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CARTER GRAY JHONNES
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Andei pelo corredor, já com pronto para o meu encontro com Dean, já que o outro homem havia pedido para que eu fosse treinar com ele hoje a tarde. Na verdade, ando notando que todos os dias ele inventa um exercício ou algo para fazermos juntos, como se ele se lembrasse que está sendo meu supervisor. Passamos a semana toda acordando bem cedo e indo correr em um parque que fica aqui bem perto, ele acompanha muito bem a corrida, já que meu corpo aguenta bem mais do que o dele, mas eu tento ficar apenas no básico e não ficar me amostrando para o meu sobrinho. O melhor de correr com ele, é que conversamos bastante, até mesmo sobre coisas que ainda nem contei para a minha terapeuta. Correr com Dean também é um grande alívio, já que é um dos únicos momentos que posso andar livremente entre outras pessoas no lado de fora do prédio, já que eu não posso sair do lugar se não estiver acompanhado de um outro agente, a ONU que impôs essa - entre outras várias - regra, pois apesar de eu ser "livre" para ir e vir, sempre me lembram que sou um ex prisioneiro de guerra e que não sabem quantos danos a Gênesis causou em minha vida, ou eu meu cérebro. Aos olhos de qualquer um, sou um homem perigoso e instável, mesmo que eu já tenha demostrando o contrário, e que já estou bem melhor mentalmente, a ponto de eu não sair atacando qualquer um em minha frente. Não sou violento, e a Doutora Alexandra até mesmo me indicou que eu fizesse Yoga e meditação, para que mesmo que eu chegasse a me exaltar, soubesse me controlar a ponto de voltar a ficar bem calmo e tranquilo.
Eu não queria bater ou matar ninguém, não era para isso que eu estava ali naquele lugar. Não era para ferrar ainda mais com a minha vida, e nem mesmo com Alexandra Wilson ou com Dean Tompson, já que eles eram meus principais supervisores, eram praticamente minhas babás, já que eu não poderia fazer nada sem a aprovação ou acompanhamento dos dois.
Já chegando em frente a sala de treinamento, observei a mulher negra, baixa e vestida com roupas de academia amarelas - ainda não sei o que ela tem com essa cor. - esmurrar um saco de pancadas que era bem maior do que seu corpo, tentei imaginar o que o pobre saco havia feito para merecer aqueles golpes tão violentos.
Acenei para Dean, que me olhou também, quando eu havia parado para observar Alexandra Wilson se movimentando na sala. Fui até a porta, colocando meu polegar no leitore biométrico e observando a barreira se abrir para que eu passasse logo para dentro do cômodo.
- Carter? - Dean, do outro lado da sala, me gritou, estranhando minha presença naquele lugar.
- Quatro e meia. - estava de manhã, e iríamos treinar um pouco antes de sairmos para correr. Já havíamos até montado uma rotina de exercícios desde o dia em que cheguei aqui, Dean disse que isso ajudaria a distrair minha mente.
- Já são quatro e meia? - ele olhou para a parede, onde havia um relógio eletrônico, piscando em vermelho e mostrando que eu estava sendo bastante pontual. - Me desculpe, eu tinha me esquecido e nem mesmo vi as horas se passando. - ele se aproximou um pouco, passando por Alexandra e consertando um pouco da postura dela e da posição de seus pés, mas logo voltou a traçar um curso até onde eu estava parado.
Olhei para a mulher novamente, tentando pensar e imaginar o que ela estava fazendo ali tão cedo, imaginei que ela estivesse dormindo a essa hora.
- Posso voltar mais tarde, se preferir. - desviei meu olhar para Dean, que ficou um pouco mais sério com a minha fala.
O barulho de socos sendo diferidos contra o saco de pancadas se cessaram, deixando apenas um silêncio constrangedor pairar sobre o ambiente durante alguns segundos.
- Não precisa, - Alexandra se pronunciou, se afastando do saco de pancadas e indo um pouco para o canto da sala. - já estou indo embora, rapazes, podem fazer o que pretendiam. Não quero atrapalhar.
