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A Rosa Traída Renasce

A Rosa Traída Renasce

img Máfia
img 12 Capítulo
img Gavin
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Sinopse

Ele me chamava de sua rosa selvagem, a órfã que ele resgatou das ruas. Ele construiu para mim uma gaiola de ouro e me disse que aquilo era amor. Então eu vi a mensagem: minha melhor amiga, Carla, exibindo o anel de noivado que ele acabara de lhe dar. Corri para o escritório dele, apenas para ouvir a verdade. Eu era apenas um "estepe", uma "vira-lata que ele pegou na rua", um brinquedo útil para manter sua família feliz enquanto ele planejava seu futuro de verdade com ela. Ele riu de como era fácil me controlar. "Um pouco de manipulação, alguns presentes bem escolhidos, e ela voltará para o lugar dela. Na palma da minha mão." Seu último ato de amor? Me drogar e me entregar a um monstro, me sacrificando como uma "sósia" para proteger sua preciosa Carla. Ele achava que eu era apenas uma órfã quebrada sem ter para onde ir. Ele achava que podia me apagar. Ele estava errado. Enquanto o jato particular em que ele me colocou explodia sobre o oceano, eu já tinha partido - salva pela família poderosa que eu nunca soube que tinha. Agora, estou voltando, e eles vão pagar por cada mentira.

Capítulo 1

Ele me chamava de sua rosa selvagem, a órfã que ele resgatou das ruas. Ele construiu para mim uma gaiola de ouro e me disse que aquilo era amor.

Então eu vi a mensagem: minha melhor amiga, Carla, exibindo o anel de noivado que ele acabara de lhe dar.

Corri para o escritório dele, apenas para ouvir a verdade. Eu era apenas um "estepe", uma "vira-lata que ele pegou na rua", um brinquedo útil para manter sua família feliz enquanto ele planejava seu futuro de verdade com ela.

Ele riu de como era fácil me controlar.

"Um pouco de manipulação, alguns presentes bem escolhidos, e ela voltará para o lugar dela. Na palma da minha mão."

Seu último ato de amor? Me drogar e me entregar a um monstro, me sacrificando como uma "sósia" para proteger sua preciosa Carla.

Ele achava que eu era apenas uma órfã quebrada sem ter para onde ir. Ele achava que podia me apagar.

Ele estava errado. Enquanto o jato particular em que ele me colocou explodia sobre o oceano, eu já tinha partido - salva pela família poderosa que eu nunca soube que tinha. Agora, estou voltando, e eles vão pagar por cada mentira.

Capítulo 1

Flora Viana POV:

O frio da noite me abraçava, um companheiro familiar dos meus dias pulando entre lares adotivos. Isso foi antes de Guilherme Monteiro. Ele me encontrou, uma garota perdida, presa na correnteza de uma vida que eu não escolhi. Ele me tirou de lá, me ofereceu uma mão, e depois um mundo inteiro. Eu pensei que era amor. Pensei que era para sempre. Eu estava errada.

Ele me chamava de sua rosa selvagem. Dizia que eu era linda, indomável, algo que ele precisava proteger. Eu acreditei nele. Ele não sabia sobre a Academia Paulista de Música. Ele não sabia sobre a música que vivia dentro de mim, a única coisa que era verdadeiramente minha. Ele não teria entendido. Ele gostava de possuir coisas. Ele gostava de me possuir.

Lembro-me da primeira vez que realmente senti que pertencia a ele. Foi uma briga de rua estúpida, um marginal tentando assaltá-lo num beco. Ele era rico, mas não tinha a malandragem das ruas. Eu tinha as duas coisas. Não pensei duas vezes. Meus punhos voaram, minhas unhas rasgaram, meus joelhos atingiram a carne. Eu era um tornado de fúria, protegendo o homem que me deu um lar. Ele me olhou depois, machucado e sangrando, mas com um olhar que eu nunca tinha visto antes. Uma mistura de admiração e possessividade.

