Capítulo 3 3. Ferit Aslan

-Ela faz depilação masculina também Farit, você não estava precisando? - O orospu çocuğu do Ricardo falou debochando da minha última tentativa de fazer Vanessa ficar longe de mim aquela maluca sem noção teve a cara de pau de dizer após dar uma boa mamada no meu pau -" Você tem que se depilar mozão, vou ficar cuspindo pelos cada vez que ver".

- Allah sabe o quanto eu tentei, fiz de tudo para me livrar dela, até ficar peludo! Mas nada afasta aquela praga, namoramos por cinco anos ao todo entre idas e vindas, já tentei de tudo mesmo, comecei um outro namoro mas ela colocou a Susi para correr, já disse com todas as letras que não a amo, que não quero ficar com ela. Como vou manter um relacionamento com alguém que quer meu filho bem longe mim porque ele atrapalha a sua felicidade, que no meu trabalho só posso atender homens casados. Ela me deixa louco com seu ciúmes sempre fala que vai se tratar fica numa boa por seis meses depois surta de novo.

-Vou marcar um horário, é completa para o mês que vem. -Falei só porque tinha cinco pares de olhos me encarando, principalmente para o par de olhos castanhos esverdeados que a dona desse olhar me deixa instigado, ela tem um semblante calmo, com um corpo que deixa os homens loucos com aquele quadril largo, coxas grossas, peito pequeno mas enche fácil minhas mãos, pescoço longo e lábios carnudos. Como era de se esperar sua reação foi um abrir e fechar de lábios.

Gostado da reação que causei me pus de pé e avisei - Bom! Eu vou indo, tenho cliente para atender, obrigado pelo chá.- Atravessando o corredor já é a minha porta, fui arrumar a maca e liguei a minha playlist e tocando Blinding lights do The Weeknd para começar a atender o cliente que vai fazer um dragão em todas suas costas.

O restante do dia foi um borrão, fiquei concentrado na tatuagem que nem vi as horas passarem. Levei Pedro para a casa da sua mãe, passei no mercado e quando entrei no bairro em que eu moro lembrei do endereço que Isaac me falou. "- Nós moramos lá também na rua maria rosa é na casa cinza com detalhes em preto ao lado da lavagem do Gui." - procurei pela rua depois pela casa. Passei na frente e havia um carro na garagem, será que é o dela ou de um namorido? Uma sensação estranha se apossou do meu peito com essa ideia, meneei a cabeça em negativa pois não podia seguir por esse caminho então acelerei um pouco o carro e fui para casa e para minha decepção Vanessa estava plantada no meu portão.

-Merda! - bati no volante, chegando mais próximo estacionei o carro na calçada, abri o vidro e chamei ela que veio com um sorriso falsos nos lábios entrou de bom grado.

-Olá amor! Por que demorou tanto? Estou com saudades. - falou toda melosa tentando me agarrar.

-Oi Vanessa, estava trabalhando e antes que você comece a dizer que eu só trabalho e não tenho tempo para nada e todo aquele blá, blá, blá.... Vou te lembrar e espero que seja pela última vez não sou seu amor, isso que você sente é obsessão. Não existe um relacionamento entre nós, compreendeu? - falei retirando suas mãos de mim e dando partida no carro para a casa dela.

-Você não pode estar falando sério, me dediquei a você por anos da minha vida! Você não pode me abandonar assim do nada! Não pode mesmo, eu te amo! - exclamou chorosas - Quem é a vadia Ferit? Você vai trocar o amor da sua vida por uma puta qualquer! - gritou

-Eu não amo você, Porra!- esbravejei

-Mas, eu te....

-É uma obsessão. O. B. S. E. S. S. Ã. O! - declarei cortando sua fala - Você tem que ser feliz com alguém que te ame, essa pessoa não sou eu! já te falei.

-Mas só você me faz feliz! É só você, Ferit, me fala como vou viver sem você? - chorou copiosamente.

Já cansado do assunto, eu dirigi o restante do trajeto em silêncio ouvindo apenas o choro de Vanessa. Tenho pena ela é uma mulher bonita a legítima loira de parar o trânsito mas precisa crescer um pouco é muito mimada vive às custas do pai que é um banqueiro aposentado e o mais importante se tratar.

Parei em frente a sua casa, ela já havia parado de chorar me olhou cheia de esperança. Lá vamos nós de novo.

-Papai vai ficar muito feliz de ver você. - falou baixinho.

-Não vou descer.

-Mas você me trouxe até aqui.

-Sim, para colocar de vez na sua cabeça que não somos mais um casal. - tentei soar o mais calmo possível pois estava no meu limite, sua sorte que era mulher se não já havia batido.

-Escute Vanessa, volte a se tratar ou vou ter que entrar com uma medida protetiva contra você. - avisei

-Por você eu faço tudo Ferit. - falou como se a minha ameaça não valesse nada, ela literal cagou para mim..

-Faça por você Vanessa, tchau!- concordou com a cabeça mas duvido que tenha entendido.

-Tchau.- Desceu cabisbaixa e eu sai dali precisava de um bom banho e minha cama, o que noite meu deus!

