Um avião, um homem que parecia um deus gostoso, nem posso me fingir de gostosa, pois estou suando feito uma porca, devo até estar fedendo. Que vergonha de mim mesma.
Quando a aeromoça anunciou a decolagem, me tremi inteira, o avião deu uma espécie de sacudida.
- Ai, porra! - Quase gritei, abrindo meus braços com tudo e me agarrando no que minhas mãos encontraram.
Arregalei os olhos ao sentir que agarrei em algo estranho, olho para o homem ao meu lado e sigo o olhar incrédulo dele.
- Ai, porra! - Falei de novo ao notar que eu agarrei no pau do homem.
- Vejo que gosta muito dessa palavra. - Ele diz num tom divertido. O avião sacode de novo.
- Não quero morrer. - Falo, fechando os olhos e apertando mais o que seguro. Uma mão, o braço da poltrona, outra, o pau do homem.
- Uou, garota, vai devagar aí, que isso é importante pra mim. - Ele fala. Retiro a mão do pau dele imediatamente.
Não sei se eu chorava pelo medo ou pela vergonha de pegar num pênis de um desconhecido. "Que constrangedor! Ainda mais por eu estar olhando para o tal, e pra mim aquilo está duro, ou o cara é um tripé." Penso, desviando o olhar imediatamente, coloco minhas mãos no rosto. Preciso de ar, ou vou morrer aqui.
- Respira fundo, respire pausadamente, pode ajudar. - Ele diz, continuo com minhas mãos no rosto. Mas respiro fundo pausadamente.
- Nunca entrei num avião. - Falo, e o som da minha voz sai abafado por minhas mãos.
- Percebi, sou Adam Smith, fica calma, srta. - O homem abaixou as minhas mãos. - Você é de onde?
- De São Paulo mesmo, vou para o Rio de Janeiro por alguns dias apenas. - Falo, ainda em pânico.
- Sou do Rio, mas viajo muito a negócios, então costumo dizer que sou do mundo. - Ele fala, e eu sorrio. - Você estuda, trabalha?
- Estudava, fazia faculdade de artes, mas tranquei, não trabalho no momento, mas preciso urgente. Se quiser me dar um emprego, eu aceito. - Falo, ainda rezando para não morrer.
- Talvez eu tenha um emprego pra você, já somos íntimos, já que quase esmagou meu pau. - Ele fala, rindo.
Nem fico constrangida mais, fiz isso mesmo. "Que loucura", penso, soltando meu cinto, preciso ir ao banheiro lavar meu rosto.
- Saiba que se tiver um emprego pra mim, estará salvando minha vida, sr. Smith. - Falo, tentando passar por ele, o avião sacode de novo e acabo caindo em seu colo.
- Acho que está a fim mesmo do meu pau hoje, srta. - Ele diz, enquanto sinto uma coisa dura na minha bunda.
- Meu Deus, você está duro em um avião lotado, ou é só o Kid Bengala mesmo? - Pergunto sem saber. Por que falei isso? O homem sorri mostrando os dentes perfeitos num branco reluzente, a barba cerrada era um destaque para aquele sorriso lindo e sedutor.
- Quer descobrir? - Ele fala malicioso.
- Eu não. Se orienta, homem, querendo se aproveitar de alguém que está em pânico? - Falo, e ele ri, levantando as mãos.
- Nem sequer toquei em você, a única que tocou e sentou no meu pau foi você.
Então, me toco que estou no colo do homem ainda, e bem em cima do dito cujo mesmo. Olho ao redor, apesar de não ter muitas pessoas no avião, me sinto incomodada com isso.
- E pelo jeito está gostando. - Me levanto quando ele se move, expondo mais sua ereção, me fazendo sentir quase tudo.
- O senhor é muito safado. - Falo ao me levantar, olho para o homem, pele levemente bronzeada, uma barba cerrada bem desenhada em seu rosto ângulos, olhos castanhos, levemente estreitos, nariz comprido e reto, combina com seu rosto grande, lábios finos, mas bem chamativos, um terno que lhe caia muito bem, era cinza claro, com certeza deveria ser mais caro que a passagem cara do voo que meu pai desconhecido pagou. Seu olhar para mim era de diversão, mas seu sorriso era de pura malícia.