- Não vai nos atrapalhar em nada, Alex. - Dean avisou, colocando uma de suas mãos na cintura e observando a mulher.
- Tenho alguns trabalhos para terminar ainda hoje. - a médica falou, já juntando suas coisas para ir embora como se fosse melhor do que ficar ali comigo e continuar com os seus exercícios.
- Mas você acabou de chegar aqui. - contestou o outro loiro na sala, e Alexandra colocou a pequena bolsa que havia posto as suas coisas sobre o ombro, pronta para sair pela porta..
- Faz pouco tempo, mas já me sinto exausta. - fingiu ela, passando as costas de sua mão na testa e suspirando como se realmente estivesse sentindo tanto cansaço como dizia. - nos vemos amanhã então? - deu um pequeno sorriso para Dean.
- Não. Não vamos nos ver amanhã, Agente Wilson. - Ele disse em um tom sério e severo, mas a mulher estranhou seu jeito de falar, fazendo uma cara bem estranha, já que Alexandra costumava ser bastante expressiva, pude ver que ela estava confusa, provavelmente se perguntando o por quê do homem não querer que ela voltasse no dia seguinte para poder continuar com o seu treinamento. - chega a ser um grande insulto você me dizer que quer ir embora sem nem mesmo ter treinado por pelo menos uns trinta minutos direito. Posso colocar isso também na sua ficha, sabe disso não sabe, Agente? - ele não estava tratando ela como uma amiga, que era a forma que eu sempre via ele fazendo, e sim como ele me tratava as vezes, ameaçando colocar coisas que eu me recusava a fazer em um dos relatórios que precisava mandar semanalmente para a cede da Superintendência Mundial de Intervenção. Não sabia que Dean também tinha o trabalho de monitorar a minha médica. Afinal, qual seria o motivo dele fazer algo assim?
Antes de continuar me questionando coisas, vi que o seu desconforto era comigo ali presente, então me posicionei, tentando aliviar o clima entre ela e Dean.
- Já disse para você que posso voltar um pouco mais tarde, garoto. - Avisei, era bem mais fácil eu ir mesmo embora do que ele ficar ameaçando a coitada e do que ela ficar fazendo a cara de quem não acredita que está sendo manipulada.- Ela pode ficar pelo tempo que precisar, sabe que não tenho pressa alguma para isso. - respirei fundo, já esperando que ela aceitasse, mas a mulher apenas me direcionou um olhar estranho, que não consegui desvendar no momento. Eu é quem havia atrapalhado seu treino, o mais correto seria que eu fosse um cavalheiro e saísse logo de lá, deixando os dois em paz.
Eu sabia que a presa dela ir embora era por que ainda estava brava por conta da nossa última briga na consulta do dia anterior. Eu não a julgaria por isso e até aceitava sua chateação, já que até eu estava com raiva das minhas próprias atitudes infantis, eu não deveria ter sido tão babaca e difícil. Me alterei e não me orgulho por ter feito nada disso. Além de tudo, a Doutora Alexandra Wilson só estava ali apenas para me ajudar com a minha recuperação, não fazia nem mesmo sentido que eu a chateasse tanto com a minha grande resistência em contar a verdade sobre os fatos. Eu não estava totalmente bem, e isso era notável a um quilômetro de distância, mas isso não me dava o direito de ter gritado daquela forma, e nem mesmo de ter me alterado como me alterei. Não era esse tipo de reação que eu deveria ter tido, mas os seus questionamentos sobre como eu deveria ter explicado o por quê de querer que ela atirasse em mim, havia causado um grande gatilho em minha mente.
