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Abandonada no Altar, Casei com o Herdeiro "Aleijado"

Abandonada no Altar, Casei com o Herdeiro "Aleijado"

img Romance
img 10 Capítulo
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5.0
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Sinopse

O som do órgão na Catedral de São Patrício ainda ecoava quando o meu mundo desabou em silêncio absoluto. Diante de quinhentos convidados da elite, o homem que eu amava há quatro anos soltou a minha mão e caminhou calmamente até à minha madrinha de casamento. O ""sim"" que eu esperava transformou-se no anúncio cruel de que eu era apenas um passatempo descartável. Blake Miller rejeitou-me publicamente, trocando-me pela minha melhor amiga, Tiffany, sob o pretexto de que uma órfã sem nome nunca estaria à altura do seu império. A humilhação foi total enquanto os convidados sussurravam insultos e a minha própria família adotiva me virava as costas, deixando-me sem teto e sem dignidade. ""Eu não posso casar contigo, Audrey. A Tiffany é quem realmente entende o meu peso e o meu estatuto. Tu foste apenas uma diversão, mas o jogo acabou."" Fui ridicularizada por aqueles que antes me bajulavam, vendo a minha vida ser destruída num espetáculo de traição e ganância. A dor da injustiça transformou-se num ódio gelado ao perceber que eu tinha sido apenas um peão nos planos deles. Eu estava sozinha, sem dinheiro e com a reputação em farrapos, destinada a ser a piada da temporada. Como puderam ser tão cruéis depois de tudo o que sacrifiquei? A fúria superou a minha agonia, e eu decidi que não seria a vítima daquela história. Em vez de fugir em lágrimas, caminhei firmemente até ao fundo da igreja, onde Victor Sterling, o ""pária"" bilionário numa cadeira de rodas, observava tudo com um desprezo glacial. Olhei nos olhos do homem que todos julgavam arruinado e propus-lhe um negócio: o meu nome pelo seu poder. Quando Victor aceitou, o jogo mudou; a noiva humilhada estava prestes a tornar-se o pior pesadelo de quem ousou traí-la.

Capítulo 1 No.1

O silêncio que se seguiu ao som do órgão parando não foi pacífico. Foi o tipo de silêncio que precede um acidente de carro, aquele microssegundo em que o cérebro regista o horror antes que o corpo sinta o impacto. Audrey Sharp sentiu o sangue drenar do seu rosto, uma sensação física de frio que começou nas pontas dos dedos e subiu violentamente até à garganta.

Ela estava parada no altar da Catedral de St. Patrick, com quinhentos convidados da elite a observar as suas costas. O vestido de seda italiana, que custara mais do que o carro do seu pai, parecia agora pesar uma tonelada, arrastando-a para o chão.

- Repete, por favor? - A voz de Audrey saiu num sussurro que o microfone do padre, cruelmente eficiente, captou e amplificou para todo o salão.

Blake Miller, o homem com quem ela namorava há quatro anos, o homem que segurara a mão dela enquanto o pai dela morria no hospital, não olhava para ela. Ele olhava para os punhos da camisa, ajustando uma abotoadura de ouro que Audrey lhe dera de presente.

- Eu disse que não posso, Audrey. - A voz de Blake não tremia. Isso foi o que mais doeu. Não havia remorso, apenas uma irritação impaciente, como se ela o estivesse a fazer perder uma reunião de negócios. - Não posso casar contigo. Não faria sentido.

O buquê de peónias brancas escorregou dos dedos dormentes de Audrey e bateu no chão de mármore com um baque surdo.

Um murmúrio coletivo, como o som de um enxame de abelhas furiosas, explodiu nos bancos atrás dela. Audrey sentiu o estômago contrair-se violentamente.

- Não faz sentido? - Ela repetiu, a mente a tentar processar a realidade. - Estamos no altar, Blake.

- Exatamente. - Blake finalmente ergueu os olhos, mas não para ela. O olhar dele passou por cima do ombro de Audrey e fixou-se na primeira fila. - Tiffany é quem entende o peso do meu futuro. O meu estatuto. Tu... tu foste um passatempo divertido, Audrey. Mas a brincadeira acabou.

Audrey seguiu o olhar dele. Tiffany Kensington, a sua suposta melhor amiga e dama de honra, levantou-se. Ela não parecia chocada. Ela parecia triunfante. O vestido dela, um tom de champanhe que roçava o inadequado para um casamento que não era o dela, brilhava sob as luzes.

Blake desceu os três degraus do altar. Ele não hesitou. Caminhou até Tiffany e segurou a mão dela. Tiffany sorriu, um sorriso pequeno e venenoso, e entrelaçou os dedos nos dele.