- Eu? Nem movi um músculo até agora, é a senhorita que está me atacando. - A avião sacode mais uma vez.
- Meu Deus! - Falo, agarrando as poltronas.
- Calma, senhorita, é normal devido ao tempo. Está chovendo muito, nada vai acontecer. - Ele diz
Vou até a cabine do banheiro do avião e me sento na privada. Por que raios tenho que andar em uma lata voadora que pode cair e matar todo mundo só para conhecer alguém que nem faz falta em minha vida? Estava bem na minha casa, com minha mãe, meus cachorros, meus gatos, sim, eu amo animais, já levei um monte para casa, deixando minha mãe maluca.
Fico ali, rezando, pelo menos eu acho que estou, nunca fiz isso antes, agora tenho que aprender na marra, vai que morro, e se eu for para o céu, vão me jogar na cara que nunca nem tentei rezar.
Céus, estou ficando maluca! Ou é só o medo me consumindo mesmo.
- Senhorita, precisa voltar para sua poltrona. - Ouço batidas na porta e uma voz feminina.
Não consigo me mexer, até quero sair, mas meu corpo travou de verdade. Não consigo sair.
- Senhorita, por favor.
Tento falar, mas nem a minha voz sai, estou suando, travada, e num banheiro minúsculo.
- É o primeiro voo dela. - Ouço a voz daquele homem que agarrei em seu pau. - Me dá um minuto, vou falar com ela.
A porta da cabine se abre, levo um susto, não tranquei essa merda. O homem é tão grande que quase me esmaga ao entrar, como ele cabe aqui?
Impossível, o cara deve ter uns dois metros de altura, não me considero baixa, com meus um metro e setenta, mas perto dele me sinto pequena.
- Senhorita, você precisa se acalmar. - Ele diz, me olhando. - Se levanta, lave seu rosto.
Apenas olho para ele, não consigo falar nada, meu corpo ainda treme, o homem me olha por um momento, tenta se inclinar até mim, o espaço é realmente pequeno e ele preenche quase todo.
- Respira fundo. - Ele começa a respirar fundo, indicando para eu copiar seu gesto.
Faço os mesmos movimentos e ficamos um tempo inspirando e expirando, sincronizados de uma forma tão perfeita que quase me fez rir.
- Consegue levantar?
Balanço minha cabeça, afirmando, ele me ajuda a ficar de pé, aí que o lugar ficou menor mesmo, estou praticamente grudada nele.
- Seus olhos... - ele se abaixou a minha altura. - São lindos. - Ele falou, olhando diretamente para eles. - Sua boca também.
O sorriso perfeito dele em seus lábios mexia comigo, me faziam até esquecer que estou em uma lata prestes a morrer.
- Para de rodeios e me beija logo, assim esqueço onde estou. - Falo e ouço a risada do homem.
- Menina direta você, nem sabe se eu quero te beijar...
Calo o homem encostando minha boca na dele, no instante seguinte, as mãos deles se agarram a minha cintura me puxando para colar mais nele, mesmo sendo impossível, já que obrigados pelo espaço pequeno, estamos quase dentro um do outro.
Já nem lembro de mais nada, nem sequer do meu nome. Que beijo gostoso! O homem tinha um piercing na língua, e era simplesmente delicioso o piercing, explorando cada canto da minha boca. Sou maluca, sei que sou, estou agarrada num homem que não sei o nome, sei que ele falou, mas não lembro. Segurei em seu pau, e agora estou quase sendo engolida por ele em um beijo.
- Senhores! - Ele deu um pulo quando alguém bateu à porta, batendo sua cabeça no teto. É, o homem era um poste e gostoso, que beijava incrivelmente bem. - Precisam sair agora mesmo.
A voz da mulher estava um tanto alterada, ele abre a cabine.
- Fala baixo, já estamos saindo. - O homem diz sério.
- Quem pensa que é para me mandar falar baixo? - A mulher diz sem paciência.
- O dono da companhia aérea, poderia sair daqui? - Ele diz de novo.
Um sacudir mais violento do avião me fez gritar, me sentando na privada de novo.