Eu queria tanto voltar a viver uma vida consideravelmente normal e tranquila, mas não estava me dando a chance de fazer isso. Eu deveria estar colaborando o máximo possível com a médica para que todo esse estresse acabasse diminuindo logo e que eu ficasse cada vez mais livre. Imaginei puder caminhar tranquilamente pelas ruas sem precisar ser supervisionado, ou sem ser levado como um cachorrinho em uma coleira. Aquilo não era a vida em que eu havia imaginado para mim, não era a vida que eu queria. O que eu queria era poder sair quando eu quisesse, caminhar, ver pessoas, tomar um sorvete ou observar as crianças correndo em algum parque. Mas o maior impedimento da minha vida, era realmente os traumas causados pela maldita organização e soro Gênesis, eu nem mesmo deveria estar nesse lugar, era para eu estar em mil novecentos e quarenta e cinco, depois da maldita segunda guerra mundial, em Nova Iorque, andando de mãos dadas com a minha esposa no parque central enquanto discutimos se colocaríamos Isaque ou James no nome dos nossos filhos, ou se Bruce poderia ser o nome do nosso cachorro e se nosso gato poderia ser preto com olhos verdes.
Mas eu estou aqui, tão deslocado na vida, no tempo, no mundo. Sem saber direito quem eu sou, ou o que quero realmente para a minha maldita vida. Não queria que toda essa bagunça estivesse acontecendo, eu só queria ser normal, mas estava me conformando em pensar que eu não sou, e que talvez eu nunca volte a ser realmente normal. Na verdade, o que seria ser normal? Não ter me alistado para a maldita guerra? Nunca ter virado sargento? Nunca ter conhecido a mulher da minha vida? Nunca ter descoberto que Ava Erskine era tudo o que eu precisava para a minha vida? Não ter ido naquela noite para a luta? Não ter deixado que pegassem e matassem a minha tenente? Não ter sido capturado pela Gênesis e ter sofrido tanto quanto eu sofri e sofro até hoje? Não ter sido lebertado? Não ter entrado em uma organização esquisita que se chama Superintendência Mundial de Intervenção? Não ter vindo direto para a Equipe Especial de Intervenção a Gênesis? Não ter encontrado Dean? Não ter gritado grosseiramente com a única pessoa no mundo em que pode realmente me ajudar a sobreviver as milhares de coisas que passam pela minha cabeça durante todo o dia e toda a noite? Se isso era o que eu queria, por que eu simplesmente não consigo viver? Por que Deus quis me castigar tanto assim em minha vida? Eu realmente merecia tudo o que estava acontecendo ali?
- Os dois vão ficar. - A fala de Dean, parou com os meu milhares de questionamentos, me fazendo olhar para ele e prestar atenção nos dois, já que fui perceber só depois que ele estava tendo um bate boca com Alexandra.
A mulher parecia mesmo querer ir embora, pois estava com uma certa cara de brava e com seus braços cruzados um pouco abaixo de seus seios.
- Nós vamos? - Fomos nós dois que questionamos juntos, nós olhando rapidamente enquanto isso.
- Vocês vão sim. - confirmou o líder, tirando a bolsa de cima dos ombros de Alexandra e deixando que a mesma fosse parar no chão. - Tem espaço o suficiente para que os dois fiquem, e assim, fica até mais fácil para mim, já que estarei com os meus dois pupilos juntos. Posso até ver como se sai em uma outra possível situação, Alex, já que você é justamente quem precisa desse tempo aqui. - Não entendi o que ele quis dizer, mas também não questionei sobre nada. Não era da minha conta, e eu não iria interferir em nada relacionado a Alexandra Wilson, já que sabia que a mesma mulher não estava muito bem comigo ali presente no mesmo lugar que ela.
A Doutora colocou novamente as luvas de boxing que estava usando anteriormente, desistindo de qualquer tipo de argumentação contra Dean, como se ele tivesse mesmo razão sobre tudo e que era melhor ficar mesmo ali.
Soltei minha bolsa também no chão, bem próxima a da médica, tirando de lá duas faixas para que eu pudesse colocar em meus punhos, pois apesar de eu não me ferir fácil, ainda sentia dor, e eu iria treinar com Dean Tompson, sabia que o homem não pegaria leve comigo como eu faço com ele.
