Como despedidas sempre são, eu ás preferia não ter feito.
Mas triste e dolorosa do que o esperado, todos de casa tinham a consciência que eu não estava indo a passeio. Portanto, não voltaria nem cedo ou tarde.
Na noite anterior, Nita já havia me arrumando as malas. Mesmo assim levou-me para o quarto com pretexto de fazê-las. Ela me abraçou mais uma vez e chorou capiciosamente. Consolei-a mas uma vez também, dizendo que voltaria para lhe buscar junto com Gustavi. O que parece acalma-la por hora. Não muito depois, Enzo entrou pela porta, acompanhado de um Gustavi que eu nunca vi mais triste. Não sabia o que papai andou falando para ele, mas não derramou uma lágrima sequer. - E nem parecia tem intenção de derramar.
- Vou esperar você vim me buscar, Cath. - Disse-me de um modo tão adulto e confiante, ao rodear a minha cintura com os seus pequenos braços. Que eu refiz a promessa de vim busca-lo, interiormente mais uma vez.
Em seguida simplesmente saiu do quarto, deixando-me sozinha com Nita e Enzo. Decemos a escada, comigo carregando a uma bagagem mais leve, e às outras duas; Enzo as trazia empilhadas num braço sem esforço nenhum. Na retaguarda, Nita que fungava com um lencinho em mãos.
Ao cruzamos a porta da frente. Papai, imediatamente olhou para Enzo com seu desprezo costumeiro. Ele por sua vez, não ficou atrás. Parecia um jogo macabro de quem odiava mais. Hesitei alguns instantes, antes de entrar de vez na carruagem. Sentindo falta da figura de Gustavi, que pensei que já estivesse ali. Mas ele não estava.
Com o coração comprimido, andei o mais rápido que pude. Não queria, não conseguiriam seguir adiante se olha-se para trás. O cocheiro ajudou-me a subi na carruagem. William bateu a porta e assim partimos e direção a minha nova casa no centro da cidade. Quase na saída da fazenda, não tive mais forças para me controlar. Comecei a chorar, baixinho - chorei pelo agora, e por tudo que havia segurando o dia inteiro.
Não sei se Will não percebeu meu estado, ou simplesmente não se importou o bastante. Mas o fato foi que não me incomodou, fazendo perguntas ou tentando puxar conversa. E eu agradeci, aos céus por isso. Com o passar da os horas, enfim me acalmei, tentei aproveitar resto da viagem e a paisagem bonita do lado de fora da janela. Essa era minha primeira oportunidade, e talvez única de ver algo diferente de campos de trigo. Nunca havia estado tão longe da fazenda. Porém, em menos da metade do caminho apaguei e me entreguei a um sono pesado.
Quando acordei, tudo já estava completamente escuro. Will, sacudia-me suavemente com tapinhas no rosto. Então, percebi assustada que acabará dormindo com a cabeça em seu colo. Pisquei muitas vezes, espantado qualquer vestígio de sono que pudesse existir. Com o rosto certamente vermelho, sentei desajeitadamente ao seu lado. O que o fez abrir um daqueles seus sorrisos irritantes, de tirar o fôlego.
- Você não resistiu até chegar em casa, para se jogar nos meus braços. - Disse parecendo se divertir com o meu embaraço.
Tirei o cabelo do rosto, optando por ignorar sua provocação, perguntei:
- Já chegamos?
O rosto de Will se contraiu. Ele deu um suspirou cansado. Todo divertimento demandou do seus olhos, não parecia achar mas graça em nada.
- Sim, pode ir na frente. Nosso quarto é o do meio no segundo andar. Eu vou logo atrás levando as bagagens.
Não esboçei nem um comentário, e abri a porta da carruagem antes que o cocheiro ou até o próprio Will o faça. Pisei no solo de grama macia, o que fez meus sapatos deslizarem pelo solo. No caminho para entrada da casa, vi que tudo era muito bonitinho e grande. Embora á escuridão da noite, oculta-se a maior parte dos detalhes, que só seriam possíveis com o dia. Amanhã teria tempo para isso.
