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img img Romance img Nos olhos do destino
Nos olhos do destino

Nos olhos do destino

img Romance
img 5 Capítulo
img 10 Leituras
img Tay Santana
3.5
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Sinopse

Desde menino, o príncipe herdeiro Amir Al-Fahim carrega em sua alma um amor inexplicável. Aos oito anos, começa a ter sonhos com uma mulher desconhecida – uma jovem de traços suaves, cabelos ao vento e olhos que parecem falar com sua alma. Mesmo sem conhecê-la, sente que ela é parte de si. Como se já a tivesse amado em outra vida. Movido por esse sentimento profundo, aprende a desenhar apenas para eternizar aquele rosto. Dia após dia, noite após noite, o jovem enche cadernos com a imagem da mulher que nunca viu acordado. Aos 17 anos, já não suporta esperar que o destino a traga até ele. Amir decide procurá-la com as próprias mãos. Inicia uma busca intensa e silenciosa, cruzando países e continentes, contratando os melhores detetives, peritos e especialistas em reconhecimento facial. Vasculha feiras, escolas, redes sociais e multidões. Visita a Índia, a Turquia, o Japão, a Grécia, o Egito, a França... Mas nada. A cada rosto que não é o dela, um pedaço de esperança se desfaz. Ainda assim, ele continua. Porque algo dentro dele diz que ela existe. E o amor, mesmo sem nome, não pode ser esquecido. Aos 23, Amir assume os negócios da família e se transforma em um dos empresários mais poderosos do Oriente Médio. Mas nem o dinheiro, nem o poder, nem a fama preenchem o vazio que ela deixou, mesmo sem nunca ter estado ali. Todas as noites, ele ainda desenha. Todos os dias, ele ainda procura. Enquanto isso, do outro lado do mundo, vive Luna - uma jovem brasileira do interior, simples, livre, de espírito forte e coração curioso. Gosta de ler sob as árvores, escrever em cadernos antigos e observar o céu estrelado. Desde pequena, sente que algo está para acontecer, como se o tempo a estivesse preparando para algo que ela mesma não compreende. Às vezes, sonha com um homem que a observa em silêncio. Um olhar escuro, intenso, que não a assusta - mas também não a deixa em paz. Até que um dia, uma fotografia amadora tirada em uma festa de rua no Brasil chega às mãos de Amir. Ele mal respira. Aquela é ela. Ela. Após dez anos de busca, o destino enfim revela o que o sonho nunca esqueceu. Sem pensar duas vezes, ele manda um grupo privado capturá-la. Luna é sequestrada em Belém do Pará, sem explicações, e desperta dias depois em um quarto luxuoso, cercada por deserto e silêncio. Amir a recebe como quem reencontra o próprio coração. Mas Luna o vê como um estranho, um criminoso. Está ferida, confusa, cheia de ódio e medo. Ela não quer ouvir sua história. Não quer saber de amor. Não acredita em destino. O que para ele é reencontro, para ela é cárcere. Nos dias que se seguem, Amir a cerca de respeito e cuidado, tentando conquistar sua confiança. Constrói para ela um jardim com plantas brasileiras, deixa livros ao lado da cama, oferece liberdade dentro dos limites do palácio. Mostra-se um homem culto, gentil, sensível - mas ainda assim, foi ele quem a tirou de sua vida. A convivência os transforma. Luna descobre que Amir não é o vilão que imaginava, mas um homem ferido pela espera, moldado pela ausência dela. Ele revela os desenhos. Milhares. Todos com o rosto dela. Ela vê a si mesma pintada desde os traços infantis até os traços adultos, mesmo antes de se conhecer como mulher. Mesmo assim, Luna o desafia. Não se entrega. Não acredita que amor possa nascer no cativeiro. Até que Amir, com o coração partido, faz o impensável: dá a ela a chance de ir embora. Luna hesita, mas parte. No entanto, ao cruzar os portões, percebe que algo mudou. Não foi o palácio que a prendeu... foi o que viu nos olhos dele. Foi o silêncio entre um desenho e outro. Foi a certeza de que, em algum lugar do tempo, eles sempre se pertenceram. Ela retorna. Não por obrigação. Mas porque, mesmo sem entender, sente que algo a puxava para ele desde sempre. E ao tocar o primeiro desenho que ele fez dela aos oito anos, ela entende: existem amores que nascem antes do tempo, atravessam oceanos, vencem a lógica e quebram as regras. Porque alguns amores não precisam de permissão... apenas de coragem.