Não demorou muito para que nós dois obedecessemos as ordens de Dean, e além do mais, ele era o líder da equipe, e nós éramos os membros mais recentes da Equipe Especial de Intervenção a Gênesis, e não acatar aquele pedido que me parecia mais como uma ordem severa, seria desrespeitar sua autoridade naquele lugar. E eu jamais faria isso, e nem mesmo tinha o direito e a mordomia de discordar de algo que ele ou qualquer um da Superintendência Mundial de Intervenção dissesse ou mandasse.
«★»
- O que houve com vocês dois, hum? - mesmo longe, consegui escutar Dean questionar a mulher sobre a nossa cara amarrada um para o outro.
- Não houve nada entre nós, Dean. - avisou ela, enquanto dava chutes na base em que Dean segurava.
Eles estavam sobre o ringue que havia dentro da sala de treinamentos, como se os dois realmente estivessem lutando um com o outro, mas enquanto Alexandra atacava, Dean apenas se defendia de seus ataques.
- Eu acho que teve sim algo entre os dois, Matt disse que... - foi interrompido por Alexandra.
- Não houve nada entre nós, - ela repetiu. - Matthew é um entretido fofoqueiro. - chingou o outro agente que nem mesmo estava lá para se defender dos chingamentos da mulher.
- Ele não para de te olhar. - Avisou a ela. Eu estava sendo assim tão indiscreto a ponto de Dean perceber meus olhares em direção a Alexandra?
Eu só queria saber o que a mulher iria dizer e se ela estava bem mesmo com a minha presença ali com ela.
- Não houve mesmo nada mesmo entre vocês, ou você não quer me falar sobre isso? Sabe que se... - e ele foi novamente interrompido por Alex, que não deixava o pobre coitado completar sequer uma frase antes de lhe dar uma resposta.
- Sigilo médico. - disse simples, como se aquilo fosse acabar com toda a conversa entre os dois.
- Isso é sério mesmo? - ele se defendeu de um soco, enquanto ela respirava.
- Sim, isso é mesmo sério, Agente Especial Tompson. - avisou. - não posso sair contado coisas sobre o meu paciente assim para qualquer um.
- Não sou qualquer um, sou supervisor de vocês dois. - se defendeu. - Acha que eu sou qualquer pessoa?
- Sigilo médico. - voltou a argumentar, ignorando a pergunta feita pelo homem.
- Mesmo assim...
- Sigilo médico, Dean, meu querido. - ela sorriu, ajeitando uma mecha de seu cabelo que havia caído em seu rosto, atrapalhando a mulher a contínuar.
- Mesmo assim, - repetiu, rezando para que ela não o interrompesse novamente antes do coitado terminar por completo a sua frase. - sabe que se algo acontecer, devo ser consultado. - ele pediu, terminando de falar sem nenhuma interrupção vinda de Alexandra. - Sou responsável por ele e...
- Não sou uma criança. - eu me atrevi em me intrometer dessa vez no lugar da médica, já que a conversa também era sobre mim, me intrometendo no bate boca que os dois estavam tendo.
- Mas age como uma. - ela retrucou a minha fala, direcionando seu olhar diretamente para mim, sua feição era seria.
Respire fundo, pronto para ser a criança que ela me julgava a ser.
- Ah, Doutora Alexandra Wilson, me desculpe mesmo por não te contar sobre a lista infinita de motivos o suficiente que eu tenho para fazer com que eu queira me matar, ou que alguém me mate a todo momento, mas era tudo muito pessoal para que eu te contasse assim sem mais nem menos. As vezes deve haver uma pequena privacidade não é mesmo?
- Eu sou sua psicóloga, Senhor Carter, não me trate como uma estranha. - ela alegou, chegando perto das barras flexíveis do ringue e me acusando.
- E eu sou um homem velho e problemático, não me trate assim sem paciência alguma. - retruquei, fazendo cara feia para a mulher, sendo o homem infantil que ela tanto odeia.
