Capítulo 2 Entre as piores só as mais péssimas expectativas!

Gustavi agora dormia tranquilamente ao meu lado na cama. Quando entrei em seu quarto, estava muito nervosa e acabará falando de mais. O que desencadeou uma crise nervosa no pobrezinho, felizmente a conseguia contornar com sussurros gentis. Também o ajudei á tormar outro banho, uma vez que acabei por suja-lo ao abraça-lo. Eu mesma havia aproveitado para me limpar. Minha aparência agora era civilizada, como dissera Nita ao me ajudar com as cordas do vestido.

Incontáveis minutos depois de tudo. Eu ainda fintava o teto azul acima de mim, sem nem uma ideia de como impedir algo que já parecia inevitável. A simples idéia de dormir ao lado de alguém que não fosse o pequeno Gustavi? Ou de ter me refamiliarizar em uma casa, em um quarto que não fosse o seu, - O aconchegante cômodo, cheio de brinquedos espalhados que sempre me faziam tropeçar. - Era inimaginável. Assim como substituir a linda vista que tinha da janela, dos campos de trigo por qualquer outra. Ou talvez o lugar nem tivesse janela e pior... teria de viver, se tocada por um completo estranho.

E Gustavi como ficaria ? Não duvidava do amor de Edgar e Tobias por ele, mas era a mim a quem lugar passava a maior parte do tempo. Prova disso, era o meu próprio quarto, que praticamente só era usado para eventuais trocar de roupas.

Só esperava que papai mudasse de idéia, e que suas palavras tivessem sido só puramente por raiva, impensadas. Era uma esperança vã, pois eu lembrava da firmeza em sua voz.

- Srta Catharina? - A voz de Nita soou do outro lado do cômodo. Sua cabeça se encontrava enfiada entre uma fresta na porta.

- Pode falar, Nita.

- Vim lhe ajudar a arrumar os cabelos. Seu pai mandou. - Ah, ainda tinha isso, o bendito jantar. Suspirei, levantei-me e sentei na ponta da cama acenando para que Nita se aproximasse.

Ela fechou a porta e logo em seguida, escutei seus passos pelo quarto ecoando pelo chão de madeira. Não muito depois, sentir quando sutilmente começou a pentear-me os cabelos.

- Seus cabelos são tão bonitos. Loiros, quase brancos. Apesar de fazer tempo, nem acredito que os tenha tido coragem de os corta.

Olhei para minha tutora através do espelho. Ela parecia muito concentrada no que fazia, seus dedos separavam as madeixas habilmente.Mas sinceramente, eu sabia que ela não estava ali só para falar dos meus cabelos. Eles nem chamavam mais tanta atenção, quanto na época que os cortei. Agora já estavam compridos, haviam crescido até a altura dos meus ombros.

- Pergunte de uma vez, o que quer saber. - Incentivei, conseguindo sorrir. Nita era uma curiosa, incorrigível.

- Me diga, que o que estão comentando pela casa não é verdade ? - Perguntou, lançado-me uma olhada rápida pelo espelho.

- O que estão dizendo? - Quiz saber, já imaginando um mundo de boatos e principalmente invenções entre os serviçais.

- Que seu pai finalmente, vai te por cabresto. E que quer casa-lá, tão antes o dia virei noite.

- É verdade. - Confirmei, totalmente impotente e irritada. Cabresto, pensei indiginada. Era como se eu fosse uma égua. E o pior! que á essa hora já havia de ter virado motivo de fofocas na cidade.

- Sinto muito menina. - Lamentou, e assim os minutos seguintes foram em silêncio. Enfim Nita largou a escova, instistivamente levei a mão aos cabelos sentindo uma intrincada trança puxada com firmeza entre meus dedos. Mas de repente gemi de dor, lá estava Nita me puxando as orelhas mais uma vez. - Sua endiabrada! Você tinha que aprontar tanto? Eu sabia que isso um dia ia acontecer, se tivesse me escutado.... - Nita começou a chorar, logo em seguida me abraçou apertado.

