O Brasil é enorme! E dentro dessa imensidão existe uma diversidade tão grande de fauna, flora e pessoas. Sim! Pessoas! E infelizmente o país se divide em ter comida e não ter comida. Mas é não ter comida mesmo! Fome! Miséria! E foi exatamente nesse contexto que nasceu Paula.
Filha de uma viciada, delinquente e sem perspectiva de futuro, Paula nasceu no meio do lixo, em uma barraca de lona, rodeada por drogados e moradores de rua. Seu futuro estava quase traçado. Eu disse "quase".
Quando a menina nasceu, a mãe ainda estava sóbria e colocou-a em um peito sujo e ressequido pela vida de prostituição em que vivia para comprar entorpecentes. O bebê sugou aquele leite enfraquecido e escasso. Roupas? Não havia. Apenas trapos lhe serviram de manta para cobrir -lhe o corpo.
Com alguns dias de nascida, sua mãe já estava usando-a nas esquinas para adquirir dinheiro para " segundo ela" comprar fraldas. Em uma noite, ela abandonou a menina aos cuidados de mendigos, dizendo que ia comprar leite. Não sabia que vendiam leite na boca de fumo?! Nessa mesma noite passaram os cristãos que distribuíam sopas para que não morressem de fome. Encontraram um bebê sozinho, esguelando-se de vontade de mamar, nua e cheia de urina e fezes! O coração do grupo doeu! " Onde estava a mãe daquela bebê?" Perguntaram aos que estavam ali. Ninguém soube responder. Estavam tomando a sopa tão avidamente que nem ouviam.
Levaram- na de lá e colocaram-na em um abrigo.