Eu não derramava lágrimas. Mas o meu coração chorava. Hoje cinco dias depois da ida de Tobias e Edgar, finalmente séria o dia meu determinado casamento e também, o dia mais infeliz da minha vida.
Duas senhoras, haviam sido contratadas, para ajudarem com á arrumação do meu cabelo, por vestido, ajeitar véu e todos os pequenos detalhes antes de eu de fato seguir para o altar. Coisa que claro, foi da cabeça de papai. Ele mandará buscar ás senhoras no vilarejo vizinho. Já Nita ficou muito bem irritada. Uma vez, que ela sempre foi quem me ajudou com essas coisas.
A movimentação ao meu redo não parava. Eu era puxada, esticada de todos os lados. Inclinava a cabeça, prendia a respiração aos pedidos das desconhecidas, reagiando a tudo mecanicamente. Contudo Nita apoiou-me, marcando presença durante todo processo. Ela fazia questão de demonstrar todo seu descontentamento, lançando de minuto a minuto seus piores olhares as mulheres.
Mas por hora parecia ter se cansado disso e foi abrir a janela do quarto de Gustavi. E como uma ironia divina, o dia lá fora encontrava-se o que eu diria perfeito. Muito propício para o casamento no Jardim de casa.
- Pronto. Estar perfeita, Miss James. - Declarou a Sra mais baixa virando-me de frente para o espelho. E eu juro, não me reconheci.
Aquela imagen refletida ali, parecia mais adulta. Mulher. Mas ainda sim conseguia ver aquele ar de inocência do qual Nita sempre debochava. Meus cabelos muito claros, estavam soltos com pequenas ondas nas pontas, nas laterais duas simples tranças faziam as vezes de uma tiara. Minhas bochechas exibiam um tom rosado, de saúde, no olhos uma cor escura os adornavam fazendo-os parecer a inda mais firmes, na boca eu via um rosa claro quase impercetível. Pela primeira vez na minha vida, eu admirava a minha imagem no espelho.
Por que interiormente, eu estava em cinza e tempestade.
- Obrigada. - Agradeci com uma voz monótona.
A senhora mais alta, de cabelos castanhos, franziu a testa e olhou-me pensantivamente, quando disse:
- Você não parece feliz para uma noiva. Sorria é o seu dia. - Aconselhou, então ela e a outra senhora despediram-se de mim e Nita; partindo.
Nita olhou para onde as mulheres passaram com aversão. Saiu da janela, atravessou o quarto e puxou-me para um abraço forte. Ficamos assim, apreciando uma a presença da outra. Não sabíamos o que aconteceria dali para frente ou quando nós veríamos, novamente.
- Essas duas metidas tem razão em uma coisa: você estar linda. - Seu olhar já estava molhado com lágrimas. - Não se preocupe, eu cuidarei de Gustavi. Pode deixar. - Assegurou, acalmando um dos meus maiores temores. - Tem uma pessoa que quer ver, você. - Ela me soltou e se dirigiu para porta.
Ela olhou de um lado para outro, receosa como se com medo de que alguém aparece-se. Depois, gesticulou para alguém do outro lado do corredor. Logo depois a porta se abriu, com um Enzo muito bem verstido que passou por ela. Nita lhe deu um abraço rápido antes de sair pela mesma, com uma piscadela para mim.
Sem dizer nada, caminhei para enzo e o abracei com todo o ânimo que me restava. Ouvindo seu suspiro baixinho. Mesmo que ele disfarçar-se, sentiu tanto a minha falta quanto eu da sua nos dias que teimosamente me evitou. Quando nos separamos, ele trirou uma bonita coroa de copos de leite de trás de sí e colocou nas minhas mãos:
- Trouxe para você Cath. Queria que usasse algo, só seu hoje.
- Nossa...É lindo! - Disse admirando o presente, era simples e delicado mas perfeito. Coloquei-o com todo cuidado na cabeça e enzou sorriu com meu entusiasmo.
Não havia como não gosta do seu presente, que acima de tudo era uma recordação. Quando éramos pequenos, constantemente fugimos para o terreno dos Lake. Enzo sempre tecia coroas iguais a estás para mim, com as pequenas flores que cresciam no leito do rio.
- Sinto muito. - Ele disse de repente e eu o olhei em seus olhos, confusa. - Por tudo, principalmente por não poder te dar outra escolha. Mas isso é algo que parece impossível, seu papai mandou cerca a casa e os limites da propriedade. - Mumurrou e eu assenti com um gesto de cabeça.
