A febre consumia-me, deixando-me caída e sozinha no chão da sala.
O telemóvel, inatingível.
Quando Mateus finalmente atendeu, a sua voz era de impaciência.
Perguntei por socorro, mas ele estava ocupado com risos e a voz da Sofia, preocupada com o seu gato.
"É só uma febre, não sejas dramática", disse ele antes de desligar, forçando-me a chamar o 112.
No hospital, Mateus e a minha sogra surgiram com fúria, não preocupação.
Acusaram-me de "cena", defendendo a Sofia.
A sua frieza, a prioridade absurda a uma amante e um gato em detrimento de uma esposa moribunda, foi um choque devastador.