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Descir as escadas sem pressa alguma. Papai me esperava aos pés dela, com visível impaciência. Achei que se vestia muito formalmente para um jantar, mas não terci nenhum comentário. Não queria dar motivos para reprimendas. Ele sorriu amavelmente na minha direção, nem parecendo com aquele murro seco e insensível de horas atrás. Pela primeira vez, eu via aprovação no seu olhar. O que muito pelo contrário, não me orgulhou e sim revirou meu estômago em inquietação.

- Catharina minha filha, você estar uma flor. - Disse oferecendo o braço, o qual segurei sem muito ânimo quanto ao elogio, optei por ignorar.

Papai nos guiou pelo Hall de entrada. Eu não entendi bem o porque, mas me deixei guia sem reclamar. Quando pararmos, meu olhar rapidamente varreu o lugar procurando por meus irmãos e nem sinal deles. Nós seus lugares, uma figura alta estava de costas para nós enfrente a lareira. Uma vista, eu odiava visitas. - Deveria de ser mas um dos sócios de papai para uma noite de conversas entediantes e interminável.

- Sr Whiter ? - Papai chamou, com um sorriso feliz na minha direção. Whiter, era um sobrenome importante na região conhecido como um dos maiores exportadores do lugar.

Era de conhecimento de todos que ele e papai eram amigos, de longa data. Mas aquele White não era o Lorde White, era jovem de mais - O que indicava, ser seu filho. Mas de todo jeito continuei inexpressiva, tanto o filho quanto o pai era uns chatos. Bom, foi o que eu pensei. Até a figura se virar de frente e mostra seu rosto e o meu ser lavado em surpresa. Não era o White, ou o White filho que eu conhecia. Na verdade, era um White que eu nem sabia que existia.

Bem ali na minha frente, estava o mesmo homem do cavalo negro. Diferente de hoje cedo, seu cabelo castanho revolto que apontavam em todas as direções, estavam perfeitamente penteados. Vestia roupas finas, muito mais alto e bonito que eu me lembrava. Parecia difícil de acreditar, mas ele estava na minha casa a poucos metros de mim. Céus, e se ele revolve-se contar que o chutei mas cedo? papai era capaz de me vender como esposa para uma tribo, selvagem. Engolir a supresa, e voltei a olha-lo indiferentemente. Ele por outro lado, olhava-me com um brilho curioso nos seus olhos azuis singulares.

- Mr James. - Comprimetou, depois indicou-me com um aceno de mãos. - Então essa, é a sua adorável e delicada filha Catharina ? - Ele falou com tanto sarcasmo a última palavra, que eu achei quase impossível papai não ter percebido.

- Ela mesma, miss James. - Papai assentiu. - Não seja mal educada minha filha e comprimente o rapaz. - Disse com um tom repreensivo calmo, me tirando do estado abobalhada.

Forçando todo a minha educação, sorrir gentilmente e fiz uma mesura para o desconhecido, agora um Whiter. Pois eu sabia, que aquilo não foi um pedido de papai. Era uma ordem. Papai se via extremamente exigente com a nossa educação diante visitas. No entanto, nada me impediu de levantar uma sobrancelha cética, quando White por sua vez andou até mim e tomou-me a mão direita - beijando-a delicadamente como um perfeito cavaleiro. Algo que eu sabia ser completa mentira, se pensar-se bem a inda poderia sentir seu aperto bruto no meus pulsos finos.

- Tinha razão Mr James, ela é mesmo muito bonita. - Encarou-me por um breve momento e trocou um olhar com papai, que sorriu satisfeito. Era como se as suas palavras significasem muito mais que o que foi dito.

Não sei bem o porque, mais o gesto me causou um arrepio, profundo. Com isso acho que devo ter ficado pálida, ou feito uma expressão confusa.

Papai então, virou-se para mim e perguntou:

- Sente-se bem querida?