Ele mesmo enfaixou meus nós dos dedos naquela noite, seu toque surpreendentemente gentil.

"Flora", ele sussurrou, traçando a linha da minha mandíbula. "Você é minha."

Eu me inclinei em seu toque. "Sempre, Guilherme."

Ele selou com um beijo, uma promessa gravada no calor de seus lábios. Ele comprou uma casa para nós no dia seguinte, uma mansão imponente no Morumbi com vista para a cidade. Ele a encheu com tudo que eu poderia querer. Roupas, joias, possibilidades infinitas. Ele me disse que era tudo nosso. Nosso futuro. Nossa vida. Eu nunca tive nada meu, de verdade. Então, me agarrei a ele, à gaiola de ouro que ele construiu para mim. Eu acreditei em nós. Eu acreditei nele. Eu acreditei no para sempre.

Era uma terça-feira. Eu estava mexendo no tablet do Guilherme, procurando um filme. As mensagens dele apareceram. Carla. Minha melhor amiga. Uma foto. A mão dela, perfeitamente manicure, sobre uma caixa de anel de veludo. Um diamante brilhava, me cegando.

Uma onda fria me percorreu. Começou no meu peito, uma dor súbita e aguda, e se espalhou pelas minhas veias. Meus dedos ficaram dormentes. A tela ficou embaçada. Isso não podia ser real. Não a Carla. Não com o Guilherme.

Eu tinha que ver. Eu tinha que saber. Meu coração martelava contra minhas costelas, um pássaro frenético preso numa gaiola. Eu precisava de respostas, mesmo que elas estilhaçassem meu mundo. Vesti-me rapidamente, meus movimentos rígidos, robóticos. Chamei um táxi, dando ao motorista o endereço do escritório do Guilherme na Faria Lima. Meu estômago se revirava a cada quarteirão que passávamos.

Eu os vi através das paredes de vidro da cobertura do escritório dele. Guilherme, de joelhos, um anel deslumbrante erguido. Carla, seu rosto iluminado por uma alegria que me cortou como uma lâmina de barbear. Ela disse sim. Ela se jogou nos braços dele, sua risada ecoando na rua silenciosa abaixo, uma serenata cruel para o meu coração despedaçado.

O ar me faltou. Meus joelhos cederam. Parecia que alguém tinha arrancado tudo de dentro de mim, deixando um vazio oco e dolorido. O mundo inclinou. Guilherme. Meu Guilherme. Meu para sempre. Era tudo uma mentira.

Uma memória brilhou, nítida e agonizante. A briga do ano passado. Um mal-entendido estúpido, uma discussão sobre minhas noites até tarde na biblioteca – na verdade, na APM. Ele ficou furioso, convencido de que eu estava escondendo algo, me afastando.

"Por favor, Flora", ele havia implorado, seus olhos arregalados com um desespero que parecia genuíno. "Não me deixe. Eu não posso te perder."

Ele me comprou um delicado medalhão de prata, gravado com nossas iniciais. "Isto", ele disse, prendendo-o em meu pescoço, "é a nossa promessa. Nosso laço. Minha lealdade eterna."

Suas palavras, antes um conforto, agora pareciam veneno, envenenando cada boa memória. A profundidade de sua traição me atingiu como um golpe físico. Ele me prometeu o para sempre com um medalhão, enquanto planejava o para sempre com outra mulher. Senti-me enjoada. Tola. Incrivelmente ingênua.

Tropecei em direção à entrada do escritório, precisando escapar, respirar. Mas uma conversa abafada me parou. A voz do Guilherme. A da Carla. Eles estavam logo ali na recepção, suas vozes baixas, mas afiadas, cortando o ar rarefeito.

"Está feito", Carla ronronou, seu tom doentiamente doce. "Seu avô vai ficar satisfeito."