- Desculpa, querida - disse Tiffany, a voz projetada para que as primeiras filas ouvissem. - O coração quer o que o coração quer.

O mundo de Audrey inclinou-se. A humilhação não era apenas uma emoção; era uma queimadura química na pele. Ela conseguia sentir os olhares de pena, de escárnio, de choque. "A órfã pobre que tentou dar o golpe no herdeiro Miller e falhou", era o que pensavam.

O pai de Blake fez menção de se levantar, furioso com o escândalo, mas a mãe dele segurou-o pelo braço, sussurrando algo. Eles não iam intervir. Ninguém ia.

Audrey estava sozinha.

A vontade de chorar veio, forte e sufocante, mas ela mordeu o interior da bochecha até sentir o gosto metálico de sangue. Não, pensou ela. Não lhes vou dar isso.

Ela pegou o microfone da mão do padre, que estava paralisado de boca aberta.

- Obrigada por me livrares de um erro, Blake - a voz de Audrey ecoou, firme, embora as suas pernas tremessem como varas verdes. - É melhor descobrir que és um cobarde agora do que daqui a dez anos.

Ela virou-se de costas para ele. Não ia correr. Não ia sair a chorar pela nave central como uma vítima.

Os seus olhos, turvos pelas lágrimas não derramadas, varreram o fundo da igreja. Perto da saída, nas sombras, longe da família principal, havia uma figura isolada.

Victor Sterling.

O "pária" da família Sterling. O homem que todos diziam ter sido deserdado, o inválido amargo que vivia recluso numa mansão a cair aos pedaços. Ele estava sentado na sua cadeira de rodas motorizada, levando aos lábios um cantil de prata fosca, bebendo discretamente enquanto observava a cena com uma expressão de tédio absoluto.

Ele era a vergonha dos Sterling, assim como ela era agora a piada dos Miller.

Uma ideia insana, nascida do desespero e da fúria pura, cruzou a mente de Audrey. Se Blake queria um espetáculo, ela dar-lhe-ia um espetáculo. Se ele achava que ela sairia dali como uma mulher destruída, estava muito enganado.

Audrey rasgou a parte inferior do seu véu, que se prendera num banco, e começou a caminhar. Não para a saída, mas em direção a Victor.

O som dos seus saltos no mármore era o único ruído na igreja. Todos a seguiam com o olhar. Tiffany franziu a testa, confusa.

Audrey parou diante da cadeira de rodas de Victor. Ele era intimidante, mesmo sentado. Ombros largos num fato preto que parecia caro demais para alguém supostamente falido. O rosto dele era uma máscara de ângulos duros, com uma barba por fazer e olhos escuros, impenetráveis, que a analisaram de cima a baixo sem qualquer pudor.

- Bela cerimónia - disse Victor, a voz rouca e grave, fechando o cantil. - A parte do noivo a fugir foi um toque original.

Audrey ignorou o insulto. Ela agachou-se, ficando ao nível dos olhos dele. O cheiro dele invadiu-a: sândalo, tabaco e álcool forte.

- Precisas de uma esposa para calar a tua família e parar com as tentativas de te internarem ou casarem à força, não precisas? - Audrey disparou, lembrando-se das fofocas que ouvira.

Victor ergueu uma sobrancelha. O tédio nos olhos dele foi substituído por uma faísca de interesse perigoso.

- E tu? O que precisas, Srta. Sharp?

- Eu preciso de um marido para salvar a minha dignidade e sair desta igreja de cabeça erguida - respondeu ela, a voz a falhar por um segundo. - E preciso de alguém que odeie esta gente tanto quanto eu.

Victor olhou para Blake e Tiffany, que observavam a cena boquiabertos. Depois olhou para a sua própria família, que parecia horrorizada com a aproximação da "noiva rejeitada" ao "filho problema".

Os dedos de Victor tamborilaram no braço da cadeira de rodas. Um, dois, três toques. Um cálculo rápido.

Um sorriso lento e cínico curvou os lábios dele. Não era um sorriso gentil. Era o sorriso de um lobo que acabara de encontrar uma porta aberta no galinheiro.

- Muito bem - disse Victor, alto o suficiente para que a sua madrasta, na terceira fila, ouvisse e empalidecesse. - Vamos ao cartório, Srta. Sharp. O meu motorista está lá fora.

Ele girou a cadeira de rodas. Audrey levantou-se, limpou as lágrimas invisíveis, e colocou a mão no ombro dele. Juntos, a noiva abandonada e o aleijado deserdado, passaram por Blake Miller sem lhe dar um segundo olhar.

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