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Academia Ravena – Lições de Obediência

Academia Ravena – Lições de Obediência

img Jovem Adulto
img 66 Capítulo
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img Souza Souza
5.0
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Sinopse

Abandonada ainda criança e marcada por uma vida de dificuldades, Isadora, agora com vinte anos, recebe uma proposta inesperada: ingressar em uma instituição exclusiva e secreta chamada Academia Ravena, um internato escondido nas montanhas, onde garotas são treinadas para a obediência, controle e submissão. O lugar, elegante e luxuoso por fora, guarda um propósito obscuro: moldar mulheres para atender aos desejos mais refinados de um seleto grupo de elites. O que Isadora não esperava era se envolver com o mais temido e desejado instrutor da casa, Professor Rafael Almonte - um homem frio, meticuloso e irresistivelmente dominante. Entre aulas de comportamento, punições severas e provocações perigosas, nasce entre os dois uma relação proibida e explosiva. Num universo onde obediência é lei e o prazer se mistura à dor, Isadora precisa decidir: submeter-se às regras da Ravena... ou desafiar o sistema por um amor que pode destruir ambos. ---

Capítulo 1 Sobrevivente do Silêncio

Capítulo 1 – Sobrevivente do Silêncio

O alarme do pequeno relógio analógico soava sempre às 5h30, como um lembrete cruel de que a vida de Isadora nunca teve espaço para sonhos ou descanso. Ela o desligava com rapidez, antes que o som agudo irritasse o senhor da casa onde vivia. Há dois anos, desde que completara dezoito, morava no quartinho dos fundos de uma senhora viúva - que em troca da faxina, da comida feita e das roupas passadas, deixava Isadora dormir no chão de madeira coberto por um colchão fino e gasto.

Aos vinte anos, Isadora carregava nos ombros mais dores do que a maioria suportaria. Órfã desde os seis, foi criada em abrigos, passou por lares temporários e conheceu a crueldade de pessoas que se aproveitam da fragilidade dos outros. A única coisa que aprendera a confiar era em si mesma. Ela mantinha um olhar sereno, mas atento, como quem aprendeu a observar antes de agir. Sabia que falar demais era perigoso. Que chorar, inútil.

Todas as manhãs, seguia sua rotina com precisão militar: limpar os corredores, preparar o café da senhora Dulce, e sair correndo para o pequeno mercado onde trabalhava como empacotadora. Horas em pé, lidando com clientes grosseiros e um gerente que gostava de se aproximar demais. Ela suportava tudo com a cabeça baixa, os lábios cerrados e uma dignidade silenciosa que intrigava até quem tentava humilhá-la.

Ninguém sabia, mas Isadora guardava um caderno escondido dentro da fronha do travesseiro. Ali escrevia, à noite, seus pensamentos e desejos mais secretos. Não sobre família, que ela nunca teve, nem sobre um futuro comum. Mas sobre liberdade. Sobre poder. Sobre sentir algo além da constante frieza da vida.

"Quero que alguém me veja. Não como mais uma garota pobre e quebrada, mas como algo perigoso. Como alguém capaz de arder."

Ela escreveu isso dias antes de tudo mudar.

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Era uma terça-feira abafada quando a carta chegou. Sem remetente. Sem carimbo postal. Apenas um envelope preto, selado com cera vermelha e as iniciais "AR". Foi deixado sobre o batente da porta dos fundos. Ela quase jogou fora, achando que era brincadeira. Mas algo no toque espesso do papel e no cheiro leve de especiarias que exalava da carta a fez hesitar.

Dentro, apenas uma folha elegante, datilografada:

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SENHORITA ISADORA LIMA,

Informamos que foi selecionada para uma vaga integral na Academia Ravena, uma instituição privada de aperfeiçoamento e formação. Seu histórico de superação, conduta discreta e perfil psicológico a tornam apta a ingressar em nosso programa exclusivo. O transporte será providenciado no dia 17, às 23h, na Estação Rodoviária Central.

A presença é opcional. Mas única.

Atenciosamente,

Diretoria da Academia Ravena

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Isadora leu aquela carta pelo menos trinta vezes nos dias seguintes. Procurou na internet, em jornais, em qualquer canto... mas não havia nada sobre uma tal Academia Ravena. Era como se o lugar não existisse. Ou pior: existisse apenas para quem eles escolhiam.

A princípio, pensou em ignorar. Afinal, ninguém dava nada de graça. Mas à medida que os dias passavam e o mundo ao redor seguia cinza, algo dentro dela começou a pulsar. Um chamado silencioso. Algo mais forte que o medo.

No dia 17, às 22h40, ela saiu do quartinho sem fazer barulho. Levava apenas uma mochila pequena com suas poucas roupas, o caderno escondido entre camisetas velhas e o coração disparado. Na rodoviária, o movimento era mínimo. Um ônibus preto, sem marcação, estacionou exatamente às 23h. Um homem de terno escuro desceu, segurando uma prancheta.

- Isadora Lima? - perguntou, a voz baixa e sem sotaque.

Ela assentiu.

- Bem-vinda à Ravena. Embarque, por favor. Não haverá paradas.

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O interior do ônibus era luxuoso, com poltronas de couro, cortinas grossas e uma iluminação suave. Havia mais duas garotas já acomodadas, ambas em silêncio, tão nervosas quanto ela. Nenhuma troca de palavras. Apenas olhares cheios de perguntas não ditas.

Durante horas, atravessaram a escuridão da estrada, subindo por caminhos que pareciam longos demais para levar a um simples colégio. Por fim, ao amanhecer, os primeiros raios de sol revelaram um portão de ferro forjado, cercado por muros altos cobertos de heras. Um letreiro simples dizia: RAVENA.

As portas se abriram, e uma mulher com postura impecável, cabelos presos em um coque perfeito e olhar firme os aguardava na entrada. Usava preto da cabeça aos pés. Ao seu lado, dois homens igualmente sérios.

- Bem-vindas à Academia Ravena - disse ela, com a voz autoritária e sedutora. - Aqui, vocês serão testadas, moldadas e desafiadas. Quem resistir, crescerá. Quem se entregar, será recompensada.

Isadora engoliu em seco. Sentia o coração bater como se anunciasse que sua vida, até ali, fora apenas o prólogo. Tudo o que ela conhecia - pobreza, dor, silêncio - seria substituído por algo novo. Intenso. Talvez perigoso.

Ela ainda não sabia o que a Ravena escondia. Nem quem eram os verdadeiros donos daquele lugar.

Mas sabia de uma coisa: não havia mais volta.

E, pela primeira vez, ela não queria voltar.

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