Quando o médico me disse que o meu filho Leo, de apenas cinco anos, tinha morrido, o mundo parou.
Eu estava ao lado do meu marido, Pedro, mas o seu toque não me dava conforto.
Ele contou à polícia que um carro surgiu do nada, mas não mencionou que estava ao telemóvel, a discutir com a sua chefe Sofia.
Eu sabia a verdade, porque estava no banco do passageiro e ouvi tudo, incluindo a canção que o Leo cantava no banco de trás.
A última coisa que ouvi antes do impacto foi a voz irritada de Pedro a gritar com Sofia.
Quando chegámos a casa, acusei-o de negligência e disse que o nosso filho tinha morrido por culpa dele.
Pedro negou, e a sua mãe, Teresa, defendeu-o, pedindo-me apoio.
Na sala cheia de gente falsa, a raiva dominou-me, mas as lágrimas não vinham.
O silêncio na minha vida era ensurdecedor, e eu sabia que o nosso casamento tinha acabado.
No funeral de Leo, Pedro fingia ser um marido em luto, mas eu não sentia nada.
De repente, o meu telemóvel vibrou: "Sei o que aconteceu. Não foi só um acidente."
Aquela mensagem foi a minha única arma e o ponto de viragem.
Eu ia expor a verdade, pois Ana, uma testemunha, tinha uma gravação.
Pedro e Sofia iam pagar.