Com isso, saltei da banqueta do bar e fui até a impressora pegar minhas credenciais e usei a laminadora que comprei para ocasiões como essa. Após terminar o meu café e me despedir das garotas, eu peguei um Uber X para Rhode Island. O trajeto não demorou muito, mas me deu tempo para pensar. Eu não queria gastar dinheiro com uma condução cara, mas precisava manter as aparências. A ambição acabou vencendo meus nervos. Sempre quis ser jornalista. De vez em quando, realizar meus sonhos envolvia correr riscos. Não queria sossegar ou viver uma vida chata, então entrei no trem da vida com ele em movimento e tenho me segurado firme até então. Quando cheguei à recepção, estava empolgada e pronta para a ação! - Virginia Sayles, Delaware Daily Press," eu disse entediada, indiferente... apenas fazendo meu check in. - Bem-vinda, Sra. Sayles. - Posso ver um documento, por favor? A simpática atendente da recepção sorriu para mim enquanto saquei minha habilitação que fiz ainda nessa manhã. - Obrigada. Ela pegou o documento. - Parece que seu quarto e comodidades já estão pagas. Só preciso da sua assinatura. Mais fácil impossível... Eu havia praticado a assinatura dela a manhã inteira e fiz um ótimo trabalho de falsificação. Após me entregarem as chaves, cheguei a uma suíte gloriosa que agora era só minha, com uma cama king-size e uma cesta cheia de garrafas de vinho, queijo, frutas, nozes... era o paraíso! Eu estava pronta para a ação quando faltavam 20 minutos para os coquetéis do meio-dia... Naquele momento, a vida não podia estar melhor. Respirei fundo, alonguei os músculos tensos e desci até o bar com minhas credenciais novas em folha. Como eu era a única jornalista do Delaware Daily Press, não precisava evitar ninguém em particular. Era só tomar vinho e beliscar alguma coisa. Descobri que o local tinha poucos frequentadores, mas era como um clube exclusivo e secreto das pessoas mais ricas e influentes da Costa Leste. Peguei um belo Pinot Noir e um sanduíche com algum tipo de queijo e caviar... delícia. Acho que comi uns sete desses. Estava prestes a comer ainda mais quando um homem de quase 50 anos que estava usando um terno creme se aproximou de mim. - Delaware Daily News? Ele me olhou com ceticismo. - Interessante. - Não achei que o Delaware Daily estivesse interessado em assuntos culturais. Por um segundo, achei que meu disfarce havia sido descoberto, mas, felizmente, eu li o Delaware Daily News para me preparar, então... - Nossas páginas de sociedade andam um pouco vazias hoje em dia; esse é um belo encontro, cheio de pessoas que importam. - Junte isso ao vinho e é um furo de reportagem bom demais para deixar passar. Eu não tinha muito mais o que dizer, então sacudi a cabeça, peguei meu último caviar, ou seja, lá o que estava comendo e fui embora. Em seguida, veio um homem que só podia ser um político. Sorriso perfeito, cabelo perfeito, terno caro, sapatos incríveis e um olhar diabólico. - Já experimentou o Malbec? É perfeito. Seus olhos ardiam enquanto deslizavam pelo meu corpo e eu dancei conforme a música. Uma boa forma de conseguir informação privilegiada em uma conversa é geralmente começar com um flerte. Homens sempre flertavam nesse tipo de evento e, por algum motivo, eu sempre recebia muita atenção. Inclinei a cabeça ligeiramente, empinei o bumbum e me inclinei para frente. - Mesmo? - Ainda não experimentei. Deixei meus olhos deslizarem até os dele, grandes e atentos. - Bom, deixe-me lhe servir uma taça - ele ofereceu enquanto eu lambia os lábios suave e sutilmente. Enquanto ele foi atrás do vinho, vi Asher Davis, o bilionário mais poderoso e rico do DC olhando na minha direção. Capítulo 2 ASHER Não queria ir de carro até Rhode Island por um pouco de vinho, mas JoBob, meu melhor cliente, me convidou. Ele estava prestes a comprar milhões de dólares em espaço de armazenamento, tanto físico quanto cibernético, para aumentar a vasta quantidade que já possuía. O conteúdo da nova conta estava para ser determinado, mas ele já havia pagado por nosso pacote de segurança mais robusto. No mundo do JoBob, segurança significava que as coisas não deveriam ser questionadas ou mencionadas, apenas guardadas. Inicialmente, eu criei o "Safe" minha empresa de armazenamento físico e cibernético, como uma plataforma única para todas as necessidades de movimentação e armazenamento. Eu tive navios para o transporte, armazéns para o armazenamento, nuvens para dados cibernéticos e podia fazer qualquer coisa desaparecer... do nada! Havia algum nível questionável em meu negócio que beirava a corrupção, mas eu não sabia de nada. A beleza do meu negócio era que, se os clientes pagassem, eu fazia ouvido de mercador e ignorava tudo, pois nada mais me importava. Se você quisesse um quarteirão de armazenamento subterrâneo refrigerado e por um preço acessível... eu não fazia perguntas. Armazenamento virtual, criptografia, esconder dinheiro, corpos... tudo isso poderia ser feito. Eu tinha algumas pessoas monitorando as coisas do nosso lado para evitar que violássemos leis. Já os nossos clientes, eu já não colocava a mão no fogo por eles. Eu tinha uma equipe enorme de funcionários que cuidava da burocracia, pois a Safe era uma empresa pública que oferecia serviços a preços razoáveis para a comunidade. Alguns outros serviços mais privados eram oferecidos a portas fechadas e em eventos como o lançamento de vinhos. Então, eu precisava estar lá. Eu trouxe uma acompanhante para me divertir, Carrie, Witshaw. Ela era incrível na cama. Na verdade, acho que era a única coisa que eu gostava nela. Então, levei ela com essa única finalidade, pois duvidava que encontraria alguém com quem passar a noite no evento. Para a minha surpresa, no entanto, estava olhando para uma beldade de cabelos negros que havia comido seu terceiro sanduíche de caviar. Ou ela não podia pagar por essas coisas, ou estava morrendo de fome por algum motivo. Enquanto Carrie se ocupava no bar, aproveitei a oportunidade para observar a linda mulher no bufê. Ela tinha pernas enormes e seios perfeitos que praticamente chamavam meu nome. Mas quem diabos era ela? Eu precisava saber.