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Tarde Demais Para Sua Segunda Chance

Tarde Demais Para Sua Segunda Chance

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Sinopse

Meu noivo, Breno Salles, herdeiro de um império imobiliário do Rio de Janeiro, prometeu que nos casaríamos em 99 dias. Mas depois que ele salvou uma socialite, Frida Magalhães, de um deslizamento de terra, ele passou esses dias retribuindo a "gentileza" dela, me abandonando a cada momento. Quando Frida, dirigindo distraída, matou minha mãe em um acidente de carro, Breno a defendeu no funeral. "Foi um acidente, Adelle. Você está fazendo uma cena." Ele protegeu a assassina da minha mãe, me empurrou no chão e a escolheu em vez de nossos dez anos de amor. Caída no chão da capela, eu o observei consolar a mulher que destruiu minha vida. Naquele momento, eu soube que nosso amor estava morto. Expus os crimes deles online e fugi para Paris para recomeçar. Mas assim que encontrei um novo amor e uma nova vida, Breno apareceu, implorando por uma segunda chance. "Eu sinto muito, Adelle. Por favor, volte para mim." Eu recusei, dizendo que estava com outra pessoa. Naquela noite, a mãe de Frida, buscando vingança, mandou me sequestrar e me deixou para morrer. Breno se sacrificou para me salvar, recebendo os golpes que eram para mim. Enquanto sangrava, ele suplicou: "Me dê outra chance. Eu faço qualquer coisa." Olhei para o homem que me destruiu e depois me salvou, e disse: "Eu tenho uma nova vida agora, Breno. Uma vida da qual você não faz parte."

Capítulo 1

Meu noivo, Breno Salles, herdeiro de um império imobiliário do Rio de Janeiro, prometeu que nos casaríamos em 99 dias. Mas depois que ele salvou uma socialite, Frida Magalhães, de um deslizamento de terra, ele passou esses dias retribuindo a "gentileza" dela, me abandonando a cada momento.

Quando Frida, dirigindo distraída, matou minha mãe em um acidente de carro, Breno a defendeu no funeral. "Foi um acidente, Adelle. Você está fazendo uma cena."

Ele protegeu a assassina da minha mãe, me empurrou no chão e a escolheu em vez de nossos dez anos de amor.

Caída no chão da capela, eu o observei consolar a mulher que destruiu minha vida. Naquele momento, eu soube que nosso amor estava morto.

Expus os crimes deles online e fugi para Paris para recomeçar.

Mas assim que encontrei um novo amor e uma nova vida, Breno apareceu, implorando por uma segunda chance. "Eu sinto muito, Adelle. Por favor, volte para mim."

Eu recusei, dizendo que estava com outra pessoa. Naquela noite, a mãe de Frida, buscando vingança, mandou me sequestrar e me deixou para morrer.

Breno se sacrificou para me salvar, recebendo os golpes que eram para mim. Enquanto sangrava, ele suplicou: "Me dê outra chance. Eu faço qualquer coisa."

Olhei para o homem que me destruiu e depois me salvou, e disse: "Eu tenho uma nova vida agora, Breno. Uma vida da qual você não faz parte."

Capítulo 1

Meu vestido de noiva, uma cascata de seda marfim, pendia no meu pequeno apartamento, um farol de um futuro que brilhou mais forte que qualquer estrela por dez longos anos. Breno Salles, o herdeiro de um império imobiliário do Rio de Janeiro, deveria ser meu para sempre. Eu, Adelle Molina, uma artista de classe trabalhadora, acreditei no nosso amor, acreditei que ele poderia conquistar qualquer coisa.

Toda manhã, eu traçava os números no calendário de contagem regressiva que ele me deu, aquele que prometia nosso casamento em 99 dias. Cada dia que passava era um passo mais perto do sonho, um sonho que agora parecia uma piada cruel.

Tudo começou em uma trilha.

O sol aquecia meu rosto enquanto Breno me puxava pela trilha sinuosa. Estávamos rindo, de mãos dadas, a cidade um zumbido distante abaixo de nós. Então a própria terra gritou. O chão sob nossos pés se abriu, uma torrente de lama e rochas desceu pela encosta. O medo tomou minha garganta, mas Breno, meu Breno, estava lá. Ele me agarrou com força, me empurrando para longe de uma árvore que caía.