Capítulo 1 Nos olhos do destino

Capítulo 1 – O Rosto no Vento do Deserto

O deserto de Al-Nur era feito de silêncio e luz. E foi ali, entre as dunas douradas e os véus quentes do vento, que o príncipe Amir começou a sonhar.

Tinha apenas oito anos quando ela apareceu pela primeira vez. Não como uma visão comum, mas como um sussurro gravado na alma. Seus olhos fechavam-se à noite, e um rosto desconhecido emergia do escuro - tão nítido, tão real, que o pequeno herdeiro acordava em sobressalto, com o coração batendo como um tambor sagrado.

Era sempre o mesmo rosto. Uma jovem de traços suaves, cabelos como mar e tempestade, olhos que falavam sem dizer. Ela não sorria nem chorava. Apenas o olhava, como quem espera. Como quem pertence.

A obsessão começou ali.

Enquanto outras crianças brincavam nos jardins do palácio, Amir desenhava. Pediu a seu tutor que lhe ensinasse as linhas do retrato humano. E mesmo quando os adultos sorriam da sua seriedade precoce, ele seguia - folha após folha, caderno após caderno - tentando capturar aquela mulher que o visitava todas as noites.

Aos dez anos, já preenchia gavetas inteiras com o mesmo rosto. Era como se seu corpo vivesse ali, naquele reino árido e brilhante, mas sua alma pertencesse a algum lugar onde ela estivesse. Ele não sabia seu nome. Então a batizou em segredo, num sussurro entre as estrelas: Layla, "noite" em sua língua.

Layla passou a ser seu segredo mais profundo. Seu conforto. Sua tormenta.

E os anos correram, levando consigo a infância e trazendo a urgência da juventude. Aos dezessete anos, Amir, agora um jovem homem de postura firme e olhos de sombra, olhou para o céu do deserto e fez uma promessa silenciosa: ele a encontraria. Nem que tivesse que atravessar o mundo inteiro.

Foi o início da jornada.

Usando os recursos da Casa de Al-Fahim, contratou os melhores detetives, especialistas em identificação facial, investigadores privados. Não contou a ninguém sobre os sonhos, apenas dizia que procurava por uma mulher. "A mulher certa."

Visitou mais de vinte países. Esteve entre as ruelas estreitas de Fez, nas vielas coloridas de Jaipur, nas margens do Bósforo, nos cafés parisienses, nos monastérios da Grécia. Cada rosto que via era uma pergunta. Cada negativa, uma dor.

Mas Amir não desistia. A cada dia longe dela, desenhava. A cada noite sem sinal, dormia abraçado às versões antigas de seu amor imaginado.

Aos 23 anos, herdou os negócios da família. Tornou-se um dos empresários mais influentes do mundo árabe, uma figura reservada, fria aos olhos do mundo. Mas quem o visse à noite, ajoelhado diante de uma mesa com luz baixa, desenhando com as mãos manchadas de carvão, entenderia: aquele homem não vivia pelos tronos.

Ele vivia por ela.

Layla. A mulher dos seus sonhos. A ausência mais presente em sua vida.

E enquanto ele a procurava em cada multidão, em cada retrato, em cada esquina do planeta...

Do outro lado do oceano, sob o céu quente do Brasil, uma jovem chamada Luna começava a sentir que alguém a chamava em silêncio. Como um sopro vindo do deserto.

Mas ainda era cedo.

O destino, esse artesão de silêncios, ainda tecia os últimos fios antes de permitir que seus caminhos se cruzassem.

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