Então, após olhar por tempo suficiente para entender que a barra estava limpa, fiz minha abordagem. - Estão bons? Perguntei no momento que ela dava uma mordida. Seu rosto pareceu chocado, mas melhorou quando ela conseguiu mastigar e engolir. - Estão incríveis. Ah, e ela sabia se virar em uma conversa. - Não como desde muito cedo. Esses sanduíches estão divinos. E que sorriso incrível... Subitamente, me arrependi em trazer Carrie comigo. - Sou Asher. Estendi minha mão para a beldade em minha frente. Ela pegou minha mão com os olhos brilhantes. - Virginia. Li seu crachá de imprensa.
Era um pequeno pedaço de papel, que mal valia a pena olhar, mas que me dava a chance de dar uma boa olhada nela outra vez. Talvez eu pudesse mandar Carrie para casa. Não vi um anel no dedo de Virginia. - Então, Virginia... Minha voz deslizou sobre o nome dela. - Você gosta muito de vinhos? Eu esperava que ela tivesse ouvido a insinuação em meu tom. - Sou sim. Ela involuntariamente endireitou as costas, apresentando seus seios perfeitos para mim. Pode não ter sido intencional, mas sinto que essa mulher não fazia muitas coisas sem saber como afetava as pessoas. - Você tem um quarto aqui? Eu sabia que era uma jogada ousada, já que eu estava acompanhado. - Tenho. Sua cabeça se inclinou de forma brincalhona enquanto um sorriso malicioso iluminava seu rosto. - Mas vim pelo vinho. E quando ela disse isso, Martin Schmoard chegou até ela com uma taça de vinho tinto que havia sido parcialmente derramada. - Seu Malbec, senhorita. Ele fez uma reverência estúpida. De jeito nenhum eu ia deixar aquele velho idiota ficar com meu prêmio da noite. - Marty? - É sério? - Vinho? Envergonhar o oponente sempre foi a melhor tática. - Achei que sua esposa fosse alérgica a vinho. O que está fazendo? Bancando o garçom? Eu franzi minha sobrancelha, parecendo muito confuso. Os tons de vermelho em seu rosto revelaram uma brilhante expressão de derrota. Virginia mal pareceu notar toda a situação. Ela era uma profissional. Com aquele corpo, é provável que estivesse acostumada aos avanços de homens casados. Ela ergueu a taça para ele. - Ao Malbec. Obrigada, está delicioso. Ela se moveu para escapar, mas eu não a deixaria ir tão rápido. Olhei em volta para ver se Carrie estava procurando por mim. Meu tempo era curto. - Está mesmo aqui apenas pelo vinho? Encurralei Virginia. - Sim, por quê? Você não? Seu jeito de falar é suave como seda. - Acho que há muito mais na vinícola a se aproveitar do que uvas fermentadas - disse eu, aludindo aos outros convidados. - Talvez um escândalo ou dois? - Como um proeminente senador casado de Massachusetts flertando comigo? Eu não chamaria isso de escândalo. Ela me rejeitou? A mim? - Ou... um possível candidato a presidente? Meus olhos se voltaram para JoBob, que estava com alguns convidados no centro da sala. Se fosse uma jornalista de verdade, estaria de olho em busca de um furo de reportagem. Meu plano era intrigá-la o suficiente na minha janela de oportunidade, enquanto Carrie não voltava com bebidas nas mãos. Já estive em situações piores. Eu só precisava do número do quarto de Virginia e daria conta do resto. - Aqui está você. Estive procurando por toda parte - Carrie disse. - Você provavelmente é o único aqui que quer tomar whisky em vez de vinho. O som perturbado de sua voz me incomodou. Mal sabia ela que estava prestes a ser mandada para casa com sua possessividade e tudo mais. - Olá. Meu nome é Carrie, namorada de Asher. Quem é você? Ela encarou Virginia. Peguei meu drinque da mão dela. - Minha namorada, Carrie? Não está indo longe demais com isso? Virginia apenas riu. - Aproveite a noite! Ela ergueu a taça para mim e se misturou com os outros convidados, saindo do alcance. Merda! - O que diabos foi aquilo? Carrie ficou furiosa. - Não é da sua conta. Eu dei a ela um olhar casual. - Sei que não sou sua namorada, Asher, mas flertar com ela enquanto estou aqui não é um pouco de mal gosto? Ela tremia de raiva enquanto virava sua taça de Chardonnay. - Então, o que acha que temos? Perguntei casualmente. - O que espera de nós? - Eu... eu... eu... Ela sequer conseguia articular o que queria, pois sabia que não ia receber nem perto disso. - Certo. Nós dois somos só uma transa agradável, só isso. Se você quer algo a mais do que transar, vai ficar desapontada quando levar um chute. Não entro em relacionamentos, nem com você, nem com ela. Fiquei feliz por ambas estarem no mesmo barco. Você tem uma vagina gloriosa, que ainda não me aborreceu, mas fora disso... Não estou muito interessado em qualquer outra coisa que esteja fazendo. Provei meu whisky enquanto ela se preparava para jogar o resto de seu vinho no meu rosto, o que me fez rir. Não sobrou muito o que jogar e eu mereci, pois era o idiota perfeito. - Odeio você, Asher! Lágrimas rolaram de seu rosto. - Suponho que esperava mais de mim do que eu estava disposto a dar. Eu disse desde o começo que só estava interessado em sexo e uma pequena parte de você sonhou que poderia me mudar, me curar, me tornar um homem melhor. O problema, querida, é que não sou um bom homem. Eu sou o diabo e estou bem com isso. Então, temos duas opções. Você pode aguentar firme e eu te darei a transa da sua vida depois de conseguir o número dela... ou pode ir para casa e lamber suas feridas. Qualquer uma das coisas funciona para mim. Dei a ela um sorriso malicioso, que me rendeu um tapa na cara. Devo acrescentar que ninguém naquela sala deixou de reparar no que acontecia. - Você é um monstro, Asher Davis, ela gritou em um lamento estridente. - Isso não é novidade para ninguém. Pegue um táxi para casa, coloque na minha conta e tenha uma boa vida. Assim, me afastei dela sem nenhum desejo de voltar a vê-la novamente. A ouvi choramingar enquanto se afastava; boa viagem. Não preciso de drama em minha vida. Pessoas encararam por um minuto e depois seguiram com sua vida. A única pessoa que me importava no momento era Virginia, que me olhou por cima do ombro enquanto falava com outro político. Achei que seria ruim abordá-la naquele momento, então deixei a noite seguir. Conversei sobre amenidades com alguns abutres políticos, torcendo para ter outra chance com ela. O maior tubarão da sala finalmente me abordou após me ver falando com os outros. Novamente, eu não me importo; eu tinha muitas pessoas com quem falar e era tão rico, se não mais rico que JoBob Rails. Não queria saber de porra nenhuma. Ele não havia assinado os contratos, então os deixei convenientemente em uma bolsa que estava com meu casaco. Dois segundos do tempo dele era tudo que eu precisava. JoBob veio até mim, conversando fiado e apertando mãos no caminho. Quando se aproximou, já havia me colocado na frente dele.