Já em casa larguei chave e carteira no aparador fui tirando a blusa e indo para o banheiro com o celular na mão olhando as redes sociais, uma solicitação de amizade apareceu na tela, era de Isaac mexi no seu perfil olhando com atenção as suas publicações e uma me chamou atenção era de quarenta minutos atrás ele estava na piscina e na borda em pé atrás dele estava Mikaela em um biquíni minúsculo, dei um zoom e meu pau se remexeu. Larguei o celular na bancada da pia, tirei a calça, cueca e meia fui para o box, abri o registo deixando a água fria tirar toda a tensão.

De banho tomado, fui para a cozinha fazer algo para comer, aproveitei para falar com meus pais e mesmo tendo trinta e sete anos minha mãe me trata como se eu fosse uma bebé, e minha mãe acha que eu sou obrigado a casar para ter alguém que cuide de mim pois um dia ela irá morrer e eu ficarei a deus dará. Não sou um cara namorador ou baladeiro pelo contrário minha família me ensinou a ser respeitador isso é questão de honra, fui criado em uma família tradicional turca onde a mulher é a rainha do lar, por mais que eu ache meio rigosa a forma como a mulher se veste ou o fato que não demonstrar afeto em público, - ainda bem que eu moro no Brasil e não na Turquia - meus pais são de Gaziantep uma cidade no sul da Turquia, numa das regiões mais pobres do país, juntaram tudo o que tinham e vieram para cá onde hoje ele é advogado formado. Tá certo que eles queriam uma profissão melhor para mim, até me formei em administração mas ficar em um escritório o dia todo não é para mim, gosto de desenhar e nada mais bonito que transformar pessoas em arte vivas, sou realizado profissionalmente mas falta a parte do amor, do romance. Pode parecer piegas mas quero um amor como dos meus pais, com cumplicidade, lealdade e respeito, o que vivi com Helena mãe do Pedro foi só tesão nunca ia dar certo e com as outras sempre faltava algo e quem sabe eu encontro a companheira perdida na sala da frente " Calma Ferit, conheça ela primeiro. Lembra da Vanessa? Você achava que ela era a companheira ideal" - ledo engano aquela doente.

Trrrrrim, trrrrrrim! Trrrrrrrim, trrrrrrrrim!

Meu despertador tocou, me pus de pé, me arrumei e fiz meu shake sempre como a minha rottweiler na minha cola louca para dar uma volta pelo bairro, nega é uma cachorra muito esperta muito bem treinada e mimada. Somos só nós dois na maior parte dos dias da semana ( já falei que sou um cara carente) pego sua coleira e como são seis horas deixo a focinheira em casa, saímos para dar nossa volta intercalando entre caminhadas e corridas.

Passo caminhando em frente a casa de Mikaela observando a porta da varanda aberta e luzes no interior do andar de baixo acesa. É um sobrado muito bonito de dois andares, jardim pequeno na frente, sei que esse terreno foi dividido em dois mas ele é bem comprido tem um pátio nos fundos bem bacanas, como eu sei disso? Antes de comprar minha casa, o corretor me mostrou o sobrado ao lado do de Mikaela, mas como eu queria uma casa com três dormitórios não dei muita atenção para esse, fora que precisava de algo térreo para meus pais sem escada.

Voltei a correr a última quadra para chegar em casa, comer uma fruta, dar uma ração e água para Nega, peguei minha bolsa da academia e sai para pegar o mala do Ricardo que acha que sou uber.

Em frente ao prédio em que Ricardo mora estacionei e mandei uma mensagem para ele.

Eu- Onde você está?

Ricardo- Em casa! E, bom dia para você também, como passou a noite?

Eu- Vai a merda Rico!

Ricardo- hahahaha. Estou descendo

Somos amigos de infância, ele era meu vizinho, seus pais ainda moram ao lado da casa dos meus, sempre curtimos desenhar até rolava umas competições de quem desenhava melhor que o outro, Ricardo sempre ganhava de mim. Crescemos e a paixão por desenhos só aumentou, fizemos o curso de tatuagem com Helena mãe do meu filho, sim aprendi minha profissão com minha ex, montamos nosso estúdio de tatuagem e as coisas só bombaram. Somos considerados os melhores do estado e já participamos de muitas competições também.

-Chora seu puto. - Ricardo praticamente gritou ao fechar o portão do prédio.

- Qual boa? - Perguntou ele ao entrar no meu carro

-Temos um evento para ir daqui a três meses.

-To sabendo, é a Tattoo Week ou a Link Station?

-Puts! Não me lembrava da Ink.- Comentei lamentando por não ter outro desenho e nem modelo para a competição.

-Esse ano fui convidado para palestrar, não vou competir, então você tem chance. - Debochou ele.

Fomos para a academia perto do trabalho treinar aproximadamente uma hora e meia antes de tomar uma ducha para ir trabalhar.

Quando estava estacionado o carro, vi o carro que estava na garagem de Mikaela do outro lado da rua. Senti uma euforia estranha no meu peito, ela é gostosa, muito simpática mas não tenho convivência com ela para esse tipo de sentimento.

            
            

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