"Ele já está", Guilherme respondeu, uma frieza em sua voz que eu nunca tinha ouvido direcionada a mim. "As formalidades são simples. O 'casamento' da Flora comigo é facilmente dissolvido. Sempre foi um estepe, um arranjo temporário para manter minha família longe de mim enquanto eu resolvia a... logística."

Minha respiração engasgou. Formalidades? Estepe?

"E a Flora?", Carla perguntou, com um toque perverso em seu tom. "E a sua 'rosa selvagem'?"

Guilherme riu, um som que fez meu sangue gelar. "A Flora vai entender. Ela sempre entende. Vou mantê-la por perto, claro. Ela é... útil demais para deixar ir completamente. Um pouco de manipulação, alguns presentes bem escolhidos, e ela voltará para o lugar dela. Na palma da minha mão."

Ele riu de novo. "Ela se acha tão esperta, tão independente. Mas é só uma vira-lata que eu peguei na rua. Ela não tem a menor ideia do lugar dela."

Minha visão turvou. Não era apenas uma traição; era um jogo calculado e cruel. Ele havia orquestrado tudo. O acidente de carro "acidental" que quase acabou com minha inscrição para a bolsa da APM no ano passado? Os misteriosos "arquivos perdidos" que impediram minha transferência para outro programa? Ele me manipulou, me fez duvidar de minhas próprias memórias, de minha própria sanidade. Ele me manteve pequena, me manteve dependente.

"Mas Guilherme, e se ela realmente tentar ir embora?", Carla pressionou, sua voz tingida de falsa preocupação. "Ela pode ser... imprevisível."

"Não se preocupe, querida", disse Guilherme, sua voz escorrendo condescendência. "Eu tenho tudo sob controle. Vou garantir que ela fique exatamente onde eu preciso que ela esteja. Ela não tem mais ninguém. Ela é só uma órfã. O que ela vai fazer?"

Ele disse que me amava. Ele disse que precisava de mim. Ele disse que nunca me machucaria. Mas seu silêncio, quando Carla aludiu ao meu trauma do passado, foi a confissão mais alta de todas. Ele não se importava. Ele julgava. Ele tinha pena. Ele me via como quebrada, um projeto a ser gerenciado.

Um soluço gutural rasgou minha garganta, cru e agonizante. Não era apenas meu coração que estava se partindo; era meu mundo inteiro, desmoronando em pó.

"Preciso garantir que ela não estrague a festa de noivado", Guilherme murmurou, sua voz quase inaudível. "Ela é tão emotiva. Vou dizer a ela que vou sair da cidade para uma viagem de negócios. Isso deve nos dar algum tempo."

Meu celular vibrou no meu bolso. Uma mensagem do Guilherme: *Saudades, amor. Surgiu uma viagem de negócios de repente. Volto logo!*

Ao mesmo tempo, outra mensagem brilhou. Da Carla: *Finalmente! O Gui me pediu em casamento! Vamos nos casar! Tão animada para planejar tudo com você, amiga!*

A ironia era um gosto amargo na minha boca. Suas doces mentiras, o triunfo venenoso dela. Era tudo uma teia distorcida, e eu era a mosca desavisada. Pensei nas "viagens de negócios" que ele costumava fazer. As vezes em que ele desaparecia por dias, sempre com uma desculpa plausível. Ele estava construindo essa vida com a Carla, bem debaixo do meu nariz. Ele estava me dando migalhas de afeto enquanto se banqueteava com ela.

Meus dedos se apertaram em volta do meu celular. Chega. Eu não era apenas uma órfã. Eu era Flora Viana. E eu cansei de jogar o jogo dele. Eu não me permitiria ser controlada, manipulada, enganada. Não mais. Nunca mais.

Enxuguei as lágrimas dos meus olhos, meu maxilar travado. Ele queria uma briga? Ele estava prestes a ter uma. Mas não seria do tipo que ele esperava. Eu não gritaria. Eu não choraria. Eu simplesmente desapareceria.

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