Eu: Bom dia linda família -dei um beijo na testa do meu pai e me sentei-
Diego: Bom dia filha -continuou comendo-
Débora: Bom dia linda sobrinha -falou ironizando-
Pedro Alves
Acordei sete da manhã, o cheiro de café invadia o quarto, o que não era muito grande mais era o que tinha.
Eu: Bom dia rainha -abracei ela por trás e ela tomou um susto-
Mariana: Bom dia filho, tem pão ali na mesa -terminou de fazer o café e me deu-
Eu: Já comeu? -perguntei sentando-
Mariana: Tô sem fome -falou baixo e foi pra sala-
Isso é foda vey, ver minha mãe sem comer pra me da, isso dói.
Eu: Toma -entreguei o pão a ela com café-
Mariana: Você tem que comer filho -assenti- então
Eu: E a senhora também -ela ficou com os olhos marejados e começou a comer- um dia eu te tiro dessa rainha -dei um forte abraço nela-
Me arrumei e fui pra escola.
Tava observando tudo na favela, vários caras armados passando, crianças brincando na quadra e desci pra escola. Eu sempre fui meio afastado de todos, aqui eles tinham uma boa condição de vida, consegui uma bolsa aqui e vou fazer de tudo pra não perder ela.
Logo que cheguei na escola fui logo pra sala, até que uma menina sentou do meu lado, tinha cara de ser patricinha mas não vou julgar pelas aparências.
Xxx: Oi bom dia -falou sorridente e se sentou-
Eu: Bom dia -falei seco-
Xxx: Qual seu nome? Você é novo aqui? -perguntou me olhando-
Já vi que essa é curiosa.
Eu: Meu nome é Pedro e o seu? E sim sou novo aqui -tentei falar simpático-
Xxx: Meu nome é Katherine, é bom ter um aluno novo aqui, você é de onde? -uns amigos dela chegou-
Eu: Sou da Rocinha -falei e os amigos dela me encarou-
Xxx: Vamos Kathe -um loirinho falou-
Kathe: Tchau Pedro -levantou e saiu com eles-
Sabia que ela não ia ficar, já me acostumei.
Na última aula a professora passou um trabalho em dupla, ela sorteou os alunos e eu e Katherine iriamos fazer juntos . Saímos da sala.
Kathe: Quer fazer lá em casa? -perguntou pegando a bolsa-
Eu: Onde cê mora? -falei pegando meu caderno-
Ela anotou o endereço dela em um papel e me deu.
Kathe: Se o porteiro não te deixar subir você diz que é o Pedro da escola ok?
Eu: Ta -sai da escola e fui direto pro mercado-
José: Olá Pedro -falou um senhor que é o dono do mercado-
Eu: E aí seu José -abracei ele como sempre- tem trampo aqui?
José: Pedro meu menino, tem pra organizar as prateleiras e pra ficar no caixa -falou sentado-
Eu: É... Será que o senhor poderia me dar os dois empregos? Eu arrumo as coisas no horário do almoço e fico no caixa a tarde
José: Olha, é um trabalho difícil mais eu confio em você -falou entrando-
Eu: Ok, posso vim ainda hoje? -falei entrando com ele-
José: Sim, as duas da tarde você vem.
Ele me explicou sobre o salário, irei ganhar 200 reais por mês, só quero da o que comer pra minha mãe.
Nasci na favela mais não me envolvo não, um dos poucos aqui.
Katherine Borges
Fiquei esperando o Pedro por um bom tempo, até que ele chegou às 13:00.
Eu: Boa tarde, pode entrar -dei espaço pra ele entrar-
Pedro: Boa tarde, licença -entrou- Katherine eu vou ter que voltar duas horas ok?
Eu: Tá , vamos fazer o trabalho aqui na sala mesmo ta? -ele apenas assentiu-
Fizemos o trabalho, não concluímos ele, ai eu falei com o Pedro que iria concluir sozinha e que amanhã ele apresentava comigo, ele assentiu e foi em bora.
Débora : Ajudando pessoas carentes agora, Kathe? -minha tia entrou na sala-
Eu: Sabe tia, a senhora tem um marido, uma vida, então porque você não começa a cuidar da sua própria vida e deixa a minha? -nem esperei ela responder, fui direto pro meu quarto com o trabalho-
Pedro Alves
Fui direto pra o mercadinho do seu José, ele me explicou tudo e eu fui pro caixa, minha mãe apareceu lá, como eu não tenho celular ela foi lá me ver e levar um lanche.
