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O herdeiro do meu inimigo

O herdeiro do meu inimigo

img Moderno
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Sinopse

Após a morte do pai, Helena se vê forçada a aceitar um cargo na empresa que o arruinou - um império liderado por Dante Lucca, o homem mais frio, poderoso e intocável da cidade... e também o responsável pela falência da sua família. Determinada a descobrir os segredos por trás da queda do seu legado, Helena finge submissão e entra no covil do inimigo. Mas o que ela não esperava era cair na armadilha de sua própria carne: Dante não é apenas o CEO implacável, ele é também o homem que marcou sua pele com uma noite inesquecível anos atrás - uma noite da qual ele não se lembra... mas que a deixou com um filho escondido. Agora, com o passado e o presente colidindo, Helena precisa decidir: revelar a verdade e destruir o império de Dante ou protegê-lo... e talvez, destruí-la no processo.

Capítulo 1 O covil do inimigo

O céu desabava sobre o cemitério como se quisesse lavar os pecados de todos ali. Mas nem toda a chuva do mundo seria capaz de limpar a sujeira daquele nome: Lucca.

Helena ajustou o véu preto sobre o rosto, não para esconder as lágrimas - não havia nenhuma -, mas para mascarar o ódio. Enterrava-se um homem naquela tarde, mas o que apodrecia de verdade era a justiça. Seu pai morreu sem saber quem o empurrou para a ruína. Sem provas, sem defesa. Só dívidas, humilhação e uma morte solitária no hospital público.

E lá estava ele.

Dante Lucca.

O homem que não deveria estar naquele funeral, e ainda assim se fazia presente com a arrogância silenciosa de quem assiste a própria obra com orgulho.

Terno escuro, gravata de luto, mãos nos bolsos e um guarda-chuva sustentado por um capanga. Um clichê ambulante de poder e desprezo. Helena quis arrancar o guarda-chuva e enfiá-lo no peito dele.

Mas sorriu.

Pequeno. Falso. Letal.

- Meus pêsames, senhorita Souza - ele disse, quando a cerimônia acabou. A voz grave, modulada com uma dose exata de falsa empatia.

Ela segurou o impulso de cuspir nos sapatos italianos dele.

- Que gentil. Vindo do homem que destruiu a empresa do meu pai, achei que não fosse me reconhecer.

Ele inclinou levemente a cabeça, o olhar fixo nela como se pudesse atravessá-la. Ou despi-la.

- Você mudou.

"Você não tem ideia."

Helena manteve o olhar fixo, sem piscar.

- A vida muda a gente, senhor Lucca.

O sorriso dele foi imperceptível. Quase uma sombra nos lábios. Depois estendeu um envelope.

- Quero conversar. Sua formação e sua experiência com a antiga Souza Engenharia são úteis para mim. Há uma vaga aberta na Lucca Corp. como coordenadora de projetos.

Ela pegou o envelope, relanceando o conteúdo: salário alto, plano de carreira, benefícios. Era uma armadilha dourada. Um convite para entrar no covil do inimigo.

E ela aceitaria.

- Parece interessante.

Dante inclinou-se, próximo o bastante para que o perfume amadeirado dele se misturasse ao cheiro de flores mortas.

- Compareça segunda-feira, às 8h. Seja pontual.

Helena observou enquanto ele se afastava, com passos seguros, rodeado por seguranças. O cemitério parecia calar-se ao redor dele. Um predador elegante.

Ela olhou para o túmulo do pai.

- Me perdoa, pai. Mas eu vou arrancar tudo o que ele tem. Começando pelo coração.

Chovia mais forte quando Helena deixou o cemitério. A água escorria pelo rosto, fria e impiedosa, mas era pouco comparada ao que queimava por dentro. O envelope ainda estava em suas mãos, agora meio encharcado. Poderia jogá-lo fora. Poderia queimar aquilo ali mesmo, sobre o túmulo recém-fechado. Mas não.

Ela foi treinada por seu pai para ser engenheira. E, por conta de Dante Lucca, virou estrategista de guerra.

No banco do táxi, abriu o envelope outra vez, agora com mais calma. O contrato vinha com tudo em ordem, como se a oferta tivesse sido preparada dias antes da morte de seu pai. Não era uma oportunidade. Era um plano. Ele a queria por perto.

Por quê?

Ela se fez essa pergunta várias vezes até chegar em casa - um pequeno apartamento alugado em um bairro medíocre, longe do que já foi o conforto da mansão Souza. Abriu a porta e foi recebida pelo cheiro de mofo e pelo silêncio. Era ali que vivia agora. Com móveis usados, contas atrasadas e um quarto improvisado para o filho que não existia. Ainda.

Mas existirá.

Ela sabia.

Foi naquela única noite, dois anos atrás. Um evento corporativo, uma máscara de carnaval, champanhe demais, um toque que ela nunca esqueceu. O rosto dele era uma sombra na memória, mas o cheiro... aquele perfume...

Agora ela tinha certeza.

Era Dante.

Ele não sabia. Ela nunca contou. Não havia provas. E ela não estava grávida ainda. Mas estaria.

Esse era o plano. Um plano sujo, doloroso, mas necessário.

Ela olhou o contrato uma última vez antes de guardá-lo.

Segunda-feira, 8h.

Ela estaria lá.

E ele vai pagar por tudo.

Pelo seu pai.

Pelo que fez à empresa.

Pelo que fez com ela.

Mas antes disso, vai desejá-la. Vai se ajoelhar por ela. E quando estiver completamente cego, dominado, apaixonado...

Ela o destruirá.

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