Já esperava uma atitude assim da parte de papai. Já tinha visto muito homens estranhos circulando a casa. Na minha primeira tentantiva de fulga, um exército estaria pronto para me sabotar.
- Não sinta. O único que podia me dar uma escolha e não o fez, era meu próprio papai. - Minha voz era só amargura. - Ele nem sequer me deixou levar Gustavi.
Fechei os olhos, com a lembrança ainda vivida na minha mente do seu rostinho cheio de triteza, quando a costureira fofoqueira contou para que eram seus novos trajes. Não sabia dizer quem ficou mais inconsolável, eu ou ele. Literalmente, abrimos o berreiro, fazendo a costureira sair as pressas não entendo nada. Mas eu prometido a mim mesma que o buscaria o quanto antes. Não sabia como, mas o faria.
- Só prometa que se as coisas ficarem muito ruins, você me procurará? eu estarei aqui pra você. - Ele juntou minha mãos a suas. Delicadamente, acariando meu anelar. Com aquele simples gesto, eu podia imaginar o que ele passava na sua mente. E se fossemos nós? Seu olhar parecia me perguntar.
- Prometo. Você é e sempre será a minha primeira opção. - Confirmei, mas ele não parecia acreditar nas minhas palavras. - Também, tente ir me ver. Sempre ficarei as tardes e as manhãs nos jardins, sentindo a sua falta.
Embora triste, Enzo dar seu primeiro sorriso diante as minhas palavras. Pegou a minha mão e sentou-se na cama em silêncio. Apoiei a cabeça em seus ombros, e fechei novamente os olhos. Aproveitando meus últimos momento de tranquilidade.
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Depois de dito o "sim", não havia mais nada do que se fazer. Senão, conviver com o sentimento de derrota.
Em praticamente todo o momento á caminho para a igreja e diante a liturgia no altar, pensei em dizer não e fugir correndo. Mas era incrível como papai parecia ter a capacidade de farejar minha hesitação, observando-me a todo instante com um brilho cruel no olhar. E eu soube, que poderiam haver coisas muitos piores que um casamento forçado. Então recitei meus vostos e sorrir falsamente, nem um pouco disposta á aventura descobrir.
Meu noivo, quero dizer agora marido. Não saiu mais ao meu lado desde que chegamos á nossa festa de casamento. Algo que eu sabia ser necessário, mas não me impedia de me sentir oprimida. - Diferente de mim quem o o lhava: lindo e sorridente para todos os convidados, realmente poderia jurar que era um homem profundamente apaixonado. Mas só eu ouvia seu grunhido baixinho, cada vez um novo convidado se afastava depois de nós ter dado os mesmos votos repetidos de felicidade dos últimos outros dez.
A verdade que nem ele quanto eu, conhecíamos nossos convidados. Boa parte eram, parceiros de negócios dos nossos pais ou eram esnobes do centro da província. Vez ou outra nos encaravamos solidários na infelicidade, ansiosos pelo fim dessa tortura.
Uma música animada, tocava ecoava por todo o jardim. No meio dele casais dançavam e riam animados. Agora o dia já escurecia, o crepúsculo banhava o gramado e as flores com uma luz alaranjada num efeito calmante. Em algum canto dali, senhores bebiam e comiam a vontade. Eu vi o próprio Gustavi com a boca cheia de bolo, e cobertura nas bochechas salientes.
Ele estava um coisa fofa e elegante no seu fraque azul. Havia encontrado outras crianças, e agora corria com elas. Eu sorria com a cena, quando sou despertada pela voz William que chamava seu nome.
Foram questão de minutos para o pequeno estar parado a minha frente. Seu cabelo lourinho desalinhado e bochechas rosadas pela corrida. De repente sinto-me sufocada com a sua presença, que tenho de desviar o olhar para não chorar. Em apenas algumas horas eu iria deixa-lo.
- Gustavi, não é ? - William perguntou com uma cortesia desconhecida para mim. Gustavi que só fez concordar com um aceno de cabeça e eu contínuo sem entender. - Vá, dance com a sua Irmã. Acho que ela estava esperando um convite, do homenzinho da casa.
Fiquei totalmente surpresa por ele ter notado algo assim. E com um olhar quase agradecido, peguei mãozinhas pequenas de um Gustavi sorrindo todo metido a adulto entre as minhas e o puxei até o centro do jardim onde todos dançavam. Não sabia quando teria outra oportunidade.
