Ânsia - O Livro Proibido do Erotismo
img img Ânsia - O Livro Proibido do Erotismo img Capítulo 5 Uma Nova Personalidade
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Capítulo 6 Como Prefere ser Chamado img
Capítulo 7 Você Ainda Transaria com Ele img
Capítulo 8 Assunto Urgente img
Capítulo 9 Uma Proposta para ser Repensada img
Capítulo 10 Ativando o Contrato de Urgência img
Capítulo 11 Termos e Condições img
Capítulo 12 Esse Acordo Vai Funcionar img
Capítulo 13 De Onde Vem Todo Esse Dinheiro img
Capítulo 14 Paguei Para Transar com sua Namorada img
Capítulo 15 Briga entre Irresponsáveis img
Capítulo 16 Não Queria Transar com Você. img
Capítulo 17 Contrato em Andamento img
Capítulo 18 Aproveite o Resto da Noite img
Capítulo 19 Relação Quebrada img
Capítulo 20 Aliviando a Tensão img
Capítulo 21 Um Conselho do Experiente img
Capítulo 22 Quem é Essa Mulher img
Capítulo 23 Uma Promessa que Precisa ser Cumprida img
Capítulo 24 Velhos Costumes img
Capítulo 25 Vem me Buscar img
Capítulo 26 Vamos Apenas Dormir img
Capítulo 27 Você já Participou de um Ménage img
Capítulo 28 Eu topo, Porém há Condições img
Capítulo 29 Prove!!! img
Capítulo 30 Experimentando Algo Novo img
Capítulo 31 O Motoqueiro do Delivery - Parte I img
Capítulo 32 O Motoqueiro do Delivery - Parte II img
Capítulo 33 O Motoqueiro do Delivery - Parte III img
Capítulo 34 A noite na livraria img
Capítulo 35 Sob a luz da tempestade img
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Capítulo 5 Uma Nova Personalidade

Como era minha última aula do dia, fui direto para casa. Descansei um pouco, depois troquei de roupa e segui para a academia.

Foi entre um aquecimento e outro que meu celular tocou: Patty.

Só então me lembrei de que deveria ter ligado para ela mais cedo. Estava ocupado demais fantasiando sobre meu querido professor sendo atropelado por um ônibus.

- Esqueci - atendi, sem cerimônia. - O que foi agora?

- Preciso de um grande favor - a voz dela vinha apressada, com ruídos ao fundo.

O problema com "favores" da Patty é que nunca eram simples.

Não era "pode cuidar do meu gato?", mas sim coisas do tipo "se meu namorado ligar, diz que eu estava com você".

Patty vivia como acompanhante, mesmo tendo um homem disposto a bancar tudo. Eu suspeitava que o que ela realmente gostava era da adrenalina do estilo de vida - e, bom, cada um com as suas escolhas.

- Diz logo.

- Tenho um cliente hoje à noite, mas não posso ir porque o Dhione quer ir a uma peça idiota, como se fôssemos um casal de velhos de sessenta anos.

Continuei em silêncio, preparando a barra para agachamento, esperando o pedido completo.

- Você pode ir no meu lugar?

O peso quase caiu no meu pé.

- Nem pensar. Você sabe que eu não trabalho às quintas.

Meus dias eram sagrados: segunda, quarta e sexta. Três dias intensos, e o resto da semana era meu território para respirar, cuidar da faculdade e, principalmente, não pensar em clientes.

- Vamos, Asllan... - ela choramingou, e eu podia quase vê-la fazendo beicinho. - Eu faria isso por você.

- A diferença é que você gosta dessa vida. Eu não.

Ela suspirou, meio derrotada:

- Ele é um ótimo cliente. Não quero perdê-lo só porque meu namorado resolveu ser carente hoje.

Se eu realmente precisasse do dinheiro, talvez aceitasse sem hesitar. Mas não era o caso.

- Ele é generoso nas gorjetas - insistiu Patty, como quem tenta adoçar um acordo. - É educado, rápido no serviço... e garante que você também chegue lá. Normalmente, uma hora ou uma hora e meia...

- Meu mínimo é duas horas.

- Eu ia chegar lá - respondeu, rindo pelo telefone. - Ele paga pelas duas horas. E, além disso... a gorjeta é deliciosa.

- Parece até bom demais para ser verdade. Qual é o defeito?

Homens genuinamente respeitosos eram espécie rara no nosso ramo. Os que não eram rudes quase sempre carregavam algum fetiche estranho demais para meu gosto.

- Nenhum. - Ela pausou, como quem mede as palavras. - Ele curte bondage e umas coisinhas a mais, mas eu deixei claro que isso não é sua praia. Quando mostrei sua foto, ele topou o básico... aquele seu anal comportado.

Revirei os olhos.

- E por que diabos você mostrou minha foto se eu nem tinha dito que ia?

- Para garantir que ele iria querer você. - falou com a naturalidade de quem está vendendo um filhote de raça.

Suspirei, mas considerei a proposta. Um extra cairia bem para algumas pendências da casa.

- Tudo bem... que horas?

- Ele já está a caminho do hotel. Só avisei que você chegaria um pouco atrasado.

Desliguei na cara dela, respirando fundo. Eu detestava o jeito como Patty parecia ter certeza de que eu cederia.

Corri para casa. Brendon estava na sala vendo TV; dei-lhe um beijo rápido na bochecha e segui para o banho. A água morna deslizava pela pele, relaxando os músculos que ainda reclamavam do treino.

Quando percebi, já haviam se passado vinte minutos.

Enrolei a toalha no corpo, ainda decidindo a cueca box. Não conhecia o cliente, mas sabia que qualquer escolha precisava passar a mensagem certa. Optei por uma cueca preta - sexy, mas sem exageros.

Patty me avisara que ele estava no Motel Seduction. Gastar tanto por algumas horas me parecia absurdo, mas cada um sabe onde investe seu prazer.

Escolhi um short branco justo, não se importando com o frio, deixando minhas pernas e o acessório marcando. Olhei-me no espelho, ajeitei o cabelo e murmurei para mim mesmo:

- Hoje é vibração de entra e sai com sucesso.

Rindo sozinho, peguei a bolsa e fui em direção à porta, torcendo para passar despercebido. Mas a voz da minha tia veio da cozinha:

- Vai aonde, Petter?

- Sair com a Patty. Volto logo.

Ela me mediu com os olhos e perguntou se eu não queria algo mais quente. Recusei com um sorriso falso.

O trajeto até o motel foi rápido. Deixei o carro com o manobrista e atravessei o saguão com passos decididos, mas cabeça baixa. No elevador, mandei mensagem para Patty: "Estou aqui. Você me deve um grande favor."

Inspirei fundo e deixei o Asllan de lado, assumindo Kyra - o pseudônimo que Patty e eu criamos por pura piada, mas que acabou grudando. Kyra Glose... para fazer desejar mais.

Bati na porta do quarto indicado, o sorriso treinado no rosto. Ele se desfez assim que a porta se abriu.

Diante de mim, não estava um cliente qualquer.

Era o Sr. Quelton.

                         

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