Mariana: Filho trouxe um lanche -entrou no mercado com uma bolsa-
Eu: Mãe não precisava -falei arrumando as coisas-
José: Olá dona Mariana, que prazer te ver aqui -seu José apareceu e abraçou minha mãe-
Mariana: Oi seu José, muito obrigado por esta dando essa oportunidade pra o meu filho. -falou enquanto abraçava ele-
Do nada soltaram os fogos e começou a invasão do morro, fechei o mercado rápido e entrei com seu José e minha mãe.
Eu: Calma ta -falei com seu José-
José: O menino -disse aflito- minha hora está chegando, cuida do meu mercado por favor
Eu: Não fala isso, você ainda precisa me da bronca -falei e ele riu-
José: Como sempre alegrando a todos -alisou meu rosto- você e sua mãe precisam ser felizes -disse respirando com dificuldade por conta do nervosismo-
Minha mãe apenas rezava.
Ficamos calados orando juntos até que tudo parou e voltou ao normal, quando saímos do mercado tinham várias pessoas, eram poucos mais eram mortos.
José: Vai pra casa, mas pode pegar alguns alimentos e levar com você -falou abrindo tudo-
Eu: Cuidado ta, não faz esforço -Coloquei ele na poltrona dele e peguei algumas coisas-
Parece ser umas 6 da noite, fui pra casa com minha mãe só que no meio do caminho um cara me para.
Xxx: Ei garoto -falou com um fuzil nas costas-
Eu: Oi -minha mãe me olhou-
Mariana: Filho já vou entrando -pegou as sacolas da minha mão- cuidado
Eu: Vai lá mãe, hoje a senhora dorme na cama, você precisa descansar -falei e ela apenas assentiu entrando-
Xxx: Você mora aqui? -o cara perguntou olhando minha casa-
Eu: É pequena mas sim, o que foi? -falei encarando ele-
Xxx: É o seguinte, ajuda a tirar os corpos da rua que eu vou descolar uma grana pra tu -falou normal-
Eu: Vou ir falar com minha mãe e já volto -entrei- mãe vou ajudar a tirar os corpos da rua e arrumar um dinheiro pra gente ta
Mariana: Cuidado meu filho -alisou meu rosto- te amo muito -me abraçou, mais foi como se fosse um abraço de despedida-
Abracei ela e sai.
Xxx: Monta ai -ligou a moto e deu partida-
Limpamos os corpos das ruas mais ainda tinham uns.
Xxx: Toma -me deu 600 reais-
Eu: Nossa cara -abri um sorrisão ao ver tudo aquilo-
Xxx: Se precisar de trabalho tamo ai, vamo precisar de uns vapor na boca.
Eu: Preciso falar com minha mãe, da uma vida nova a ela -falei com os olhos marejados-
Xxx: Olha garoto, não sou solidário com todos, trabalha pra mim e eu dou uma casa a vocês -falou coçando o queixo-
Eu: Posso te responder isso amanhã? -ele assentiu e eu fui embora-
Katherine Borges
Terminei o trabalho 20:30, Lúcia veio me chamar pra ir jantar mais não estava muito no clima, mas fui pois teria algo importante que meu pai queria me falar.
Eu: Cheguei gente -me sentei na mesa-
Diego: Então, eu não sabia como falar isso mais irei anunciar a todos, filha eu estou com câncer -meus olhos encheram de água-
Eu: É... É o que? -falei gaguejando-
Diego: Eu só tenho mais 3 dias de Vida filha, eu não queria que isso acontecesse -falou nervoso-
Eu: Mas pai... O senhor... O senhor não pode morrer, pai -falei gaguejando eu estava muito nervosa-
Débora: Ai meu Deus maninho - falou toda falsa-
Diego: Débora, se você não se importar espero que cuide da Kathe pra mim por favor.
Débora: Claro maninho claro -falou abraçando ele-
Sai da sala de jantar correndo e fui pro quarto.
Diego: Filha... Posso entrar? -meu pai apareceu na porta-
Eu: Claro que pode -sentei na cama-
Diego: Você precisa ser forte -falou alisando meu rosto- você é forte filha, você já é uma mulher, vai ver a vida de outro jeito agora
Eu: Mas pai -dei uma pausa e respirei fundo- vai ser sem você, você não vai estar do meu lado -abaixei o rosto- você não pode... Você é meu pai -falei num sussurro e abracei ele-
Diego: Mais a minha missão está feita Kathe, apenas siga as suas escolhas, siga o seu coração -saiu do quarto-
Quando meu pai saiu, liberei as lágrimas, elas saíram com toda força.
Pedro Alves
Fui pra casa pensando na proposta que o Jota me fez, vou falar com minha rainha sobre isso.
Eu: Ma.... Mãe mãe -me desesperei com a cena que vi-
DEIXEM O VOTO?.
Beijinhos?.