- Nada de mais, acho que preciso de um pouco de ar. - Balancei a cabeça, negando sua preocupação.

- Ótimo. Então, o Sr whiter pode leva-lá para uma volta pelo jardim ? - Perguntou, e o rapaz assentiu levemente. - Sinto muito por não poder acompanhar. Vocês sabem como é, gente velha é cheia de mal estares. Esse sereno acaba comigo. - Com um gesto eles nos depachou, não nós permitindo protestos.

Caminhei á frente do Sr Whiter, em passos pesados. Seguir para os bancos de pedra perto das flores de narcisos numa parte um pouco afastada da casa. Não desacelerei em nem um segundo, sabendo que estava atrás de mim o tempo todo. A noite estava bem mais fria, mas não me importei envoltar para buscar um casaco. Quando cheguei ao banco, literalmente me joguei nele. Não sentei com charme, ou delicadeza alguma - papai não estava aqui para ver. Bom, assim eu esperava.

Whitter sentou ao meu lado bem perto de mim, perto de mais. Ignorei-o. Estava ocupada de mais com a minha mente conflituosa. Papai estava muito estranho essa noite, junto com aquela sua desculpa esfarrada. Sereno, zombei mentalmente. Onde já se viu mas! logo papai que é forte como um touro. E é justamente essa consciência, que faz o meu coração acelerar só com idéia do que ele pudesse estar planejando.

- Que dizer você só é repondona correndo na chuva, e se enfiando na frente de cavalos ? - O Whiter provocou, quebrando o silêncio.

- Você e o traseiro do seu cavalo, que se enfiaram na minha frente, Sr Whiter.

Ele riu divertido e virou-se para mim. Era incrivelmente, como seus olhos paraciam brilhar em meio a escuridão.

- Me chame de William. - Pediu. - Você parece tão bem comportada, e menina na frente do seu pai que nem a reconhecir.

Me pareço com uma menina?

- Oras, eu sou uma menina! - Respondi ofendida. O que ampliou ainda mais o seu sorriso. Certo que eu não era uma das garotas mais vaidosas que existia, mas isso era algo que não se dizia a ninguém. Que me imaginei feliz, lhe dando outro chute merecido. - Não vou chama-lo de William, não somos amigos e nem vamos ser-lo.

- Sinto muito mas acabou de fazê-lo. Quanto ao seu orgulho feminino, eu só quis dizer que naquele dia você parecia uma selvagem. Por um momento, pensei que tiraria um arco de algum lugar escondia e me acertaria uma flecha. - Ironia pontuava cada uma de suas palavras.

- Como ousa me dizer tais disparates? estar na minha casa!

- Uma coincidência, eu sei. - Will disse despreocupado, com um sorriso de lado realmente encantador que acima de tudo me faziam querer o socar.

- Melhor entramos. - Suspirei, tendo bom senso. - O Sr vai e trata do seus negócios com papai. - Enquanto eu ponho a cabeça no lugar, antes que eu o acerte novamente. Pensei a última frase mais para mim mesma.

- Você essa coisinha frágil, acha que conseguiria me acertar? - Fez a pergunta cheio de divertimento. Fiquei Vermelha de raiva e envergonhada por ter dito aquilo, em voz alta. No entanto, havia uma coisa e estava engando, ele não tinha idéia da mão pesada que uma coisinha frágil como eu podia ter. - E se eu disse que os meus negócios com ele, são sobre você.

Eu que me virava pronta para ir embora, paralisei no lugar. A conversa estava tomando um rumo pior a cada minuto. Aquele sensação ruim, estava de vota e muito presente agora.

- Eu ? - Não conseguir esconder a hesitação na minha voz.

- Sim, você. Seu papai ofereceu a mão de sua linda e meiga filha em casamento ao meu pai. Eu como filho mais novo, fui o felizardo. - Sua intolerância pela idéia era um reflexo da minha. - Agora cabe a mim aceitar ou não.

