Capítulo 2 16 luas (parte 1)

VINA NARRANDO:

A senhora Findi ficou responsável por fazer meu bolo e as diversas comidas e bebidas para o dia de hoje, tô muito entusiasmada, Findi é uma ótima cozinheira, tenho certeza que ela irá preparar ótimos pratos.

Meu pai me presenteou com um vestido branco longo, cheio de tule, é uma gracinha, inclusive usarei para o baile.

Minha mãe me deu uma tiara, enfeitada com diversas flores, segundo ela, a sua mãe havia lhe dado no seu aniversário de 16 anos e agora usaria no meu.

ALGUMAS HORAS MAIS TARDE...

Já são 22:00 hrs, todas as pessoas da Vila se fazem presente aqui, o senhor Afel, a senhora Rosach, e diversos outros.

Todos estão de vestes elegantes e sostificadas, às músicas estão sendo orquestradas pelo senhor Dago e sua esposa Kati, que são os melhores nesse ramo, as músicas demonstram paz, harmonia e talvez trazem até cura para aqueles que à escutam. As melodias que são transmitidas através das flautas, e da voz sutil da senhora Kati são simples e harmônicas.

Elon e Anen acabaram de chegar, ambos são meus melhores amigos, Elon está vestindo um terno azul escuro e Anen um vestido azul claro que caiu perfeitamente bem no seu corpo.

Elon é um garoto de 17 anos e Anen tem 15, ambos são irmãos e são muito parecidos fisicamente, com exceção de Elon, que é mais forte, tem olhos azuis iguais o da sua irmã e ambos possuem cabelos escuros e curtos, o que pra nossa época é considerado "rebeldia", mas eles não ligam para o que as pessoas pensam a respeito deles, meus amigos não possuem pais, os mesmo já morreram há muito tempo, desde sempre era somente eles dois, bom, agora eles tem a mim.

"Você está linda." Diz Elon.

"Realmente, esse vestido ficou muito fofo em você." Anen me olha e joga um beijo no ar, sorrio e os agradeço.

Elon me chama para dançar, enquanto Anen vai pra perto das mesas comer. Sorrio ao saber que ela ficará ali a noite toda praticamente.

Elon me olha e me entrega um colar, que o mesmo fez para mim.

"Essa pedra é um amuleto, irá te proteger de todo o mal."

"Obrigada, Elon" digo já o abraçando, a pedra era roxa e redonda, muito linda.

Quando estávamos quase voltando para dançar, um homem que eu nunca tinha visto na vila aparece e pede para dancar comigo, estava tentada a rejeitar, mas o mesmo me transmitia confiança, então aceitei de bom grado.

"Me chamo Jhi, logo mais você irá saber quem eu sou, por enquanto vamos dançar"

Ignoro o que acabara de dizer é voltamos a dançar. Até que:

"Você é muito sortuda, tem um lar, uma família e amigos, mas será que é isso que seu coração quer de fato?"

Pergunta, Me deixando confusa, sei que sou grata por tudo que tenho, mas também sei que meus pais biológicos me fazem muita falta, quer dizer, eu não sei porque eles foram embora, não sei de absolutamente nada.

O encaro e pergunto?

"E o que o senhor acha que meu coração quer?"

Ele me solta, vira e vai em direção a floresta como se quisesse sair dali, mas antes de sumir no meio das árvores, ele olha para trás e diz:

"Respostas"

Eu fico encarando o lugar aonde ele sumiu e tento entender o que acabou de acontecer aqui. Fico olhando pro nada por alguns minutos, até que meus pais me chamam para cantar os parabéns, pois já são quase meia noite.

ALGUNS MINUTOS DEPOIS...

Após os parabéns, e ao passar da meia noite, encontro-me realizada, sentindo-me extremamente feliz.

Observo tudo ao meu redor, até que, ao olhar para a lua, eu percebo que a mesma estar mais brilhante do que o normal, e aparentemente mais próxima da terra, sem sombra de dúvida é a melhor coisa que eu já vi na vida, a luz do luar contrasta o meu ser, e pela primeira vez sinto algo que nunca sentir na vida, me sinto conectada com algo, e não estou falando só da lua, também estou falando da natureza em si.

É como se as árvores, flores e tudo ao meu redor, me lembrasse que eu pertenço a esse lugar, que eu e ela, a mãe natureza, a lua, somos um só.

Sinto-me intensa e inteiramente banhada pela sua luz, é como se a lua cheia me cobrisse com o seu poder, me mostrando que eu pertenço a ela e ela a mim.

Meu cabelo avermelhado como o fogo parece mais vivo, minha pele brilha, me sinto leve, feliz e pela primeira vez me sinto viva de verdade, como se o vazio que eu ainda não sabia que tinha, fosse preenchido.

Fico encarando o céu, incapaz de me mover do lugar, até que ouço gritos, olho para o lado e vejo meu pai e minha mãe pegando fogo. Vejo pessoas correndo com medo, apavoradas, eu fico imóvel, sem reação, mas posso sentir meu coração acelerado e a dor por ver meus pais morrendo bem na minha frente.

Não consigo me mexer, por mais que eu tente, algo me prende aqui, olho para frente e vejo uma mulher, com roupas vermelhas e fogos nos olhos e nas mãos e um homem todo de preto, com uma espécie de cajado na mão direita indo em direção aos corpos caídos de meus queridos pais, posso sentir eles agonizando e quase sem vida.

Num ato de misericórdia ou não, a mulher de cabelos vermelhos termina o que havia começado, lançando sobre eles o suficiente para assim terminar com a dor de Amélia e Joseph para sempre.

O Homem que até então assistia tudo, foi até os corpos e lançou algum tipo de feitiço com o seu cajado sobre eles e os mesmo sumiram. Quando enfim conseguir me mexer, a mulher olha na minha direção, sorri e some, fico fraca de repente e minha visão fica turva e eu apago.

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●"MEU CANTINHO"●

Gostaram do capítulo? Muitas coisas ainda vão acontecer, nos próximos capítulos teram algumas descobertas.

Se tiverem gostando, comente e clique na estrelinha, obrigada.

•Tenham uma boa leitura, bjs•

•Atenciosamente, Vulcosa•

                         

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