Comprada por você (Dark Romance)
img img Comprada por você (Dark Romance) img Capítulo 1 Laços de Sangue
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Capítulo 6 Confinada img
Capítulo 7 À Beira do Abismo img
Capítulo 8 Uma Conversa Desconfortável img
Capítulo 9 O presente desconfortável img
Capítulo 10 O estranho trabalho de Mariana img
Capítulo 11 Revelações Perturbadoras img
Capítulo 12 Estranho pedido de Pedro img
Capítulo 13 O banho img
Capítulo 14 O Desejo à Flor da Pele img
Capítulo 15 Compra e posse img
Capítulo 16 O chamado de Pedro img
Capítulo 17 Uma experiência nova img
Capítulo 18 A fuga img
Capítulo 19 Segredos revelados img
Capítulo 20 A primeira vez img
Capítulo 21 Gosto salgado img
Capítulo 22 Novidades img
Capítulo 23 Uma pista img
Capítulo 24 Desconfiança e merecer img
Capítulo 25 A dançarina img
Capítulo 26 O inimigo img
Capítulo 27 Não falar sobre sentimentos img
Capítulo 28 Sinal positivo img
Capítulo 29 Confusa img
Capítulo 30 Traição img
Capítulo 31 Minha responsabilidade img
Capítulo 32 Medidas tomadas img
Capítulo 33 Decisões pesadas img
Capítulo 34 A merce do destino img
Capítulo 35 Merce as intenções sádicas img
Capítulo 36 Saindo do cativeiro img
Capítulo 37 Tiroteio img
Capítulo 38 Talvez, houvesse uma chance img
Capítulo 39 Pesadelos img
Capítulo 40 Ansiedade img
Capítulo 41 Capturada img
Capítulo 42 O resgate img
Capítulo 43 Seguros e salvos img
Capítulo 44 Exposta para ele img
Capítulo 45 Ida as compras img
Capítulo 46 O pedido img
Capítulo 47 Uma presença inesperada img
Capítulo 48 Sem dormir img
Capítulo 49 Minha img
Capítulo 50 Sou sua img
Capítulo 51 Um presente img
Capítulo 52 Cerimônia img
Capítulo 53 Surpresa img
Capítulo 54 Tudo bem img
Capítulo 55 Epílogo img
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Comprada por você (Dark Romance)

Cass Razzini
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Capítulo 1 Laços de Sangue

MARIANA

Sinto-me como se estivesse observando o mundo através de um vidro embaçado, distante e turvo. Sentada à beira do jardim, vejo Gabriel e Sofia brincarem, suas risadas ecoando no ar como pequenos raios de sol tentando penetrar a densa névoa que envolve meu coração. O sorriso nos rostos inocentes dos meus irmãos é como uma luz frágil em meio à escuridão que nos cerca. Mas, por mais que eu queira me deixar envolver por essa alegria infantil, uma sombra persistente de tristeza e preocupação paira sobre mim.

- Mariana, olha só o que eu fiz! - Gabriel chama, exibindo orgulhoso sua última construção de blocos de madeira.

- É incrível, Gabriel! - respondo, forçando um sorriso. Mas por dentro, meu coração está apertado, ciente da dor que se esconde por trás da fachada de normalidade que tentamos manter.

Sofia corre em minha direção, seus cachos dourados balançando ao vento, e me abraça com força.

- Mariana, a mamãe está no céu, não é?

As palavras dela cortam como facas afiadas, perfurando meu peito já machucado pela saudade e pela perda.

- Claro, querida. - Minha voz soa fraca, e as lágrimas ameaçam transbordar.

Enquanto Sofia volta a brincar, meu olhar se volta para meu pai, sentado no banco do jardim, uma garrafa de whisky em uma mão e o olhar perdido no horizonte. Ele costumava ser meu porto seguro, mas agora é apenas uma sombra, um eco distante do homem que um dia conheci. E assim, com o peso da responsabilidade sobre meus ombros e o vazio da perda pesando em meu peito, sinto-me como se estivesse lutando para manter a cabeça acima da água em um mar de incertezas e desolação.

Meu coração dói ao ver meu pai se levantar do banco, seu corpo balançando desajeitadamente como uma marionete desgovernada. Seus olhos, antes tão cheios de vida e ternura, agora estão opacos e vazios, refletindo a escuridão que o consome por dentro.

- Pai... - minha voz sai como um sussurro frágil, perdido no vento.

Ele me encara por um momento, seus lábios se movendo em uma tentativa de formar palavras que nunca chegam a sair. É como se ele estivesse preso em um pesadelo do qual não consegue acordar, perdido em um labirinto de dor e arrependimento.

- Mariana... - ele finalmente murmura, sua voz um eco distante do homem que costumava ser.