Suspirei em alívio, obviamente nos detestamos de cara. Ele diria não. O que estava fazendo era claramente só me provocar. Era visível, seu prazer em me ver vermelha e bufando.

- Ótimo. Você diz não e cada um segue seu rumo. - Disse resolvendo o problema.

- Mas quem disse que eu não vou aceitar?

Não acreditei em suas palavras. Ele deveria estar dizendo isso, somente para te tirar do serio, catharina, acalmei a mim mesma.

- E porque aceitaria?

Dessa vez, sentir os olhos de Wiliam me analisarem atentamente da cabeça aos pés de forma atrevida. Antes que um sorriso preguiçoso, tomassem conta do seus lábios. Ele não podia me olhar assim podia? De qualquer forma agradeci a escuridão presente, por ocultar minhas bochechas vermelhas.

- Porque eu preciso de uma esposa, e você não é feia. - Ele explicou, com simplicidade. - Talvez um pouco malcriada, mas eu posso concertar isso.

- Mas eu não quero! - Eu praticamente gritei, quando percebi abaixei o tom. - você é desprezível.

William me lançou um olhar sagaz, não sei era possível mas tive a impressão que seus olhos também, sorriam.

- Olha só, agora acho que eu acabei de me apaixonar. - Ele riu. - Ponha toda essa sua raiva entre quatros paredes, e você será uma esposa mavilhosa. Então é isso, vou dizer ao seu pai que eu aceito.

- Você só pode estar brincando ? - Silêncio. - Estar, não estar? - Silêncio. - Nem sequer, tenha a pretensão de sonhar que vai tocar em mim. Não mesmo! Nem que para isso eu tenha de fugir, ou qualquer outra coisa. - Respondi, minha voz soando muito aguada.

Desde de que começamos a conversar, vejo William me dar seu primeiro olhar sério. Toda á sua postura estar enrijecida, junto com aquele seu ar intimidante que parece preencher o ar ao redor.

- Você acha mesmo que eu quero me casar, garota? Ainda mais com você. Eu só estava me divertimento com o seu atrevimento, mas infelizmente sou obrigado a fazê-lo e será com você. E não se preocupe em fazer ameaças, seu pai me avisou que tentaria algo estúpido como fugir. Mas garantiu se eu aceitar-se a oferta á manteria trancada, e vigiada até o dia do nosso casamento. - Ele rosnou para mim, antes de me dar as costas e encerrar á conversa.

Em casa, papai nos esperava sentado bebendo um cálice de vinho. O Whiter mostrando que falava sério, chamou papai para uma conversa particular. Quando os dois voltaram, falavam animadamente.

Papai sorria exultante, por despachar a filha desajustada e incontrolável. Quanto a mim, tinha de ficar ali sem poder dar uma palavra contra, enquanto brincava com a comida já fria em meu prato.

As risadas, os olhares satisfeitos de papai eram torturantes. Que chegou um momento, que só me desliguei e dexei que a minha mente vaga-se. Mas sei que tudo acaba, quando William se aproxima de mim e me dar um beijo dissimulado de carinho na testa.

(....)

Mas tarde naquela noite, ouvir vozes alteradas. Reconheci como sendo de Tobias, e Edgar discutindo andar abaixo com papai. Eles discutíam por mim.

Por sorte, Gustavi dormia tão profundamente ao meu lado e não ouviu nada. No entanto, eu escutei. Cada, minima, informação que diziam. Escutei quando Tobias disdisse que William era um problema. Escutei como em menos de uma semana desde que ele havia chegado à cidade, conseguira arranjar briga e se envolver com prostitutas e mulher casadas mas que os piores morradores em um ano. Escutei quando Edgar gritou para que Thiago e papai parassem, também quando algo se quebrou.

E então, o silêncio.

Ninguém precisava me dizer, eu sabia que esse casamento seria a minha descida ao inferno. Das piores - só tinha as mais péssimas expectativas.

            
            

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