O telefone tocou estridente no meu apartamento do Porto. Era o Afonso, amigo do Kieran.
Ele sofreu um acidente de mota e estava no Hospital de São João.
Corri para lá, o coração na garganta, apenas para ouvir a voz do Kieran do outro lado da porta entreaberta.
"Raelyn? Aquela fadista idiota... ela é a minha cadelinha de fado. Nunca me deixaria, não importa o que eu faça."
O meu mundo desabou. Cadelinha de fado.
Mas não era por ele que eu estava ali.
Respirei fundo e entrei, a humilhação queimando-me.
"Canta um fado para nós," zombou o Afonso. "Sobre como ele é incrível e tu, nada."
Era a tortura máxima, usar a minha arte para me ridicularizar.
Curvei-me e cantei, elogiando-o e rebaixando-me.
Até que ele atirou a carteira: "Traz-me leitão assado do Douro. Agora."
Atravessei a cidade, quilómetros de humilhação, apenas para ouvi-lo sussurrar o nome dela no sono: "Fiona... se voltares, eu cancelo o casamento..."
O prato de leitão caiu das minhas mãos, a verdade brutal esmagando-me.
Eu era uma ferramenta, um peão.
Mas não importava.
Ele era apenas o preço.
[Progressão da missão: 99%. Tiago, aguenta mais um pouco. Eu vou trazer-te de volta.]
Quem é Tiago? E porque esta mulher sofreria tanto por uma missão assim?