Quando abri os olhos, o teto branco do hospital era a primeira coisa que via.
A dor de perder o meu Lucas, a poucos dias de o ter nos braços, era um buraco negro no meu peito.
Mas o choque congelou-me quando o meu marido, Pedro, os olhos vermelhos de choro, me revelou a causa do acidente: a sua irmã, Sofia, bêbada ao volante.
Mal tive tempo para processar a traição, a sua família, liderada pela minha sogra, Dona Isabel, agiu.
Eles não só defenderam Sofia, descrevendo-a como uma vítima que "cometeu um erro", como também exigiram que eu os apoiasse e, pior, tentaram comprar o meu silêncio com uma mala cheia de dinheiro.
Pedro, o homem que jurei amar, escolheu a sua irmã, a assassina do nosso filho, em vez do meu luto e da justiça.
Sentia-me abandonada, sozinha num oceano de dor e raiva.
Como puderam pedir-me para perdoar? Como puderam tentar apagar a vida do meu filho com dinheiro e desculpas vazias?
A fúria que me consumia era avassaladora.
Mas eu não ia deixar que a impunidade reinasse.
Se eles se recusavam a lutar pela justiça do meu filho, eu o faria.
Sozinha.
Peguei no meu telefone e liguei para a polícia.
A batalha tinha apenas começado, e eu estava pronta para destruir tudo no meu caminho para garantir que a Sofia pagasse pelo que fez.