Capítulo 3 Encontrando-o sem conhecê-lo

Dois meses depois.

Na sala de operações do hospital.

"Tire a roupa e deite na maca. Não vai doer e levará só três minutos." A enfermeira se sentou para se preparar para a cirurgia.

Grace estava deitada no lençol cirúrgico azul, seus longos cílios tremulavam e seu olhar estava cheio de desespero.

Ela não havia conseguido encontrar o homem, e continuava sem saber quem era. A única informação de contato tinha sido jogada fora por sua irmã, e ela não achara o bilhete na lata de lixo. A busca no distrito Hart Villa tinha sido inútil também.

Grace vinha procurando aquele homem há dois meses.

Mas não o tinha encontrado.

Ela se considerava uma pessoa sem sorte, então não podia culpar ninguém.

Deu um longo suspiro. "O aborto é a única escolha para mim. O que mais posso fazer?"

Após ouvir o longo murmúrio, a enfermeira de meia-idade disse: "Mocinha, você está grávida de gêmeos. Pense bem. Se abortar, a chance de engravidar de gêmeos de novo é quase nula. Além disso, você pode ficar com sequelas, o que poderia te impedir de ter filhos pelo resto da vida. Quer pensar melhor?".

Os grandes olhos de Grace de repente ficaram vermelhos.

"Posso ver o ultrassom de novo?" Ela olhou para a enfermeira.

A enfermeira assentiu e entregou o exame a Grace. "Olha, já estão grandes. Não vai demorar muito para tê-los, vão nascer daqui alguns meses. Logo você vai senti-los mexendo. É bom acompanhar o crescimento deles e vesti-los com a mesma roupa."

Quando Grace viu os pequenos embriões, o instinto materno lhe encheu o peito, e começou a chorar.

"O que devo fazer? Não quero abortar." Disse com olhos marejados.

"Então não o faça." A enfermeira continuou: "Todos os dias, tentamos o máximo possível persuadir as pessoas a não fazerem essa cirurgia. Esperamos com isso salvar mais vidas".

"Salvar?" Grace sentiu uma pontada no coração.

"Sim, olhe só, são duas vidas. Se você decidir desistir delas, elas serão eliminadas em três minutos."

"Eliminadas?" Grace olhou para o ultrassom e sentiu uma dor aguda no coração. Ela se levantou imediatamente e disse à enfermeira: "Não quero mais o aborto. Quero dar à luz. Quero criá-los".

A enfermeira sorriu e assentiu. "Isso é ótimo. Fique com eles. Você sempre encontrará uma maneira de criá-los."

"Obrigada!" Grace se vestiu e se curvou bastante, agradecendo, antes de sair da sala.

Depois disso, olhou para o céu e suspirou.

No final, tinha decidido dar à luz os bebês.

Depois de se decidir, começou a rir.

"Afastem-se, afastem-se!" De repente, ouviu-se um barulho alto vindo da entrada do hospital. Vários homens de preto abriam a passagem. A enfermeira começou a correr na direção de Grace empurrando uma maca.

Grace se esquivou automaticamente.

Na frente dela, uma criança escorregou e começou a chorar.

"Saiam da frente..." Um dos homens gritou com voz intensa, mas a criança continuou chorando e gritou ainda mais alto.

"Esperem." De repente, ouviu-se uma voz masculina baixa.

Grace seguiu o som por instinto e não conseguiu ver quem era por um tempo.

A voz era muito agradável. No meio da multidão barulhenta, foi extremamente calma.

"Vá confortar a criança." Disse a voz agradável.

"Mas senhor, você precisa ser atendido imediatamente." A enfermeira respondeu.

"Apenas o conforte." O paciente deitado na maca se sentou de repente. Ele tinha um rosto severo, como uma escultura, e exalava uma aura fria.

"Sim!" Na mesma hora, o guarda-costas foi ajudar a criança a se levantar e a confortou.

A blusa do homem na maca estava encharcada de sangue, o que era chocante.

E mesmo assim, ele se sentou e olhou para a criança. Havia um traço de preocupação nos seus olhos profundos.

Grace ficou tocada. "Ele tem um bom coração."

Ela não conseguiu conter a vontade de olhá-lo de novo. Provavelmente, sentindo-se observado, ele se virou de repente, e a mirou, com os olhos afiados.

Grace sentiu frio na hora e ficou chocada com os olhos do homem.

A criança ainda chorava. Ela então correu, dizendo: "Deixe comigo. Vou ajudá-lo".

"Obrigado." O guarda-costas agradeceu.

Grace confortou a criança suavemente;

e sentiu um par de olhos penetrantes varrendo-a até a maca se afastar.

Tocou a parte inferior do ventre. Ela tinha acabado de sentir um movimento dentro dele.

Ficou chocada. Eles estavam se mexendo?

Arregalou os olhos e sorriu.

Bem, teria dois filhos. Sem o homem. E estava pronta para criá-los.