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Entre as Sombras e o Desejo

Entre as Sombras e o Desejo

img Romance
img 5 Capítulo
img Juliasilva
5.0
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Sinopse

Ela fugia do passado. Ele era tudo o que ela deveria temer. E juntos, seriam a faísca para um incêndio sem volta. Quando Isadora herdou uma mansão esquecida à beira do mar, não imaginava que, junto com as paredes em ruínas, teria que lidar com um restaurador perigoso demais para sua paz - e irresistível demais para sua pele. Caetano carrega nos músculos tatuados e no olhar selvagem a promessa de prazer e destruição. Ela deveria manter distância. Deveria continuar quebrada e intocada, como sempre foi. Mas a tentação tem gosto de libertação. Entre segredos antigos, pactos silenciosos e noites tão intensas que beiram a loucura, Isadora vai descobrir que, às vezes, se perder é a única forma de se encontrar. Desejo, redenção e entrega em um romance que vai dominar seu coração, seu corpo e seus sentidos.

Capítulo 1 A casa que me escolheu

Isadora

O vento da costa era tão gelado quanto o vazio que eu carregava no peito.

Estacionei o carro velho na entrada da propriedade. O portão de ferro rangia, e a casa no alto do morro parecia me observar. Não era uma construção bonita - era uma fera adormecida, esperando ser acordada.

Meu corpo inteiro hesitou. Talvez eu devesse voltar. Fingir que essa carta, essa herança maldita, nunca tinham existido.

Mas não voltei.

Abri a porta do carro. Respirei fundo o cheiro salgado do mar misturado ao mofo antigo. Cada passo que eu dava em direção à casa parecia ecoar séculos de histórias enterradas.

Quando toquei a maçaneta, a porta se abriu sozinha com um rangido baixo, como um convite. Ou um aviso.

Dentro, tudo era poeira, sombras e silêncio. Quadros antigos nas paredes, móveis cobertos por lençóis, memórias esquecidas em cada canto. Eu me sentia como uma estranha invadindo o lar de fantasmas.

Subi devagar os degraus rangentes até a sala principal. Meus dedos roçaram um velho piano, minhas botas afundaram em tapetes empoeirados.

Foi então que ouvi o som.

Passos.

Virei depressa, o coração disparando.

E vi ele.

A luz da tarde atravessava as janelas rachadas e desenhava no chão a silhueta de um homem.

Alto. Ombros largos. Tatuagens sombreadas nos antebraços nus. Barba por fazer. Cabelos escuros bagunçados. Um jeans velho e uma camiseta justa que parecia prestes a rasgar nos músculos dos braços.

Ele me olhou.

Não como um desconhecido.

Mas como se já me conhecesse.

Como se visse algo que nem eu sabia que existia em mim.

- Você é a nova dona da casa? - a voz dele era grave, arranhada como veludo rasgado.

Tentei falar. Não consegui. Minha garganta seca e o pulso disparado denunciavam o que minha boca não conseguia.

Ele sorriu de canto. Um sorriso perigoso.

- Bem-vinda à sua nova vida, pequena.

Pequena.

Nem meu ex me chamava assim.

O calor subiu pelo meu corpo tão rápido que fiquei tonta. Desviei os olhos, envergonhada, mas não consegui impedir a sensação de que, naquele instante, alguma coisa dentro de mim - algo adormecido, esquecido - começava a acordar.

E pela primeira vez em anos, percebi: eu não estava tão sozinha quanto pensava.

Não aqui.

Não com ele.

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