Nós balançamos de um lado para o outro, que de fato dançamos. Mas era divertido, que por uns minutos; me permitir esquecer de tudo e curti a presença de Gustavi. Comecei a rir na hora em que ele tentou me rodar e foi impedido pela minha altura, que tive de desfazer seu biquinho zangado o enchendo de beijinhos. Eu poderia ter ficado infinitamente brincando com ele, se em um dos meus giros meus olhos não tivessem encontrado com os de papai na varanda ao lado do agora, meu sogro rechonchudo.
Em único olhar, ele me mandou a voltar para William que estava lado de uma garota de vestido vermelho e cabelos longos e castanhos. Os dois pareciam intimos, e convesavam alegremente. Sugerir uma pausa á Gustavi e caminhei em direção a William. Ao me ver seu sorriso se comprimiu, mas mesmo assim ele passou o braço pela minha cintura. Infelizmente, não pude tirar suas mãos de mim; ás aparências precisavam ser mantidas.
Diferente de nós dois a garota desconhecida sorriu e abraçou a mim, e a William de uma vez só.
- Então você é a minha nova irmã? - Ela perguntou verdadeiramente animada com a idéia. Olhava para mim e William como se fossemos o casal apaixonado do ano.
- Desculpa, quem é você ?
Wiliam revirou os olhos atrás de mim para o meu tom desconfiado, mas sorriu para garota quando respondeu:
- Essa é Sofia Whiter, minha irmã.
Se bem que observando com mais atenção às semelhança entre os dois eram bem visíveis: O rosto altivo e os mesmos olhos azuis frios singulares, embora os da garota tivessem um brilho de vivacidade do qual o de William eram ausentes.
- Deixe, que eu mesma me apresente, idiota. Sofia White, á irmã dele. - Ela apertou a minha mão formalmente, fazendo-me rir a primeira vez na noite longe de Gustavi.
- Catharina Marie James. - Disse de volta.
- Whiter, querida. - William corrigiu, apertando sutilmente a mão que estava na minha cintura.
- Bom, agora que você já concordou comigo que ele é um idiota, acho que agora podemos ser oficialmente amigas.
Sofia desatou a rir com a minha pequena provocação, quanto a mim fui puxada dali por ele que me levou de volta para onde as pessoas dançavam. Fez um leve sinal para os músicos - que mudaram á melodia, drasticamente. Antes animada contagiante, substituida por leve e delicada. Logo suas mãos firmes estavam em mim, uma nas minhas costas e outra na minhas cintura. Guiando-me suavemente pela grama macia.
Quando dou por mim os outros casais que estavam ao nosso redor, haviam parado de dançar e somente nós dois ocupavamos o lugar. Seus olhares atentos a todos nossos movimentos. - O que me deixou bastante constrangida. Muito ao contrário de William que pareceia sentir bem natural como centro de todas ás atenções. Seu rosto bonito, carrega uma expressão falsamente feliz - eu sabia, estar exatamente igual. Ele pode até estar aqui comigo, mas seu olhar distante o denúnciava que gostaria de estar em qualquer outro lugar.
- Você estar uma noiva linda, quando há vi entrar quase perguntei se tinham trocado de noiva sem me avisar. - Wiliam iniciou uma conversa, e como sempre me insultando. Ele encarava-me profundamente. Existia tanto ódio e desprezo ali, que eu me perguntei o que tão ruim e teria feito além de ser obrigada a casar com ele.
- É maravilhoso saber que não o envergonhei, Sr William. - Disse malcrida no meu melhor tom de desprezo.
- Ora Catarina, creio que essa sua malcriação é um aquecimento para a lua de mel. - Ele riu e me puxou mais apertado. Sem pensar muito fiquei as minhas unhas muito afiadas nos seu ombros, fazendo afrouxar o aperto com um rosnado baixo de dor.
- Não ouse sequer tentar encostar um dedo em mim. Eu juro William que se o fizer, você irá se arrepende de todas as formas. - Prometi sobre seu olhar tão frio que era capaz de fazer um Lago congelar.
- Primeiro. Pare de me chamar de William, sou Will ou de agora em diante seu esposo. E uma mulher não me dar ordens, se eu quiser encosto tanto o dedo como todo o corpo no seu. - Ele falou, segurando o meu queixo, dolorosamente. - Estamos entendidos? - Disse e soltou o meu queixo e beijou a minha bochecha, como se não quisesse chamar atenção.
- Não. - Rosnei e Will gargalhou.