Então eu a vi. Frida Magalhães, uma socialite de uma família tão poderosa quanto a de Breno, presa no caminho do deslizamento. Seu rosto era uma máscara de terror. Sem hesitar, Breno se lançou, puxando-a para a segurança no exato momento em que o chão cedeu onde ela estava. Ele salvou nós duas. Ele era meu herói.

Mais tarde, na sala de espera estéril do posto de saúde, Frida agarrou a mão de Breno, sua voz um sussurro teatral. "Você salvou minha vida, Breno. Eu te devo tudo." Seus olhos, no entanto, piscaram para mim, com um brilho de algo que eu não consegui decifrar. Aquilo me deu um arrepio na espinha.

O pai de Breno, um homem cuja presença podia azedar o leite, ligou para ele no dia seguinte. Ouvi trechos da conversa, ríspidos e frios. "A família Magalhães é crucial para nosso próximo projeto na cidade, filho. O bem-estar de Frida é primordial. Uma 'retribuição de gentileza' é esperada." Não era um pedido; era uma ordem.

Breno voltou para mim, seu rosto tenso. Ele estendeu o pequeno e elegante calendário de contagem regressiva. "Noventa e nove dias, Adelle," ele disse, sua voz mais suave que o normal. "Noventa e nove dias para retribuir a Frida, para garantir a aliança de nossas famílias. Então, nós nos casamos. Eu prometo." Seus olhos suplicavam para que eu entendesse. Eu queria acreditar nele. Eu precisava acreditar nele.

Peguei o calendário, sua superfície polida fria contra meus dedos. Eu assenti, um sorriso tenso no rosto. "Ok," sussurrei, a palavra com gosto de cinzas. "Noventa e nove dias." Eu disse a mim mesma que era um pequeno preço a pagar pelo nosso futuro. Eu disse a mim mesma que passaria rápido.

Eu estava tão errada.

Aqueles noventa e nove dias se tornaram um pesadelo em câmera lenta. Breno foi consumido por sua "retribuição". Jantares que planejamos por meses foram cancelados com uma mensagem de texto curta. Minhas ligações não eram atendidas. Quando ele ligava, era muitas vezes para dizer que estava com Frida, ajudando-a a redecorar sua cobertura, acompanhando-a a alguma gala de caridade. Cada menção ao nome dela era como um pequeno corte.

O pior veio depois da minha apendicectomia. A cirurgia foi mais complicada do que o esperado, me deixando fraca e com dor. Acordei sozinha no quarto do hospital, um vaso de flores genéricas como minha única companhia. Tentei ligar para Breno. Nenhuma resposta. Liguei de novo. Ainda nada. Meu celular finalmente morreu na minha mão trêmula. Mais tarde, soube que ele estava em uma 'festa de recuperação' para Frida, que aparentemente sofreu um imenso trauma emocional com o deslizamento. Minha própria dor física parecia secundária à dor do abandono. A enfermeira, uma mulher gentil chamada Maria, segurou minha mão e me disse que eu era forte. Eu só me sentia quebrada.

Depois veio o sequestro. Rivais de negócios do pai de Breno, um bando desesperado, me confundiram com Frida. Eles me levaram do meu pequeno ateliê, mãos ásperas sobre minha boca, o cheiro de cigarro velho e medo enchendo minhas narinas. Fui arrastada para um galpão abandonado, o chão de concreto frio mordendo minha pele. Eles exigiam informações que eu não tinha, me ameaçando com uma faca enferrujada. Eu lutei, gritei, implorei. Eu até chamei o nome de Breno, um apelo desesperado no vazio. A faca escorregou, uma dor lancinante no meu braço. Pensei que ia morrer. Quando a polícia finalmente invadiu, não foi Breno quem me encontrou, mas um policial. Seu rosto estava sombrio. Breno estava inacessível, consolando Frida por um pesadelo que ela teve.

Eu estava na cama do hospital de novo, um curativo enrolado no meu braço sangrando, uma nova cicatriz gravada na minha pele, visível e invisível. Ele me visitou por uma hora, seus olhos distantes, suas desculpas palavras vazias que não significavam nada. Ele disse que sentia muito, que Frida precisava dele. Ele disse que eu estava segura agora. Mas eu não estava. Eu estava morrendo por dentro.

Então, minha mãe. Minha mãe gentil e trabalhadora, cujo food truck era um farol de calor e boa comida no nosso bairro. Ela estava correndo para casa depois de um longo turno, cansada, mas feliz, planejando fazer minha sopa favorita. Frida, enquanto isso, estava em alta velocidade por uma área residencial, atrasada para uma prova de roupa. Ela estava distraída, no celular, discutindo com uma amiga. Ela furou o sinal vermelho.