- Não use sua idade contra mim, já te pedi isso uma centena de vezes, mas mesmo assim, insiste em dizer que é velho, como se isso justificasse todas as vezes que foi idiota, grosseiro, intolerante, sem noção ou um babaca por completo. Isso não vai mudar o que eu penso sobre as suas grosserias. É um péssimo paciente, o pior que já tive em toda a minha vida! - em apenas uma fala, a mulher havia insultado até as minhas próximas cinco gerações que viriam, mas não me abalei com isso, apenas dei de ombros, ignorando sua fala e deixando com que ela falasse sozinha. - Viu? É sobre isso que estou falando, não aguenta escutar a verdade e já volta a ser assim, um poço de infantilidade e idiotice. - continuei fingindo não escutar as suas palavras. - sinceramente, senhor Jhonnes, eu lhe daria um belo e forte soco na cara para que você deixe de ser esse bebezão ignorante! - gritou seu último insulto.
- Ah, é mesmo, Doutora Alexandra? Então por que não vem até aqui e me dá esse tão prometido soco? - a desafiei, então a mulher me olhou como se duvidasse que eu aceitaria isso vindo dela.
- Bom, por que não dá mesmo esse soco em, Alex? - Dean insentivou a mulher, como se não visse o problema ali, o grande elefante sentado na sala.
Alexandra olhou para ele, e logo depois me olhou.
- Aproveita que já está de luvas, agente Carter, sobe aqui e deixa que a moça desconte a sua raiva logo. - meu sobrinho voltou a insentivar, saindo do ringue e vindo até mim, me dando tapinhas nas costas e mandando que eu assumisse o seu lugar ao lado da mulher enraivecida.
- Tá falando sério? - nós dois questionamos novamente juntos, mas acredito que tenha sido por motivos diferentes.
Uma briga entre Dean e eu seria justa, já que além de sermos dois homens, também tínhamos praticamente a mesma proporção de corpos, mas Alexandra e eu éramos muito diferentes comparados a isso. A mulher mesmo havia dito que eu era tão grande que poderia ter luas orbitando ao meu redor.
- É muito sério, agora vai lá. - voltou a mandar que eu subisse no ringue.
- Não vou brigar com alguém tão pequena quanto Alexandra! - exclamei, achando aquilo um absurdo.
- Ela é boa, é pequena, mas é rápida e está com bastante raiva de você. Ela da conta. - ele afirmou, ignorando quem eu era.
- Você vai ficar aí ou vai realmente subir aqui e me deixar te dar o soco? - foi a garota que questionou, ela estava determinada mesmo a lutar comigo. - Tem medo?
- Medo? - questionei, achando graça. - Não quero te machucar. - avisei.
- Para com isso, Carter, sobe logo aqui. - ela quem incentivou dessa vez, apertando suas luvas usando a boca.
- Não mesmo, minha mãe me deu educação e disse que eu não deveria nunca bater em uma mulher. - avisei a ela, me recusando a fazer o que mandava.
- Sua mãe, enquanto te educava, também deixou claro para você que também não deveria gritar com uma mulher? Ou você apenas esqueceu essa parte? - se lembrou da nossa discussão, quando eu realmente briguei com ela e ignorei a minha tão falada educação.
Respirei fundo, mas mesmo que essa não fosse a melhor ideia do mundo, decidi que subiria mesmo lá e que iria me submeter a isso, já que eu havia me cansado de discutir com a minha psicóloga.
Me dei por vencido, subindo no ringue e dando de cara com um sorriso convincente da médica.
- Tudo bem, o que eu devo fazer aqui em? Só deixar que ela me bata e se vingue por eu ter sido um mala sem alça com ela e um péssimo paciente? - levantei minha sobrancelha, encarando Dean que nos observava lá de baixo, com os braços cruzados.
- Seria muito fácil assim, não acha? - ele juntou suas sobrancelhas. Esperei pelo que ele iria dizer logo a seguir. - tente não deixar que ela te de um soco bem na fuça, se ela conseguir realmente te acertar, vocês dois saem daí e param de agir como idiotas um com o outro. - ele deu um sorrisinho.
- Isso é uma grande palhaçada. - afirmei, me posicionando em frente a Alexandra, enquanto ela já se preparava para tentar me acertar.
E como ela realmente era rápida, já foi logo tentando me dar um soco direto, mas apenas me defendi, não deixando que ela ganhasse assim tão fácil, pois apesar de eu não querer lutar com a mulher, não aceitaria ver a mesma se gabando depois.
