Eu renasci no dia em que meu irmão morreu.
Uma mancha vermelha na camisa branca. O som de um tiro ecoando.
Vi Pedro cair, vi o pânico nos olhos de todos.
Tentei estancar o sangue, liguei para minha mãe, a Dra. Lúcia, a melhor cirurgiã cardíaca do país.
"Maria, que exagero. É só um arranhão. Estou na praia com a Sofia, não me incomode com bobagens."
Ela desligou.
Pedro morreu.
A família inteira se voltou contra mim.
"A culpa é sua, Maria! Você não convenceu sua mãe!"
Tornei-me a assassina do meu irmão, isolada, até que eu mesma morri.
Mas agora, com o coração batendo descontrolado e a memória vívida, o despertador anunciava o mesmo dia, a mesma tragédia.
Desta vez, não intervim.
Assisti, paralisada, à cena se repetir no hospital.
A família me acusando.
Minha mãe novamente na praia com Sofia, recusando-se a vir.
"Perdemos ele. Sinto muito."
Pedro morreu. De novo. E a culpa, mais uma vez, seria minha.
Eu sabia que não era. Eu sentia que algo estava podre.
Então, meu pai descobriu a verdade: Sofia não era quem parecia ser. E aquele homem que a atacou... Ricardo.
A peça começou a se encaixar. Pedro tinha me avisado.
Eu iria expor a verdade, custe o que custasse.