O caminhão da minha mãe, amarelo brilhante com suas margaridas pintadas à mão, foi atingido em cheio na lateral. O impacto foi horrível.

Os corredores do hospital cheiravam a antisséptico e desespero. As palavras do médico se transformaram em um zumbido monótono. "Fizemos tudo o que podíamos, Adelle. Sinto muito." Minha mãe, minha mãe vibrante e amorosa, se foi. Simples assim.

Uma enfermeira de rosto gentil, notando meu olhar vazio, me disse suavemente: "A outra motorista, a Sra. Magalhães, ela está bem. Alguns hematomas leves. Ela estava no celular, disseram. Furou o sinal." As palavras me atingiram como um golpe físico. Frida. Foi a Frida. De novo.

Tentei ligar para Breno. Meus dedos tremiam, digitando o número dele, desesperada por conforto, por raiva, por algo. Chamou, chamou, e foi direto para a caixa postal. De novo. Sempre caixa postal. Joguei o celular do outro lado do quarto, vendo-o se estilhaçar contra a parede branca e estéril. Um grito gutural rasgou minha garganta, cru e descontrolado. Minha mãe se foi por causa dela, por causa dele.

O funeral foi um borrão de ternos pretos e condolências sussurradas. Eu me movia como um fantasma, meu coração um espaço vazio no peito. Então, eu os vi. Breno, impecavelmente vestido, uma expressão sombria no rosto. E ao lado dele, Frida, pálida e frágil, agarrada ao seu braço. Ela usava um delicado véu preto, como se ela fosse a enlutada. Minha visão ficou vermelha.

Meus pés se moveram por conta própria, me levando em direção a eles. "Você!" gritei, minha voz rachando, crua de dor e fúria. Eu me lancei sobre Frida, minhas mãos se estendendo, querendo rasgá-la, fazê-la sentir uma fração da dor que ela infligiu. "Você a matou! Você matou minha mãe!"

Breno reagiu instantaneamente. Ele agarrou meus pulsos, seu aperto como ferro. "Adelle! Pare com isso! Isso é um funeral!" Seus olhos, geralmente tão suaves, estavam duros e acusadores. Ele me empurrou para trás, para longe de Frida, que agora se encolhia atrás dele, fazendo sons suaves e chorosos.

"Ela matou a mamãe!" solucei, lutando contra seu aperto, meus olhos queimando nos dele. "Ela estava no celular! Ela furou o sinal!"

O rosto de Breno endureceu ainda mais. "Foi um acidente, Adelle. Um trágico acidente. Todo mundo sabe que Frida nunca machucaria ninguém intencionalmente." Ele protegeu Frida com seu corpo, suas palavras uma demissão fria e cruel da minha agonia. "Você claramente não está pensando direito. Você está fazendo uma cena. Você precisa se acalmar."

Minha respiração falhou. Me acalmar? Minha mãe estava morta, e ele estava defendendo a mulher que a matou. O homem que amei por dez anos, o homem que deveria se casar comigo em poucos dias, estava protegendo-a. Foi então, de pé sobre o caixão da minha mãe, sentindo o desdém frio nos olhos de Breno, que algo dentro de mim se quebrou irrevogavelmente.

Não. Isso não foi um acidente. Esta foi a consequência de suas escolhas, sua negligência, sua lealdade inabalável a uma socialite manipuladora. O amor que eu construí meticulosamente, tijolo por tijolo, ao longo de uma década, desmoronou em pó.

"Seu tolo," sussurrei, as palavras mal audíveis. "Ela me disse. Ela me disse que me odiava, Adelle. Ela admitiu que estava distraída. Ela riu disso. E você... você sabia. Você sabia do que ela era capaz."

Sua testa se franziu em confusão, um lampejo de dúvida em seus olhos. "Do que você está falando? Frida nunca-"

"Você está a defendendo?" Minha voz se elevou, crua e rouca. "Depois de tudo? Depois da minha cirurgia, depois que fui esfaqueada, depois que minha mãe foi morta por causa da negligência dela? E você ainda a defende?" Senti uma clareza aterrorizante me invadir. "Não, Breno. Isso não é um acidente. Isso é o que você permitiu que acontecesse."

