pena de Gerald. E pensar que ele teve que aturar uma vadia traidora como você por tanto tempo. Valerie empalideceu, sua boca abrindo e fechando como um peixe engasgado. Com isso e cabeça erguida, Kara se virou e saiu do bar, vagamente percebendo um par de olhos azuis gelados a seguindo. Mas ela não teve tempo de prestar atenção a eles. A adrenalina havia assumido o controle. Ela não tinha ideia do que faria agora. *** Depois de andar em círculos por quarteirões, tentando se recompor e enxugar as lágrimas, Kara voltou para casa. Ela se sentia trêmula e frágil, e esperava que Megan ainda estivesse acordada. Ela percebeu, com uma pontada de fome, que não tinha comido a noite toda. Talvez houvesse algumas sobras. Mas em vez de encontrar Megan, lá estava Adam no fogão. Ela fez uma careta. - Você não tem uma vida?, - ela cuspiu. - O que você ainda está fazendo aqui? - Você deve estar com fome, - disse ele, ignorando-a. Ele despejou um pouco de macarrão em uma tigela e colocou na mesa da sala de jantar. - Cale a boca e coma. Kara ficou surpresa. Embora ela não apreciasse seu tom, suas ações eram outra coisa. E ela estava morrendo de fome. Aquela massa tinha um cheiro delicioso. Então ela obedeceu, sentando-se em frente a ele enquanto ele trazia sua própria tigela para a mesa. Eles comeram em silêncio por alguns minutos. Ela percebeu que sua mão ainda tremia de raiva e desgosto, e tentou mantê-la imóvel para que Adam não percebesse. - Você está bem?, - ele perguntou, sua voz mais suave do que ela já tinha ouvido. - Você se importa?, - ela perguntou, não querendo dar a ele essa satisfação. Era bom ser cruel agora. Ser má por nenhuma outra razão além de que ela podia. Mesmo quando Adam estava sendo estranhamente... doce. Ele se levantou abruptamente. - Venha aqui. Kara congelou. Ela tinha esquecido o quão alto e o quão poderoso ele era. Seus músculos saltavam de sua camiseta cinza. E seus olhos gelados exigiam atenção. 'Por quê?, - ela perguntou. - O que você quer? - Eu disse venha aqui, corvinho.