Algo que infelizmente, eu teria de sobra de hoje em diante. pensei, ao cruzar o arco grande da porta da casa. Por uns minutos, só parei no meio da sala, achando bem estranho o fato de não ver ninguém para me receber. O que me deu um tempo, para analisar rapidamente a decoração da sala: Elegante, escura e nada acolhedora.
Silenciosamente subi a escadaria larga de carvalho, esperando que o chegar no andar de cima fosse menos mórbido. Deparei-me com um corredor bem cumprido de muitas portas, o chão de madeira brilhante polida que seguia as minhas pisadas com som irritante. Deixando isso de lado, não podia negar que tudo muito bonito. Porém, não podia deixar de notar que o lugar tinha um ar de casa abandonada.
Alguns quartos depois, parei em frente ao quarto que Will disse ser "nosso quarto" á minutos atrás.
Empurrei á porta, curiosa. O que revelou um cômodo grande e de poucos móveis. Somente com um cama de casal no centro, forada com lençóis azuis. Um pouco mais adiante um armário solitário, se encontrava ao lado oposto a uma porta. E também uma longa cortina, que supunha que oculta-se uma varanda. Algumas metros depois vi outra porta, bem comum. Essa devia, dar acesso ao banheiro. Porfim, vinhas as paredes pintadas de cores clara, dando um toque de tédio ao lugar.
Sair do quarto e seguir para á última porta do corredor: também um quarto. Bem menor que o outro, e tão solitário quanto. Pensei no meu suposto quarto com Will, imaginei que ele poderia ser um quarto de um velho um viúvo, ou um casal de idosos, menos de recém-casados.
Sentei na primeira cama que encontrei, e logo me livrei dos sapatos que me castigaram á festa inteira. Suspirei de alívio, ao mexer meus pequenos dedos dos pés. Depois, Cuidadosamente removi a coroa que Enzo me deu, dos cabelo. - fazendo uma nota mental para as regar até murcharem. - E ás coloquei em cima da escrivaninha arranhada, ao lado da cama. Expirando profundamente, começei a parte difícil: desbotar o vestido. Eu já deveria ter soltado um cinco botões, afrouxando maravilhosamente a parte do busto, quando Will entrou no quarto muito irritado.
Rapidamente, tratei de apertar a frente do vestido firmemente. Não queria que nem um descuido acontece-se, revelando mais do que deveria.
- Ah, então aí estar você. Há procurei por toda casa, que por um momento eu pensei... - Que tinha fugido, era o que ele queria dizer.
- Como pode ver, estou aqui. Agora por favor, pode chamar alguma serviçal para me ajudar ?
Will me olhou por alguns instantes, como se tivesse tentando entender o meu pedido. Depois, começou a rir com com um olhar compressivo fixo nos meus pés descalços.
- Você que dizer o vestido?
- Sim, pode chamar logo. Isso aqui estar me sufocando. - Reiterei o pedido, de repente me sentindo muito tímida.
- Não posso.
Ele tinha um meio sorriso, no rosto metido.
- Como assim não pode? - Pensei que Isso só poderia ser mais uma das suas brincadeiras. Claro, para ele que é homem, tudo era fácil. Podia se livrar das próprias roupas, quando e na hora que bem entende-se. Como agora, onde vestia somente a camisa branca que se usava debaixo do colete.
- Não tem ninguém na casa. É nossa lua de mel, esqueceu? Os empregados só voltaram amanhã. - Seu tom era cético.
- Oh, claro. - Mumurrei, tentando não parecer abalada com a informação. - Então, você me dar licença, que eu gostaria de me trocar.
Dito isso um brilho indecifrável cruzou seus olhos que começaram, me avaliam de cima á baixo. Dessa vez, não fiquei nervosa ou com medo. Era um sentimento diferente, de ansiedade que eu não sabia como definir.