Ele me ropiou mais alguns minutos, vez ou outra escorregava a mãos pelo meu tronco com o único objetivo de me desafiar a para-lo. Mas eu não podia, não com tanta gente ao redor.
Terminamos a terceira dança, quando vir papai se encaminhar na nossa direção com um pequeno sorriso. Inconscientemente, encolhi-me nos braços de Will. Do outro lado do gramado, Nita conversa com Enzo com gesto incisivos de mãos e Gustavi só a algumas cadeiras dali estava sentado emburrado de braços cruzados.
- Algo errado Catharina ? - Will perguntou, curioso com a minha mudez. Eu só meneiei a cabeça ainda muda. Completamente em pânico com a aproximação de papai.
Desesperadamente, não queria que Will me deixa-se á sós com ele. Era o meu papai, mas nas últimas semenas ele rapidamente conseguiu virar um estranho, do qual eu tinha raiva e desprezo, medo.
- Eu posso ter um minutos com a minha filha ? - Papai perguntou parado á nossa frente com a palma da mão estendida esperando que eu a segura-se.
Will pareceu um pouco receioso diante a minha expressão de pânico. Mas assentiu com um sorriso incerto.
- Perfeitamente. - Disse e caminhou até Sofia sentada em um banco ao fundo. Ela convesava com Gustavi que agora já sorria alegremente.
Segurei a mão calejadas de papai, e andei com ele até a onde anteriormente o vira sentado com o pai de Will. Por um momento, pensei que irria querer dançar também. Fiquei feliz por estar errada, meus pés já não toleravam mais os sapatos apertados.
Papai se sentou em uma mesa isolada e indicou que eu fizesse o mesmo. Apontado a cadeira o qual eu deveria usar. Até isso ele queria determinar. Sentir meu sangue ferver. A cada interação nossa, ele parecia fazer questão de alimentar o meu rancor.
- Espero que seja feliz. - Disse e tirou brincos de pérolas preferidos de mamãe do bolso e colcou em cima da mesa, como uma oferenda.
- Isso é algum tipo de brincadeira papai? O sabe que quando me impôs esse casamento, junto com o afastamento dos meus irmãos, eu poderia ser tudo: Menos, feliz. - Não conseguir me impedir de soltar uma risada irônica com as suas palavras: Feliz. Bastava somente olhar para mim e para qualquer um que vivia na casa para saber que eu não conseguiria viver longe da fazenda. De Gustavi. Não estava preparada para casa e muito menos com alguém tão indiferente a mim, quanto eu a ele.
- Pode me odiar. Mas eu fiz o melhor, para o seu bem. Você precisa disso, para crescer. - Falou com a voz desprovida de qualquer sentimento. - Vamos, pegue os brincos. Sua mãe, sempre disse que os daria você quando casa-se.
- Não. Você fez o melhor para sí mesmo. - Balancei a cabeça, mas coloquei os brincos: por mamãe. Embora parte de mim visse o objeto, como uma espécie de pagamento pelo casamento. - Mamãe estaria envergonhada se estivesse aqui. Olho só para mim totalmente fracassada, ou Gustavi triste; você. Rude e amargurado. Eu posso estar enganada pelas minhas memórias infantis, mas você era um bom papai antes dela....
- Meça suas palavras, mocinha. - Cortou numa voz baixa ameaçadora, que eu pensei que a qualquer momento poderia me estapear em público. - Não é só porque casou, que não me deve mais respeito. Sua mãe foi e ainda é importante para mim, você não tem o direito de falar dela. A vida nunca foi suave comigo ou com ninguém, eu sou estou tentando seguir enfrente com que encontro pelo caminho. Quanto a você, tem de aprender que não pode dizer o que quer e ir contar o mundo. Assim como Gustavi, que precisa ficar longe de você que o estar o tornado em um marica com medo de tudo.
- Nós seus filhos, nunca fomos suficientes para você. - Disse como sempre tendo não chorar. O que sempre acontecia em nossas conversas. Diminuída, humilhada era assim que eu ele me fazia sentir.
- Uma pena que pense assim. Mas, agora vá despeça de Nita e Gustavi, e quem mais quiser. Antes de parti para a sua lua de mel, á carruagem deve chegar a qualquer momento.
Lua de mel. Eu havia conseguido esquecer dessa parte, bom tinha pelo menos até agora. Olhei na direção de Will, de repente sentindo um frio congelante do medo. Sabendo que pouco podia fazer para evitar, afinal era uma das minhas obrigações daqui em diante.
Levantando, dei as costas para papai. Sem uma palavra, ou abraço de despidida.