Ele deu um passo para trás, seu rosto pálido. "Adelle, você não está fazendo sentido. Este não é o momento nem o lugar para isso. Você está descontrolada." Ele estendeu a mão, não para me consolar, mas para tentar me silenciar. Ele achava que eu estava histérica. Ele achava que eu era fraca.

"Descontrolada?" Eu ri, um som áspero e quebrado que ecoou na capela silenciosa. "Você construiu isso, Breno. Você ficou parado e assistiu enquanto ela destruía minha vida. Você me afastou, pedaço por pedaço, até não sobrar nada." Meu coração parecia estar sendo arrancado do meu peito, mas desta vez, não era apenas dor. Era desafio. "Vou garantir que a justiça seja feita, Breno. Legalmente. Pela minha mãe."

Seus olhos se estreitaram, um brilho do empresário implacável que eu às vezes via em seu pai. "Você acha que pode lutar contra minha família, Adelle? Você acha que tem alguma chance contra a família Magalhães? Você não tem nada." Ele zombou, um sorriso de escárnio torcendo seus lábios. "Você é uma artista de classe trabalhadora. Você não tem ideia de como este mundo funciona." Ele levantou a mão, não para bater, mas para enfatizar seu ponto, e me empurrou para trás.

Eu tropecei, minhas pernas fracas cederam, me fazendo cair no chão polido. O impacto agudo da minha cabeça contra o mármore fez estrelas dançarem atrás dos meus olhos. Uma pontada de dor me atravessou, mas não era nada comparado à agonia da minha alma. Olhei para ele, minha visão embaçada por lágrimas não derramadas, e vi o homem que amava, de pé sobre mim, protegendo a assassina da minha mãe.

Ele havia prometido à minha mãe, anos atrás, quando começamos a namorar, que sempre cuidaria de mim. Que nunca deixaria nada acontecer comigo. Agora, era ele quem estava me machucando. Era ele quem estava deixando tudo acontecer.

Uma risada estranha e amarga borbulhou de dentro de mim. Não era uma risada de alegria, mas de desespero completo e absoluto. Uma risada que reconhecia a ironia cruel e distorcida de tudo. "Você acha que sou fraca, Breno?" grasnei, me levantando apesar da dor latejante na minha cabeça. "Você acha que não posso lutar?"

Ele me olhou com uma pena condescendente, confundindo minha risada quebrada com resignação. "Adelle, por favor. Não vamos piorar as coisas. Você está chateada. Podemos conversar sobre isso mais tarde, quando você estiver pensando com clareza. Apenas vá para casa." Ele até me ofereceu a mão, um gesto que pareceu um insulto final.

Eu recuei como se estivesse queimada. "Ir para casa?" Minha voz era quase um sussurro, mas carregava o peso de uma década de sonhos desfeitos. "Não há 'casa' com você, Breno. Não mais. Eu cansei. Acabou para nós."

Nesse momento, Frida choramingou, agarrando o braço de Breno com mais força. "Breno, estou com medo. Ela está louca."

Breno imediatamente voltou toda a sua atenção para ela, sua mão acariciando suavemente o cabelo dela. "Está tudo bem, anjo. Eu estou aqui. Ela não vai te machucar." Ele a puxou para perto, murmurando palavras de consolo. Ele estava de costas para mim, uma parede sólida entre nós, um símbolo gritante de suas prioridades. Ele a segurava como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo, enquanto eu jazia quebrada no chão.

Observando-o confortá-la, com minha mãe a poucos metros de distância em seu caixão, a realidade me atingiu com a força de um tsunami. Ele havia escolhido. Ele sempre a escolheu. A bolsa de estudos para Paris que eu havia secretamente me candidatado, aquela que eu descartei como um sonho impossível, de repente pareceu minha única fuga. Minha única salvação. A memória da minha mãe, seu espírito vibrante, exigia mais do que sofrimento silencioso. Exigia justiça. E eu a conseguiria.

Eu me levantei, minhas pernas tremendo, mas minha determinação era forte como aço. "Você vai se arrepender disso, Breno Salles," jurei para suas costas em retirada, minha voz mal um sussurro cheio de uma promessa de retribuição. "Você vai se arrepender disso mais do que qualquer coisa." Eu me virei, ignorando os olhares, ignorando a dor, e me afastei do funeral, longe de Breno, longe de dez anos da minha vida. Minha nova vida começava agora. E eu me certificaria de que ele soubesse exatamente o que perdeu.

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