- Venha aqui. - Ordenou, como se não estivesse escutado nada que eu disse.
Recuei alguns passos, de repente prevendo o que iria acontecer em pânico. Atitude, que fez Will me lançar um olhar de advertência, e semicerrar o maxilar como se esperando meu próximo movimento para agir.
- Agora, Catharina. - Tonou a repeti.
Olhei para porta, calculando como poderia sair sair por ela sem ser pega. O que não é muito provável, já que Will se mantinha no meio do caminho. Ao contrário da outra porta estreita, que eu julgava ser o banheiro, só a meros passos da minha direita. Se eu fosse rápida, poderia correr e me trancar lá até amanhecer e os outros chegarem.
Virei-me um pouco hesitante, e então corrir. Mas não fui nem a três suspiros adiante, antes de Will me agarre por trás. Numa precisão surpreendente. Seus braços, fechados em mim como correias muito apertadas, que segurar a parte da frente do meu vestido se tornou um missão hercúlea.
- Will? Solte-me, você não precisa fazer isso. - Pedi com a voz mais persuasiva, e calma que possuía, ao invés de apavorada como me sentia.
- Verdade, eu não preciso. - Murmurou, escorregando o nariz pelos meus ombros nus, plantando pequenos beijos ali.
Com único braço seu, ele me segurava firmente pelo tronco. Enquanto o outro, lentamente acariciava o braço com o qual eu segurava o vestido. Diferente de quando Enzo me tocou, eu não sentia incômodo ou a estranha sensação de erro. Mas um frisson, que acelerava todos os meus batimentos e nublava a minha mente, transformando-a em poeira.
- Então, porque estava fazendo isso ? - Perguntei, feliz por a minha voz não falhar. Conversar parecia uma boa tática para tentar manter a concentração.
- Porque eu a desejo. - Respondeu sem rodeios.
Muito tarde, entendi que nos moviamos pelo quarto. Não muito depois, fui deitada de bruços - sentindo a textura macia da cama no meu rosto. Will deteve meus dois braços, prendendo-os acima da minha cabeça. Não. Ele não podia fazer isso comigo, de alguma forma estava induzindo sensações no meu corpo; não deixando pensar direito.... Não era justo.
- Mas você não pode! Nem gosta de mim.
- Argumentei de forma patética, já não muito certa do que queria. E como se para me contradizer, os dedos de Will terminam de desbotar as costas do meu vestido.
O senti se remexe atrás de mim, em seguida sua respiração quente estava no meu pescoço. Sua voz era baixa, e rouca quando sussurrou:
- Querida, quem disse que desejo tem haver com gostar. Ou qualquer outro sentimento.
Ele ficou alguns instantes imóvel, como se parecendo pensar na própria afirmação. E conforme passaram os segundos, gradativamente recomeçou á acaricia-me a pele esposta da minhas costas. Seguindo todo desenho da minha espinha, como se tivesse todo o tempo do mundo.
Seus gestos eram delicados e gentis, mas então ele mudou. Num movimento rápido, me virou de frente para si. Olhando-me com brilho furioso, antes de avança sobre mim e me beijar de uma forma que nunca fui beijada ou ousei em fazer. Quente, exigente, carnal e totalmente inebriante, foi como consiguir registrar seu beijo. - Que qualquer chance de resistir-lo, já não era mais possível. Por breves momentos seus toques cessaram, só para serem iniciados outra vez, com beijos molhados no meu pescoço. Vez ou outra, ele também raspava os dentes no lugar macio, que os meus suspiros já não estavam mais sobre o meu controle. Assim como seus gestos, cada vez mais urgentes. Suas mãos, seus labios buscando qualquer lugar de pele exposta.
- Will... - Mumurrei totalmente, incoerente.
Em resposta, ele gruniu com os lábios abafados na minha clavícula. Subindo mais, até iniciamos outro beijo completamente atordoante. Quando sentir a ausência das suas mãos nos meus pulsos, as usei para puxar-lo pela nuca. Suspirei, com o toque da sua língua na curva do meu pescoço. Mas outra vez, suas carícias cessam e eu abri os olhos. Só agora, percebendo que os havia fechado.