Tento encontrar algum resquício do pai amoroso que um dia conheci, mas ele parece tão distante agora, envolto em uma névoa de tristeza e desespero. E enquanto ele luta para manter o equilíbrio, sinto-me afundando em um mar de angústia e impotência.

Um soluço escapa dos meus lábios, e eu me obrigo a engolir as lágrimas que ameaçam transbordar. Preciso ser forte, não apenas por mim mesma, mas por Gabriel, por Sofia e, de alguma maneira, também por ele. Mas a dor de ver meu pai tão perdido é quase insuportável, uma ferida aberta que parece nunca cicatrizar.

Com cada batida do meu coração, sinto uma chama de determinação se acender dentro de mim, desafiando a escuridão que ameaça me consumir. Ergo-me do banco do jardim com os olhos fixos no horizonte, determinada a não me render ao desespero que tenta me arrastar para baixo.

- Mariana, você vai brincar com a gente? - Gabriel me chama, seus olhos brilhando com expectativa.

- Claro, Gabriel. - Minha voz é firme, embora meu coração esteja pesado. Não posso permitir que meus próprios medos atrapalhem a felicidade deles.

Com um suspiro profundo, faço uma promessa silenciosa a mim mesma. Prometo ser forte, não importa quão difícil seja o caminho que temos pela frente. Prometo proteger Gabriel e Sofia com todas as minhas forças, mesmo que isso signifique sacrificar minha própria felicidade.

Olho para eles, meus preciosos irmãos, e uma sensação de determinação renovada toma conta de mim. Não importa o que o destino nos reserve, enfrentaremos juntos. Juntos, enfrentaremos o futuro com coragem e esperança, prontos para qualquer desafio que possa surgir em nosso caminho.

Com um sorriso forçado nos lábios, eu me uno a Gabriel e Sofia, deixando que a inocência e a alegria da infância me envolvam, mesmo que seja apenas por um breve momento. Seguro suas mãos pequenas e frágeis com ternura, prometendo protegê-los do mundo cruel lá fora, mesmo que isso signifique enfrentar meus próprios demônios.

À medida que nos entregamos à brincadeira, o jardim parece ganhar vida ao nosso redor. Gabriel corre atrás de Sofia, suas risadas infantis cortando o ar como facas afiadas, dissipando a quietude que antes pairava sobre nós. O sol lança seus raios dourados sobre a grama verde, criando padrões de sombra e luz que dançam ao sabor do vento.

Enquanto observo meus irmãos pequenos se divertirem, um calor reconfortante se espalha pelo meu peito, dissipando o frio que a tristeza e a incerteza trouxeram. É como se um raio de esperança tivesse encontrado seu caminho através da escuridão que nos envolve, iluminando nosso caminho com uma suave luminosidade.

Talvez, apenas talvez, haja uma chance para nós. Uma chance de encontrar a felicidade, mesmo nos momentos mais sombrios e desafiadores. Nossas risadas misturam-se ao som dos pássaros cantando nas árvores próximas, criando uma sinfonia de alegria que parece ecoar através do tempo e do espaço.

O sol derrama seus raios dourados sobre nós, criando uma aura de calor e felicidade enquanto brincamos no jardim. Meus irmãos, Gabriel e Sofia, estão radiantes de alegria, seus rostos iluminados pelos sorrisos contagiantes que parecem banir qualquer sombra de tristeza. Eu me uno a eles, deixando-me envolver pelo espírito leve e despreocupado da infância, mesmo que seja apenas por um momento fugaz.

- Gabriel, você consegue alcançar aquela bola lá no alto? - pergunto, incentivando-o a desafiar os limites que parecem tão distantes para uma criança pequena.

- Acho que sim, vou tentar! - responde ele, determinado a conquistar o desafio.

Sofia, não querendo ficar de fora da diversão, oferece sua ajuda com um brilho travesso nos olhos.

- Eu quero ajudar também!

Com um sorriso, eu os encorajo a trabalharem juntos, unindo suas forças e habilidades em prol de um objetivo comum. Vejo-os unirem-se em uma colaboração instintiva, seus corpos pequenos e ágeis se movendo em harmonia enquanto buscam alcançar a bola presa no galho mais alto da árvore.

- Isso mesmo, vocês estão quase lá! - incentivo, sentindo meu coração se encher de orgulho ao ver a determinação nos olhos deles.

Finalmente, com um grito de triunfo, Gabriel alcança a bola, e Sofia comemora ao lado dele. O brilho de conquista em seus rostos é como uma luz brilhante em meio à escuridão que ameaça nos engolir.

- Vocês são incríveis! - exclamo, meus olhos se enchendo de lágrimas enquanto abraço meus irmãos, agradecendo silenciosamente por esse momento de felicidade fugaz.

E, apesar das sombras que pairam sobre nossas vidas, eu me agarro a essa lembrança, prometendo guardar este momento de alegria como um tesouro precioso em meio à escuridão que nos cerca.

            
            

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