- Meu senhor, nem nós, funcionários, conhecemos o dono, imagina você, que não é capaz nem de pagar um voo executivo. - Ela diz irônica.
- Prazer, Adam Smith, dono da companhia aérea, e está demitida. - Ele fala, a mulher ri.
- E eu sou a rainha do mundo. Por que o dono da companhia estaria num voo econômico?
- Não é da sua conta! Agora, sai daqui!
- Vou chamar o segurança do avião. - A mulher sai, o homem se vira para mim.
- Vamos sair, senhorita, é melhor ficar na poltrona do que aqui, apertados.
O homem me ajudou a sair da cabine, voltamos para a poltrona sob os olhares curiosos de todos.
- Sem querer abusar, mas posso sentar em seu lugar? Olhar pela janela me deixa ainda mais nervosa.
O homem cede seu lugar no mesmo instante, e respiro fundo algumas vezes.
- Desculpa não te ajudar na sua mentira lá no banheiro. Se eu estivesse no meu normal, faria ela acreditar que você é o presidente do Estados Unidos.
O homem ri, me olha, pega um lenço em seu bolso e coloca em minha testa.
- O que faz você supor que eu menti? - Ele olha para mim, com aquele sorriso lindo, me fazendo lembrar do beijo e do piercing. Que beijo delicioso.
- Tipo, a aeromoça tem razão, se eu fosse dona da companhia aérea, só iria de primeira classe, e só eu, não deixaria mais ninguém entrar.
O homem ri, limpando meu suor que escorria um pouco da minha testa, ele se aproxima da minha boca.
- Pelo jeito que está, se fosse dona de uma companhia aérea, nunca iria entrar em seu próprio avião.
- Não mesmo, mas se entrasse, fecharia a primeira classe só pra mim. - O homem ri.
- Só respire fundo e...
Grito mais uma vez quando o avião sacode, entro em pânico quando uma luz à minha frente, começa a piscar.
- Ai, meu Deus! O avião está caindo, vamos todos morrer! - Grito, me abaixando no banco, houve um pequeno alvoroço no avião causado por mim, acho que deixei mais pessoas com medo.
- Calma. - Ele se abaixa e me levanta, me fazendo sentar em seu colo, passa o cinto em nós dois, fazendo ficarmos bem colados um ao outro. - É só um aviso para colocarmos o cinto, respira fundo, linda garota.
A voz dele era um tanto grossa, bem firme, uma delícia de ouvir, e com ele perto assim do meu ouvido, meu corpo se arrepia, até esqueço o pânico que estou, e o que quase causei nas poucas pessoas ali à frente.
- Vou te beijar. - Aviso e logo beijo o desconhecido lindo e que beija muito bem, beijar ele me acalma, e se ele não está reclamando, vou beijá-lo até o avião pousar.
O homem segura a lateral do meu rosto e me beija com voracidade, o piercing na língua dele, realmente era muito gostoso de sentir no beijo.
Logo, sinto sua ereção roçar na minha bunda, e o que senti não foi nada pequeno, chegou a me dar até uma imagem mental de como era o membro.
- Senhores, se não se comportarem, cada um vai ficar em uma poltrona e serão banidos de viajar nesta companhia aérea. - A chata da aeromoça fala.
- Oh, moça, o avião está quase vazio, estamos nas últimas poltronas, ninguém está nos vendo.
- Senta no seu lugar, garota.
A mulher me olha com fúria visível e endireita seu corpo, acabo por soltar o cinto e sentar no meu lugar.
- Satisfeita? - Pergunto com ironia.
- Sim, muito, e sem muitas gracinhas, ou o segurança aéreo vai tomar as medidas cabíveis. Vê se mantém essa boca fechada o resto do voo.
- Ok, pode deixar.
- Eu preciso de férias. - A mulher resmunga, e ouço os passos dela se afastando.
Assim que ela sai, puxo esse lindo homem e o beijo, posso fazer isso o voo inteiro, é muito gostoso o beijar, ainda bem que nunca mais vou vê-lo, seria constrangedor encontrar ele em qualquer outro lugar depois desta cena que fiz, de praticamente o agarrar para não entrar em pânico.