- Para uma virgem, até que você beija muito bem. - Ele riu roucamente, sepernteado as mãos pelas minhas pernas. - Vai ser um prazer marcar, essa sua pálida e imaculada. - Disse voltando a me beijar.
Como em um sonho. Suas palavras arrogantes, ditas de modo como se fizesse-me um grande favor por. Trouxeram-me o juíz perdido em meios aos seus beijos, e algo a mais: raiva. E é nisso, que fechei os dentes em seus làbios sem remorso algum.
Na mesma hora, Will pulou da cama com mais de mil. E eu observei orgulhosa, o pequeno filete de sangue que lhe escorria dos lábios. Notei também que toda sua postura mudou, para completamente agressiva. Mas que depressa caminhou até mim e me puxou pelo cabelo.
- Você estar louca, Catharina? Ou resolveu brincar dolorosamente. - Rosnou, levantado as mãos como se fosse me bater.
- Vai me bater? Vai bate então. - Desafiei, e levantei arrumando meu vestido como podia.
- É isso que você quer, não é? Que eu te espanque, para que depois me chame de covarde.
- Quero que saia da minha frente! - Gritei, com raiva de mim mesma por ter me deixado levar quase sem resistência.
- Agora chegar. - Olhar de Will era furioso. Que eu temir, por ser o único e exclusivo alvo da sua raiva. - Lembre-se, você quis assim. - Avisou e me empurrou para cama como traste. - Tire o vestido. - Mandou.
Encolhi-me, abarcando meu joelhos com os braços. Não conseguindo, esboçar nem uma reação além de negar seu pedido balançando a cabeça.
- Certo. - Disse e puxou a mão com que eu segurava a frente do vestido. Antes que ele caísse, o segurei bem a tempo com a outra mão.
Não me importava de parecer fraca, comecei a chorar baixinho. Will que começará a deixar beijos rudes no meu maxilar, parou quando segurou meu queixo com claro objetivo de me beijar. Seus olhos selvagens, pareceram se suavizar ao ver os meus brilhantes pelas lágrimas.
- Você estar chorando. - Observou. - Pareço assim, tão asqueroso? - Perguntou, dessa vez seu tom era inteligível.
- O que você acha? - Devolvi a pergunta, soluçando.
Ele não disse nada. Só me largou, como um brinquedo desinteresse e passou a mãos rapidamente na própria roupa, tentando desamassa-lá. Então dirigiu-se para porta, mas parou com a mão na maçanta. Suas próximas palavras, foram cortantes:
- Eu não violento, ninguém. - Fez uma pausa. - Só peço que se tranque no nosso quarto, e não saia até eu volte amanhã. Prometo que se não encontra-lá, eu não vou ser tão legal quanto agora.
De repente a idéia de ficar só nessa casa enorme e desconhecida, é simplismente assustadora. Sabia que não estava em condições de perguntar nada, mas mesmo assim perguntei:
- A onde você vai para onde?
- Atrás da minha lua de mel. - resmungou, e foi embora.
Prostitutas. Will ia atrás de prostitutas, eu era menos que nada para ele, já que podia ser substituída por qualquer uma.
Eu não conseguia parar de pensar nisso, e junto com tudo que acabou de acontecer entre nós, só serviu para me deixar com ódio e confusa. Como pude deixa-lo me tocar? só para depois ser deixada sozinha e consequentemente traída, no dia da minha suposta lua de mel. Mas algo dentro de mim, sabia que era só o começo de situações a inda piores. Não tinha jeito, estavamos unidos para o resto da vida. E não havia como nós livrar um do outro.
Com esses pensamentos em mente, e com o amargor da decepção de mim mesma. Adormeci embolada no mesmo quarto, sem me importa com qualquer ameaça de Will.