Capítulo 4 Cap. 4

O tão esperado dia chegou. Na noite anterior, peguei um voo de New Orleans até Marion, me hospedei em um hotel no estilo campo rural, que ficava bem próximo de onde seria realizado o evento.

Nolan viria apenas amanhã, após o expediente, eu já o conhecendo e sabia que ele com toda sua calma, chegaria em cima do laço, se não atrasado, mas, o importante era ver ele, ter ele ao meu lado comemorando este momento comigo.

A importância de uma indicação a este prêmio é tamanha, especialmente na nossa área da veterinária e montaria, isso era o Oscar da nossa categoria, e se eu realmente ganhasse seria a primeira mulher a conquistar o feito desde 1926, quando o prêmio foi criado. Meu pai ficaria orgulho, pensei.

Minhas mãos suavam, a cada minuto que se aproximava do evento. Toda a imprensa local e de fora estava presente cobrindo a premiação. Eu me arrumei no hotel mesmo, sempre fui básica, poucas vezes eu havia colocado um salto fino na vida, a premiação era em um Centro de eventos da cidade, que foi todo decorado como se fosse um grande celeiro, então a vestimenta era simples, nada de traje de gala, apenas alinhado o suficiente, eu estava no tamanho.

Vesti minhas "botas da sorte", ganhei elas do nosso pai quando completei 15 anos, e só usava ela em ocasiões especiais, e com toda certeza essa era uma delas, uma calça jeans, uma camisa social azul bebê para ficar um pouco mais "formal". Eu estava simples, eu era simples, mesmo já tendo ganho muitas premiações pelo país, eu estava tão nervosa, suando frio, e sabia que só ficaria melhor, quando visse Nolan entrar pela porta.

Acabara de dar seis horas da tarde no relógio e uma mensagem de texto no meu celular o fez vibrar.

"Estou a caminho minha menina!"

Meu pai me chamava assim, e Nolan começou a me chamar depois que ele se foi, como se de alguma forma ele conseguisse cobrir um buraco profundo que ficou pela ausência dele na minha vida, e eu realmente amava isso.

"Sete horas no relógio e nada dele chegar".

"Calma Nanda, ele fica há pouco mais de duas horas daqui, logo ele chega". Repeti mentalmente a mesma frase diversas vezes.

Mas por algum motivo eu estava preocupada além da conta, queria que aquela preocupação fosse apenas pelo evento, pelo prêmio, mas aquela angústia estava me corroendo além da conta.

Oito horas da noite, o céu já estava escuro quando o locutor subiu ao palco dando início ao evento mais aguardado de todos os tempos, por mim, com certeza era. As boas-vindas foram dadas, as apresentações feitas, as luzes se apagaram, e no telão começou um filme contando a história do prêmio, mostrando o primeiro ganhador, e tudo que este prêmio significou até os dias atuais dentro da montaria de cavalos.

"Nada do Nolan, 8 horas e 15 minutos, e nada" Falei em direção a Manu, que estava lá a me prestigiar também. Sai para fazer uma ligação, não chamou, sem sinal...

"Deve ser coisa da estrada Nanda, logo ele chega" – Manu comentou a perceber minha angústia. Manoel, o nosso Manu, era quase da família, ele cresceu conosco em Waycros, ele era o melhor amigo de Nolan, e para mim como se fosse um irmão.

Então passado uns 40 minutos do início do evento, o locutor começou a apresentação sobre os três indicados deste ano.