- Carter, eu realemy não quero parar de te ajudar no seu tratamento, mas me dói saber que não se esforce para se ajudar. - voltou a me golpear, e eu notei que seu tom de voz era verdadeiro, mas nem mesmo avisei para ela que eu já estava disposto a tentar cooperar.
- Eu estou tentando te ajudar a me ajudar com essa merda toda, tá bom? - avisei, me defendendo de sua acusação e de seu golpe.
- Não o bastante. - ela acusou novamente, dessa vez, indo para trás de mim, sem nem mesmo me dar tempo para defesa e me deu um chute por trás da perna.
- É a minha mente. - avisei e sem querer, acabei esquecendo de manter a minha guarda levantada, e ela foi rápida o suficiente para me acertar bem no meio do nariz.
Minha cabeça foi para trás, pois a mulher havia acertado forte de mais o golpe.
- É o meu trabalho. - já estava pronta para me dar outro soco em meu rosto novamente, mas foi interrompida pelo grito de Dean.
- Parem com isso já, vocês dois. - Dean interviu. - Vocês dois parecem ter problemas de mais uns com os outros, e não é com meu agrado que fiquem brigando assim.
- Nos colocou juntos em um ringue para isso, não? - questionei, colocando a minha mão no rosto. - Não estamos brigando e nem nada, apenas fazendo o que mesmo mandou que fizéssemos, sobrinho. - sorri falsamente.
- Não. - ele avisou. - Estão extrapolando. - acusou.
- Não estamos brigando, nós estamos praticamente resolvidos. - supus, já que Alexandra já havia me batido e descontado a sua raiva por conta do dia anterior.
- Estão? - questionou confuso, cruzando seus braços.
- Estamos, - afirmei. - não é mesmo, Doutora? - olhei para ela, que já estava perto de mim novamente.
- Claro que estamos. - ela concordou, me acertando outro soco, dessa vez, havia sido bem no meu queixo.
- Então, o que resolveram? - voltou a perguntar, duvidando da nossa reconciliação.
- Que vou colaborar com a doutora e deixar de ser um babaca sem noção, assim como ele me pediu.
- Ótimo. - ele falou contente. - Já podem parar com isso aí então.
Assim que ele nos deu as costas, Alex aproveitou que eu estava um pouco distraído e voltou a me socar, mas eu acabei segurando o seu braço e a derrubando no chão, não estava afim de levar outro soco. Escutei um gemido de dor e até me preocupei com o baque, Dean também se virou, mas andando rápido de mais em nossa direção e passando pelas barreiras do ringue, subindo lá tão rápido que até estranhei.
- Está bem, Alex? - questionou, enquanto a mulher estava com os olhos fechados e fazendo cara feia de dor.
- Ela bateu a cabeça, eu acho. Não queria machuca-la. - jurei, falando a verdade, já que apenas tentei me defender de seu golpe.
- Alex. - ele deu tapinhas no rosto da mulher, chamando a mesma, para que ela respondesse.
- O que aconteceu com ela? - comecei a ficar preocupado, já que ela não respondia.
- Acho que ele não estava pronta para lutar com alguém como você ainda. - falou, como se se sentisse culpada.
- Como eu? - estranhei sua acusação.
- Grande... - avisou. - Você é grande e forte. Achei que ela conseguiria, mas estava enganado quanto a isso.
- Eu sou um soldado geneticamente modificado! - alertei o homem. Sabia que não estava certo que eu subisse naquele ringue com ele.
- E ela é...
- Uma psicóloga, Dean! Me colocou para lutar com uma psicóloga!
- Ela é forte. - ele alegou.
- Ela nem mesmo é uma agente de campo. - voltei a falar.
- Parem, por favor. - ela disse fraca.
- Alex.
- Podem chamar meu irmão para mim? - foi a única coisa que a mulher pediu.
- Irmão? - estranhei.
- Chame Matthew Evans, por favor, vou levá-la até a hospitalar.